Mostrando postagens com marcador Mar de pescador Pesca da Tainha Camaradagem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mar de pescador Pesca da Tainha Camaradagem. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 16 de março de 2021

segunda-feira, 8 de março de 2021

MULHERES PESCAM TAINHAS?

Fotos Andrea Ramos

Foto Fernando Alexandre
"Se as mulheres também puxam rede? Não, não puxavam, não sei se agora estão puxando. Por que até há uns dois anos atrás, não. Mas, agora é capaz que tenha mulher puxando rede. Hoje a mulher tem liberdade para fazer todos os trabalhos que o homem faz, não é? Aqui, não, mas em Portugal são as mulheres que puxam as redes. Nos Açores não arrastam, não há possibilidade de puxar redes, o mar é enorme, a pescaria toda é feita fora. Lá só tem costão e as praias são de seixos, de pequenas pedras."

(Franklin Cascaes - 1908/1983 - Artista, folclorista e pesquisador de cultura popular em entrevista a Raimundo C. Caruso em "Vida e Cultura Açoriana em Santa Catarina" - Edições da Cultura Catarinense - 1997)



Zenaide Maria de Souza, a Comandante, é a única mulher que participa da lista da camaradagem da pesca da tainha no Pântano do Sul. Pescadora "desde sempre", de praia e costão, ela também comanda o seu Restaurante Pedacinho do Céu.

domingo, 6 de dezembro de 2020

SEO LECA E OS OUTROS TEMPOS!

Manoel José de Campos nasceu em 1938, no Pântano do Sul. Pesca desde os 12 anos de idade - ele acha -  porque não sabe direito quando começou com as lidas do mar. 
Hoje,  Seo Leca é sempre presente na praia. Todos os dias ele tá lá, olhando os peixes, o mar e trocando uma conversa em todos os barcos que chegam. 
Sabe de tudo: quem foi pro mar, quem já voltou, quem tá demorando e quem vai chegar mais tarde! 
Tudo que acontece, ele sabe!
Nesse depoimento pra Andrea Ramos, ele conta histórias e estórias da praia e da vida  naqueles tempos. Um belo depoimento!

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

TAINHA: UMA PESCA COLETIVA!


"...nossa pesca da tainha não é uma atividade com objetivo empresarial, e sim, uma prática de confraternização e partilha comunitária. "

"Dedico esta Temporada da Tainha 2014 ao meu saudoso pai, senhor Adriano Alexandrino Daniel. Primeira safra da tainha sem sua presença física.
Agradeço à comunidade do Campeche, ao patrão da rede, remeiros, vigias (titulares e auxiliares), camaradas, cozinheiro e a todos os que se envolveram nessa atividade.
Reafirmo que nossa rede de pesca é de responsabilidade da família Daniel, mas meu sentimento é que ela pertence a todos, a comunidade. Nunca podemos esquecer que nossa pesca da tainha não é uma atividade com objetivo empresarial, e sim, uma prática de confraternização e partilha comunitária. 
Fico imensamente feliz quando cercamos um cardume, é uma cena emocionante. Fico mais feliz ainda quando todos saem da praia com pelo menos uma tainha em suas mãos. Até parece o milagre da multiplicação. 
Nestes tempos de internet o Silézio nos deixava sempre bem informados de tudo o que acontecia em nosso litoral. O Nido era o responsável em verificar a veracidade dos fatos. 
Agradeço a Deus por mais uma temporada de pesca, com sua benção e proteção. Convido a todos para a temporada 2015. Sejam bem vindos, até mesmo as nossas “gaivotas”. 
Um abraço e até!" 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

CERCANDO A NOITE NO PÂNTANO DO SUL!


Cercar tainhas à noite é prática antiga. Quase todas as praias faziam isso, aproveitando a lua e usando "paus de fogo".
Manoel José de Campos, o Seo Leca, conta como era a pesca da tainha no Pântano do Sul, praia onde nasceu e pescou desde os 12 anos de idade.

domingo, 21 de junho de 2020

DE OLHO NO PEIXE!

Foto Fernando Alexandre

Capitão Ademir, "patrão", Fabrício e Geisiel, "remêros" e "Pezão", "camarada"!

NA ESPERA E NA ESPREITA!

DE OLHO NO MAR - OS VIGIAS

Foto Fernando Alexandre

Sempre colocados nos pontos mais altos das praias, os vigias batem o olho nos cardumes e acenam com seus casacos para que os camaradas cerquem o peixe. São eles também que orientam o cerco e dizem quantas canoas e redes são necessárias, de acordo com a quantidade de tainhas que se aproximam da praia.
No Pântano do Sul, a observação é feita de dois pontos fixos no alto dos comoros - as dunas - e de bicicletas que circulam com os vigias por toda a praia. Na vigia principal, chamada de Sêo Domingos (em homenagem a um dos melhores e mais antigos vigias já falecido), fazem plantão o Piranha, o Sérgio, Sêo Carlinhos, Mamão, Arantinho, Nequinha, o Bá, e o Ninico, entre outros. Na vigia dois, o Amarildo, Vadinho, Zequinha e Toninho do Alécio. Pela praia, circulando de bicicletas estão o Roberto, Sêo Odi e o Amaro.

Na pesca da tainha, os vigias são peças fundamentais. São eles que avistam os peixes e orientam os camaradas na praia para realizarem o cerco. Pescador desde pequeno, historiador, dono de restaurante e também vigia, Arante Monteiro Filho, o Arantinho, fala da importância dos vigias na pesca da tainha.
José Ercílio Gonçalves, o Piranha, é um dos mais experiêntes vigias do Pântano do Sul. Nascido no Campeche há 59 anos , ele está na pesca desde os quatorze. De sóli parido a sóli murrido ele está lá na vigia, concentrado nos cardumes e de olhos fixos no infinito. Hoje, é um dos poucos camaradas que vivem exclusivamente da pesca. É um pescador profissional. Sem descuidar do mar, ele explica como é que vê os peixes.

DE OLHO NO PEIXE!

        
Vigias na Praia do Campeche!
(Via Silézio Sabino) 

domingo, 14 de junho de 2020

OS VIGIAS, SEGUNDO FRANKLIN CASCAES!


OS VIