quarta-feira, 29 de abril de 2020

BACALHAU :PESCA DURA E SOLITÁRIA

Foto Ninguem Sabemesmo Pescadores portugueses de Bacalhau no século 19

A pesca do bacalhau pelos portugueses foi referenciada pela primeira vez em 1353 , ano em que D. Pedro I e Edward II da Inglaterra estabelecem um acordo de pesca para pescadores de Lisboa e do Porto poderem pescar o bacalhau nas costas da Inglaterra por 50 anos.
 A necessidade de estabelecer um acordo indica que esta atividade já se realizava em anos anteriores e em grande quantidade. Desde então o método de pesca adotado pelos portugueses manteve-se inalterado até aos anos 70 do século XX. 
A memória da dureza deste trabalho ficou marcada na expressão popular que algumas mães usavam quando queriam ameaçar os filhos: “se continuas assim, mando-te embarcar como salgador”.

O frio, o sal, as linhas e toda a dureza do trabalho refletia-se sobretudo nas mãos, pois nos dóris - os pequenos barcos onde os pescadores ficavam em alto-mar - o trabalho não permite o uso de luvas e usam umas tiras de couro para proteger as palmas das mãos. Todas as tarefas passam-se entre as 4 horas da manhã e a meia-noite, sem feriados ou fins-de-semana, e mesmo o tempo de vigia é tirado do tempo de descanso.
.
O navio bacalhoeiro José Alberto numa viagem aos Grandes Bancos ao largo da Terra Nova.
A pesca de bacalhau à linha era praticada por um homem num dóri, vagando no Atlântico norte e entregue à sua sorte durante dez horas diárias.

A ILHA E SEUS NOMES

Mapa da Ilha de Sta. Catarina em 1712 do navegador Amedée Frézier
“Para a ilha, os Carijó davam-lhe o nome de Meiembipe, paravra Guarani que indica ser “porto ou local próprio para o reabastecimento”; local de trocas e escambo (para outros Meiembipe quer dizer “água que corre do morro” ) e, para o canal de mar central, “Y-jurere-mirim”, isto é, passagem estreita ou boca d’água pequena.”

(Nereu do Vale Pereira, sociólogo e economista.)

SE ALEMBRAM DAQUELE LANÇO?

Foto Andrea Ramos
Pântano do Sul - Cerco do dia 8 de junho de 2011!

NO URUGUAI, NAUFRÁGIO DE 1763


Navio do tesouro é o Lord Clive?
Navio do tesouro pode ser o Lord Clive, encontrado no rio da Prata em água Uruguaias

O Uruguai está em polvorosa. Pesquisadores consideram que acharam o grande navio do tesouro: o Lord Clive, da Companhia das Índias Ocidentais, que afundou defronte a cidade de Colônia do Sacramento em 1763.

Uma matéria do site infobae.com, de Janeiro de 2017, diz que a busco do navio que afundou há 253 anos faz renascer a legenda da aventura. No próximo dia 10 de Fevereiro o pesquisador Rubén Collado mergulhará no rio da Prata para tentar resgatar o navio. Segundo o pesquisador,

o navio do tesouro pode ter US$ 1.200.000 em moedas de ouro sem falar na carga de run, ópio e seda armazenada em tubos de chumbo.

Operação de resgate

Ela não será tão complicada já que o navio do tesouro está a 350 metros da costa de Colônia do Sacramento, numa profundidade de apenas cinco metros. Andrés Sobrero, director de Turismo de Colonia, afirmou quea operação de salvamento teria sobre a cidade um impacto não menos importante do que quando a UNESCO a declarou Patrimônio Histórico da Humanidade

Resgate do navio do tesouro foi declarado de ‘interesse ministerial’

O ministro da economia do Uruguai, Danilo Astori, assinou uma resolução em Setembro de 2016 dizendo que que a operação é de ‘interesse ministerial’. De acordo com a matéria, José Mujica, ex- presidente, também apoiou a operação:Em 26 de Fevereiro, 2015, poucas horas depois de deixar o cargo, o presidente José Mujica autorizou um contrato para resgatar restos, carga, e qualquer objeto no navio Lord Clive. O acordo foi feito entre o Ministério da Defesa Nacional, comando geral da Marinha, Prefeitura Naval e Ruben Collado, o pesquisador.

Collado prometeu dez por cento da sua quota à Prefeitura Naval para comprar equipamentos especiais.
Collado mostra no mapa onde está o Lord Clive

Assista entrevista com o pesquisador encarregado do resgate do navio do tesouro:

(Do http://marsemfim.com.br/)

DANDO NOME...

Foto Fernando Alexandre

JÁ FAZ SOL EM MACONDO ?

Foto Fernando Alexandre
"Choveu durante quatro anos, onze meses e dois dias. Houve épocas de chuvisco em que todo mundo pôs a sua roupa de domingo e compôs uma cara de convalescente para festejar a estiagem, mas logo se acostumaram a interpretar as pausas como anúncios de recrudescimento. O céu desmoronou-se em tempestades de estrupício e o Norte mandava furacões que destelhavam as casas, derrubavam as paredes e arrancavam pela raiz os últimos talos das plantações.(...) A atmosfera estava tão úmida que os peixes poderiam entrar pelas portas e sair pelas janelas, navegando no ar dos aposentos. (...) 
Foi preciso abrir canais para escorrer a água da casa e desimpedi-la de sapos e caracóis, para que pudesse secar o chão, tirar os tijolos dos pés das camas e andar outra vez de sapatos. "

(Gabriel Garcia Marquez, "Cem anos de solidão")

terça-feira, 28 de abril de 2020

TRABALHADORES DO MAR

Foto Fernando Alexandre

Sêo Lôro - Pântano do Sul


IMPREVISÕES


Foto Fernando Alexandre

Molha e não chove
no sol do meu agora
(Fernando Alexandre)

ESPERANDO AS TAINHAS

Dona Maricotinha, personagem da atriz Mônica Prim

ESCAMBO NA PRAIA SEM TAINHAS!


MAR DE ILHAS

Imagens inéditas mostram o surgimento de nova ilha no Pacífico.

O magma expelido por vulcão submarino no arquipélago de Tonga gerou uma nova formação rochosa. As visitas não são recomendadas, porque local ainda é considerado instável.

As primeiras fotografias já começam a ser divulgadas. A nova ilha do Pacífico está localizada a 45km a noroeste da capital, Nuku’alofa, e tem atualmente 500 metros de comprimento e 250 metros de altura.

A nova ilha surgiu a partir da erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, em dezembro passado. Foi a segunda vez que este vulcão entrou em erupção em cinco anos.
As imagens inéditas dessa nova ilha foram tiradas por Gianpiero Orbassano, dono de um hotel na principal ilha de Tonga. Ele foi até o local com amigos e registrou as imagens .

“É bastante sólida e alta. A superfície ainda estava quente”, disse Gianpiero.


Por enquanto o local é considerado muito instável e, por isso, não é recomendado visitá-lo.

(Do www.marsemfim.com.br)

NA ESPERA E NA ESPREITA

Foto Arquivo
As canoas já estão aprontadas!
Pântano do Sul

DE ENGENHOS E FARINHAS


Memórias, causos, cantares, saberes e sabores dos engenhos de farinha artesanais de Santa Catarina. As jornalistas Carú Dionísio e Clara Comandolli, da ONG Cepagro, visitaram engenhos e famílias "engenheiras" perguntando: "Quando se fala em engenho de farinha, qual a primeira coisa que te vem à cabeça?". O resultado é o documentário #EngenhoÉPatrimônio, gravado durante oficinas de mapeamento e inventário participativo dos engenhos de farinha catarinenses, mobilizando comunidades para o reconhecimento deste patrimônio cultural baseado no saber-fazer da farinha de mandioca. As oficinas foram realizadas ao longo de 2018 em Florianópolis, Angelina, Bombinhas, Garopaba e Imbituba pela Rede Catarinense de Engenhos de Farinha/Cepagro. Além do documentário, a partir destas atividades foram produzidos o livro "Comidas de Engenho", o Mapa Cultural dos Engenhos de Farinha de SC e o Inventário Participativo dos Engenhos. A ação teve o apoio da Fundação Catarinense de Cultura, Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

NA MESA

Foto Divulgação
CROQUETE DE PEIXE

Ingredientes

- 1/2 quilo de filé de peixe (o da epoca)
- 1 xícara de leite
- 1 colher (sopa) de trigo
- 1 colher (sopa) de margarina
- 1 colher de sopa de cebola picada
- Salsa, farinha de pão, ovos, alho, pimenta-do-reiro, sal e limão

Maneira de preparar

Tempere os filés de peixe com alho, pimenta, sal e limão.
Leve ao fogo uma panela com óleo. Quando o óleo estiver quente, junte a cebola e refogue até ficar tostada. Misture o peixe e deixe cozinhar em fogo brando. Quando o peixe estiver cozido, esmigalhe com um garfo e acrescente a farinha dissolvida no leite e mexa até cozinhar a farinha. Tire do fogo e deixe esfriar. Faça os croquetes e passe na farinha de pão, em ovo batido e novamente na farinha de pão. Frite em óleo quente e enfeite com a salsa.

(Receita de Zilda Alexandre Pereira, de Porto Belo, publicado em "Cozinha Pesqueira Catarinense" - Edição ACARPESC - 1990)

MAR DE POETA


Poema de Paulo Leminski e desenho de João Joao Virmond Suplicy.

MALHEIRAS

Foto Fernando Alexandre

NA PRAIA


Pablo Picasso em alguma praia da memória!

TORTO, DIREITO


Grande parte do patrimônio naval da humanidade está representada nos barcos tradicionais brasileiros, mais do que em qualquer outro país do globo. FEITO TORTO PRA FICAR DIREITO revela o saber náutico de nossos mestres carpinteiros anônimos e apresenta seus estaleiros artesanais e as comunidades originais onde este saber foi passado de geração para geração, em contraponto ao drama de uma atividade condenada a extinção. DIREÇÃO Bhig Villas Bôas

MANEMÓRIAS

Morro das Pedras

DANDO NOME...

Foto Fernando Alexandre
Bandeiras colorindo o vento nas ondas calmas do Pântano do Sul 

domingo, 26 de abril de 2020

AS CANOAS DA PESCA

Gravura Hans Staden Fotos Fernando Alexandre "...As canoas bordadas, canoas construídas de um pau só, de garapuvu, de cedro. Madeiras leves. São canoas compridas, bonitas, fortes, resistentes, e são bordadas. Elas têm a borda alta, que se chama borda falsa, e depois têm as canoas borda lisa que são maciças, não têm a borda aumentada com tábuas. 
A bordada serve para a pesca de tainha, de anchova, de corvina, e a borda lisa é para apenas dois ou três homens e é mais usada para a pescaria de tarrafa, de camarão, manjuva, sardinha, para essas pescas. E as vezes é muito usada para a pesca de espinhel. Espinhel fino, espinhel grosso, este é mais resistente, para peixes maiores..."
 
(Franklin Cascaes - 1908/1983 - Artista, folclorista e pesquisador de cultura popular em entrevista a Raimundo C. Caruso em "Vida e Cultura Açoriana em Santa Catarina" - Edições da Cultura Catarinense - 1997)

NA PRAIA

Imagem sem crédito

MARISCO NA MESA



ARROZ DE MARISCO

1ngredientes
Número de doses: 4

2 cebolas picadas/2 tomates maduros picados e sem pele/ 3 dentes de alho picados / 300 g de arroz /5 dl de água /250 g de camarões /250 g de ameijoa/ 250 g de miolo de mexilhão /2 lombos de Lagosta em pedaços /1 dl vinho branco /Azeite q.b. /Sal e Piripiri (malagueta) q.b. /Coentros q.b.

Preparação

Num tacho (panela) de barro coloque o azeite, a cebola e os alhos picados, deixe refogar. Junte o tomate e deixe refogar mexendo bem, adicione o vinho e um copo de água. Triture tudo com a varinha mágica (mixer).
Adicione o marisco, excepto as delícias do mar. Tempere de sal e piripiri.
Deixe estufar (cozinhar com pouca água) durante cinco minutos.
Após este tempo adicione a água a ferver e o arroz. Rectifique (acerte) os temperos e deixe cozinhar por mais oito minutos, sempre em lume brando (fogo baixo), mexer de vez em quando para soltar o arroz do fundo do tacho.
Quando levar à mesa adicione as delicias do mar. Salpique com coentros picados.Sirva com vinho branco seco ou verde. 
Bom Apetite!





MEMÓRIAS DA PESCA


A Pesca na Armação e os Camaradas!!

 Durante toda minha vida tive uma relação muito forte com a PESCA e com o MAR!
Sempre foi algo muito presente, até porque meu pai era pescador e dono de embarcações na comunidade da Armação do Pântano do Sul , seu nome era Osvaldo Francisco da Silva , conhecido como seu Canduca . 

Meu pai era movido pela fé, prova disso eram as embarcações que adquiriu por força do seu trabalho que levavam os seguintes nomes: SEMPRE COM FÉ, SEMPRE COM ESPERANÇA, SEMPRE COM OS APOSTOLOS e assim por diante. 

Após bom tempo embarcado no Rio Grande do Sul, mais precisamente na Praia do Cassino, ele comprou seus aparelhos que compreendiam as baleeiras, as redes, entre outras instrumentos de trabalho importantes para pesca, voltando para sua origem, a comunidade da Armação do Pântano do Sul. 

Mas como diz o ditado ' Nada se faz sózinho, e dessa forma montou sua equipe de trabalhou , que são nossos TRABALHADORES do MAR, esses eram chamados de CAMARADAS. 

Os camaradas eram verdadeiros parceiros no trabalho, tinham as funções muito bem definidas, como por exemplo: de ver a rede todos os dias pela manhã e no final da tarde ( no caso o cerco, tecnologia de pesca trazida pelo Japonês Noboro Oda na década de 50). Também saiam para cacear no período de pesca do cação, mangona e arraia, nesse período passavam praticamente o dia inteiro no mar pescando . 

O período que é considerado muito importante para nossos pescadores é o da pesca da Tainha . Passavam, na época, praticamente quase todo o dia na Praia vigiando, com seus barcos apostos, para que no primeiro sinal do vigia abanando na Ilha das Campanhas (vigia era um pescador que ficava na ponta da Ilha observando) , pudessem fazer o cerco . 

Lembro muito bem nesse período, quado ainda criança , corriamos em direção a praia e era uma festa, faziamos filas de mulheres e de criancas , todos ganhavam peixe , faziam a divisao do quinhão entre os CAMARADAS e ainda faziam a venda. 

As carrocererias dos caminhões saiam abarrotados de peixes, caindo pelo caminho até o centro da cidade para entrega no MERCADO PÚBLICO. 

Eram tempos de fartura !!!!! 

Os CAMARADAS, não só pescavam, mas dividiam a responsabilidade de manter toda embarcação e as redes, em total condições de trabalho. 

Entre uma pescaria e outra, as redes geralmente eram levadas nas Campanhas ou até em outro espaço adequado para remendar.

Os barcos consertados , tanto os motores como a parte de madeira, além da pintura, vale aqui lembrar a importância do seu Adolfo Pereira , um dos únicos carpinteiros de baleeira da região. 

Referendo alguns CAMARADAS que trabalhavam junto ao seu CANDUCA, principais aliados e TRABALHORES DO MAR: Seu Osmar de Souza, Antenor Coelho , Laro, Seu Nicolau Machado entre outros, entre eles também havia o encarregado que era responsável por eles. 

O dia da partilha do recurso acontecia na cozinha da minha casa, era um dia para dividir os recursos arrecadados e para conversar sobre as demandas. Os recursos eram divididos entre os pescadores e uma parte era destinada para manutenção e compra de materiais. 

Uma delas, a compra de carretéis de nylon para confecção da redes, que eram realizadas por mulheres e homens da própria comunidade , tudo era calculado por braçadas com variadas malhas para cada tipo de pesca. 

A confecção de redes também era uma forte geração de trabalho e renda. 

A Memória e fatos aqui relatados faz com que possamos pensar, o quanto pessoas como nossos CAMARADAS contribuíram para a história de nossa comunidade e de nossa FLORIPA. 

O legado que nos deixaram, o qto cabe a nós transmitir esse conhecimento e materializar através dos tempos . 

A PESCA ARTESANAL, é uma das manifestações culturais mais importantes da Ilha de Santa Catarina, que hoje ainda resiste ao tempo, a memória e a subsistência das famílias. 

Os CAMARADAS continuam sendo homens e atualmente também mulheres, que mantém viva essa tradição se perpetuando, se perpetuando de geração em geração.

 por Roseli Pereira   
(Professora, pesquisadora e moradora da Armação do Pântano do Sul )



MAR DE HASSIS

Hassis - Hiedy de Assis Corrêa ( Curitiba, 27/7/1926 - Ilha de Santa Catarina, 20/1/2001) 

BENZENDO...

Benzedeiras - ofício tradicional. Um filme de Lia Marchi.
Um filme sobre mulheres, comunidade, saúde, afeto, fé, tradição, organização popular, sustentabilidade.
Informações: contato@olariacultural.com.br

sábado, 25 de abril de 2020

ESTOPINHA NA MESA

A professora Luciana W. Krause Bernardes ensina a fazer o prato que era bastante comum no cardápio dos primeiros moradores de Itajaí (e que ilustra esta matéria). É uma boa opção para se preparar com aquela sobra de feijão e com peixes como cação ou emplastro. A receita serve duas pessoas: 

Ingredientes: 

Para a estopa:
 • 400g de cação cortados em cubos médios 
• 100g de cebola em cubos pequenos 
• 2 dentes de alho picados 
• Colorau a gosto 
• Alfavaca ou manjericão rasgado a gosto 
• Sal e pimenta a gosto 
• 10ml de óleo 

Para o pirão de feijão: 

• 300 gramas de farinha de mandioca 
• 200 gramas de feijão preto cozido com o caldo 
• 30 gramas de bacon em cubos pequenos 
• Cebola picada e alho esmagado a gosto 
• Sal e pimenta-do-reino a gosto 

Modo de preparo: 
Para a estopa de peixe: 
1 Suar o alho, acrescentar a cebola e o colorau (fogo brando para não queimar). 
2 Acrescentar o peixe, cozinhar e mexer até que ele esteja desfiando. 
3 Conferir o sal e finalizar com gotas de limão, manjericão, salsa e cebolinha. 

Para o pirão de feijão: 
1 Suar o alho e a cebola no bacon (frito). 
2 Acrescentar o feijão com o caldo e esmagar um pouco os grãos. 
3 Desmanchar a farinha de mandioca com água fria. 
4 Colocar a farinha de mandioca na panela mexendo bem para não criar grumos. 
5 Temperar com sal, pimenta do reino e finalizar com cheiro verde, se preferir.

LINHAS D'ÁGUA

Foto Fernando Alexandre

PRETO NO BRANCO

Foto Fernando Alexandre

A VENTANIA


Assovia o vento dentro de mim.
Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém,
Nem mesmo dono de minhas certezas,
Sou minha cara contra o vento, a contravento,
E sou o vento que bate em minha cara.

(Eduardo Galeano))

OLHANDO ILHAS, ESPERO...

Ilha do Campeche

SE ALEMBRA DAQUELE LANÇO?

Foto Seperdeu Notempo
Pesca da tainha nos Inglêses, anos 80.


TODOS OS TEMPOS

Foto Fernando Alexandre

"...Eles ficam nas praias olhando para o mar, olhando para o céu. Está passando aí uma nuvem, ela dá sinal que vai ser bom o tempo. A lua está com um círculo em volta, é tempo bom. A lua se apresentou em pé, é marinheiro deitado, é tempo bom. E ficam olhando. Eles abrem a água do mar com as mãos e se surgem ardentias, a fosforescência, é bom tempo; senão é mau tempo..."

(Franklin Cascaes - 1908/1983 - Artista, folclorista e pesquisador de cultura popular em entrevista a Raimundo C. Caruso em "Vida e Cultura Açoriana em Santa Catarina" - Edições da Cultura Catarinense - 1997)

sexta-feira, 24 de abril de 2020

ONDAS AZUIS

Ondas em bioluminescência (Foto: Reprodução)

Fenômeno raríssimo, bioluminescência reaparece em ondas nas praias do México 

Em meio à pandemia e à fuga de turistas, um fenômeno raro voltou a ser testemunhado nas praias de Acapulco, cidade do México, depois de 60 anos: ondas iluminadas em tons azul turquesa quebravam à beira-mar em função da atividade biológica restabelecida

Sputnik News - Moradores da praia de Puerto Marqués, na cidade mexicana de Acapulco, registraram um fenômeno natural raro: as águas do oceano emitindo luz brilhante.

As imagens mostram o momento em que as águas começam a emitir uma luz brilhante de cor turquesa durante a noite, o que não era observado há 60 anos.

​A bioluminescência é um fenômeno que se estende a todos os níveis biológicos: bactérias, moluscos, crustáceos, insetos, peixes e medusas. No caso da água fosforescente de Acapulco, se trata de bioluminescência produzida por microalgas ou plâncton brilhante.

Esse fenômeno é chamado de bioluminescência, que ocorre devido a uma reação bioquímica de alguns organismos. Neste caso se trata de microalgas ou plâncton luminoso, que emitem luz com o movimento.

​O fenômeno da bioluminescência foi visto em Acapulco há alguns dias, como não se via há 60 anos. É momento de refletir, a natureza está nos dando outra chance.

De acordo com as mídias locais, havia muitos anos que o fenômeno não era observado na região.
A rara emissão de luz é também melhor observada devido a tranquilidade da água nas praias, que estão praticamente vazias devido à ausência de turistas em meio à Covid-19.

NA ESPERA E NA ESPREITA

Na Ilha do Mel - PR as canoas já estão aprontadas para a pesca da tainha!

(via Mapa da Tainha) 

NA MESA

Foto Divulgação
Salada de camarões com abacate
Ingredientes
20 camarões médios e limpos
 1 abacate maduro e firme
½ xícara de banana passa picada
Um maço de coentro fresco, só as folhas
 4 tomates maduros cortados em cubos pequenos
Gergelim preto
Azeite extra-virgem
2 pimentas dedo-de-moça picadas, sem semente
 Sal e pimenta-do-reino branca


Modo de Preparo
Cozinhe os camarões no vapor e tempere-os com sal, pimenta e azeite, enquanto ainda estiverem quentes. Descasque o abacate e corte-o em lascas. Misture todos os ingredientes cuidadosamente e corrija os temperos. Sirva em seguida.

 
(Receita do chef João Belezia)

OLHANDO ILHAS...

Foto Fernando Alexandre

DESCOBRINDO OUTRA AMÉRICA!

A primeira homenagem do Novo Mundo a Colombo. JOSÉ GARNELO ALDA

Hispanidade? Na América, o 12 de outubro é ensinado como invasão e colonização

A chegada de Colombo ao Novo Mundo não foi uma descoberta, e sim uma conquista

Perguntamos a jornalistas de vários países do continente

Oficialmente, em 12 de outubro a Espanha comemora o seu Dia da Festa Nacional, também conhecido como Dia da Hispanidade. Na verdade, o que se comemora é o descobrimento da América por Cristóvão Colombo, em 1492. Um momento... descobrimento? E aqui começa a desavença. A história que se aprende no lado de lá do Atlântico fala de viajantes e descobridores que chegaram ao Novo Mundo capitaneados por um aventureiro que muitos espanhóis acham ser compatriota seu. Essa lição deixa de fora os nativos que já viviam na América antes da chegada dos espanhóis, o saque dos recursos naturais e inclusive a verdadeira nacionalidade de Colombo, que era genovês.

Entretanto, a história que se ensina atualmente aqui na América é diferente. Fomos perguntar a jornalistas locais e correspondentes em vários países das Américas sobre como o 12 de outubro é entendido neste continente.

Argentina
Por Federico Rivas

Na Argentina não é mais obrigatório saber de cor os nomes das três caravelas do Colombo. Muito menos que o genovês presenteou vidrinhos coloridos aos indígenas que o receberam numa pequena ilha das Antilhas. Mas esses ficaram na cabeça de todos os que frequentaram a escola durante a ditadura militar (1976-1983) e nos primeiros anos da democracia.
Todo mundo estuda Colombo. Mas e os irmãos Pinzón? RIDOLFO GHIRLANDAIO

Já na década de 1990, o discurso escolar substituiu pouco a pouco o termo “descobrimento” por “encontro de culturas”, sobretudo quando o debate motivado pelos quinto centenário do desembarque de Colombo estimulou todo tipo de corrente revisionista. Mas só em 2010 o 12 de outubro deixou de ser oficialmente chamado de Dia da Raça, por ser “ofensivo e discriminatório”. Um decreto assinado pela presidenta Cristina Fernández de Kirchner em 2010 substitui essa denominação por Dia da Diversidade Cultural Americana.

A troca de nome obrigou ao Estado a mudar os conteúdos escolares obrigatórios. A efeméride atualmente serve para recuperar a memória pré-colombiana, enquanto os detalhes históricos da conquista foram deixados de lado. Em vez de desenharem as caravelas de Colombo, as crianças argentinas agora pintam a wiphala, bandeira multicolorida que representa a diversidade cultural.

Chile
Por Cristian Galegos

A definição do 12 de outubro no Chile é ambígua. Para alguns é o Dia do Descobrimento da América, outros o chamam de Dia da Resistência Indígena e, embora oficialmente se intitule Dia do Encontro de Dois Mundos, é mais conhecido como Dia da Raça. O que está claro é que ninguém o chama de Dia da Hispanidade nem de Dia de Colombo.

A questão do nome possivelmente fica em segundo plano quando há motivo para um feriado. A forma como as escolas ensinam/comemoram os dias que antecedem a data é pitoresca e folclórica, com eventos e muitos trabalhos escolares sobre o tema. Há, no entanto, dois elementos comuns a todos os estudantes chilenos, ou pelo menos aos estudantes dos anos 1990: o material bibliográfico da Icarito, revista de recortes de história indispensável nas casas chilenas, junto com o célebre livro de História azul da Santillana, e as encenações com fantasias.

A representação da chegada de Colombo é sem dúvida a mais interessante. Lembro como o método das educadoras era simples e não muito engenhoso. Na minha escola, separavam as classes em dois grupos: os indígenas e os espanhóis. Figurino e roteiro não primavam pela sofisticação. Os indígenas eram vestidos com ponchos de lã (complicado nesta época de calor primaveril em Santiago), com uma faixa na cabeça e descalços. Os espanhóis usavam armaduras de cartolina ou papelão, dependendo do orçamento da escola. A espada era essencial.

O menino escolhido para ser Colombo não se parecia em nada com o das fotos da Icarito. As caravelas eram feitas à mão pelas professoras, e tudo isso culminava num espetáculo presenciado pelos pais, no qual as duas partes se enfrentavam numa grande batalha. Até havia a leitura de passagens bíblicas, mas o divertido mesmo era essa luta caricatural pela conquista.

Atualmente, as escolas encaram essa comemoração como um encontro entre as diferentes culturas da região, promovendo encenações com trajes dos diferentes países da América Latina.

Colômbia
Por Sally Palomino

Alguns livros usados antigamente nas escolas primárias da Colômbia precisaram ser retirados de circulação. Embora a história seja a mesma, mudou a maneira de ensinar o descobrimento da América. Parece haver um consenso entre os professores nos últimos anos de que a chegada de Colombo representou um “assalto” não só contra a riqueza do país, mas também contra seus costumes e a cultura. A data é celebrada atualmente com o nome de Dia da Raça e destaca o respeito aos indígenas.

Nas escolas, no 12 de outubro já não se enfatiza a conquista, porque no centro do discurso está a exaltação das raízes culturais. Os alunos fazem representações em que narram a vida dos povos e seus costumes. Além disso, na mesma data se celebra o Dia Nacional da Árvore, estabelecido por decreto, e os colégios usam isso como pretexto para falar da riqueza natural. Em alguns deles, os alunos semeiam árvores nesse dia.

Parecem ter ficado para trás as encenações de anos atrás, quando os alunos precisavam se virar para recriar as caravelas Santa María, Pinta e Niña. Agora, os relatos de indígenas (povos cada vez menos numerosos na Colômbia) são o foco da comemoração. A narrativa do “encontro de dois mundos”, mais que a da conquista, parece ter se cristalizado nas aulas de história dada aos colombianos.
A estátua de Colombo em Detroit se deu mal no ano passado.

Estados Unidos
Por Nicolás Alonso

O poema 1492, que relata as façanhas de Cristóvão Colombo e suas viagens exploratórias, é utilizado por muitas escolas nos Estados Unidos para ensinar às novas gerações como foi a conquista da América. Os versos detalham os descobrimentos de territórios, a presença de nativos e o comércio de ouro.

Mas cada vez mais se questiona no país o relato das aventuras do Colombo, e existe uma crescente divisão entre os que comemoram o legado do explorador e quem o despreza por ter subjugado comunidades indígenas. Em muitas cidades norte-americanas, incluindo Minneapolis e Seattle, o dia deixou de se chamar Columbus Day (Dia de Colombo) e virou Dia dos Indígenas.

O mesmo dilema se apresenta nas salas de aula. Há Estados, como Carolina do Sul e Texas, onde se apresenta uma imagem valente e admirável de Colombo. Mas em outros, como a Califórnia e o Colorado, os professores optam cada vez mais por traçar um retrato mais completo do colonizador, que inclui o tratamento opressivo às populações nativas dos territórios aonde chegou.

México
Por Mónica Cruz

Os livros escolares do equivalente ao ensino fundamental e médio no México descrevem a chegada de Cristóvão Colombo ao continente como o início das expedições espanholas a um novo território, mas também da exploração das populações indígenas e dos recursos naturais na região. Este é um fragmento do livro de História para o sexto ano do ensino fundamental da Secretaria de Educação Pública:

“Como resultado das viagens de exploração do século XVI, os europeus conseguiram uma grande expansão econômica devido ao saque e à exploração dos recursos da América. Isso beneficiou muitos europeus. No entanto, sua chegada ao território representou uma tragédia para muitos povos e culturas. Basta pensar nos milhões de indígenas da América que morreram depois da Conquista espanhola.”

O livro de História I para o segundo ano do ensino médio da Ediciones Castillo (parte do currículo oficial) diz: “O processo que este evento desencadeou durou séculos e tem vários significados segundo o ponto de vista de que se observe. Do ponto de vista europeu, foi uma conquista; do ponto de vista indígena, tratou-se de uma invasão”.
Início do poema ‘1492’. Seus primeiros versos dizem: “Em mil quatrocentos e noventa e dois / Colombo navegou o oceano azul.// Tinha três navios e partiu da Espanha / Navegou sob o sol, o vento e a chuva. // Navegou de noite; navegou de dia. / Usou as estrelas para achar o caminho”.

Peru
Por Jacqueline Fowks

As escolas no Peru adotaram o enfoque por competências (aprender a fazer), abandonando os eixos temáticos de ensino, e nessa mudança Cristóvão Colombo parece ter perdido peso na história. Há 35 anos, uma tarefa típica no ensino primário seria desenhá-lo e colori-lo no caderno, acompanhado das três caravelas. “O 12 de outubro é uma data cívica no calendário escolar – como o Dia da Bandeira, a Batalha de Angamos e as festividades pátrias –, mas algumas datas são mais importantes que outras”, diz ao EL PAÍS a diretora de uma escola pública no Cercado de Lima. Não é feriado.

“Quanto a Colombo tudo bem, porque provou que a Terra não era plana e foi uma oportunidade para que conhecessem um novo mundo: esse é o ângulo que se ensina no terceiro ano do primário, quando as crianças têm oito anos. Mas assim como descobrimento é equivalente a Colombo, conquista é igual a espanhóis. Um dos professores diz que os espanhóis vieram para levar tudo embora e nos subjugar”, acrescenta a diretora.

Sob outro ponto de vista, uma aluna do sexto ano (12 anos de idade) numa uma escola bilíngue e particular de Lima recorda que viu o tema quando era pequena, na segunda ou terceira série. “Mas no meu colégio não se comemora o dia nem vemos nada. Foi o início da colonização da América pelos espanhóis, trouxeram cavalos, levaram lhamas, e os espanhóis transformaram o chiclete em um produto que antes não conheciam”, explica.
O que todos sabem são os nomes das caravelas Santa María, Pinta e Niña.

(Do http://brasil.elpais.com/)

MAR DE TAINHAS




quinta-feira, 23 de abril de 2020

NA MESA

Foto Divulgação
Caldeirada Açoriana

Ingredientes

2 cebolas
3 dentes de alho
1 kg de batatas
2 tomates
1,2 kg de peixe (congro ou outro peixe firme de carne branca)
1 ramo de salsa
Sal
Pimenta
2 cravos da India
1 colher (sopa) de colorau
100ml de azeite
Fazendo

1. Num tacho largo de barro, vá fazendo camadas alternadas de rodelas de cebola, dentes de alho, batatas e tomate, limpo de pele e sementes.
2. Por cima, disponha as postas de peixe lavadas e a salsa. Tempere com sal, pimenta, os cravinhos, o colorau e regue com o azeite.
3. Tape o tacho e leve a lume brando durante cerca de 40 minutos, agitando o tacho ocasionalmente, para que os ingredientes não se peguem ao fundo.
4. Um pouco antes do final, retifique os temperos e sirva decorada com mais salsa.

(Receita de www.receitasdeculinara.com.pt)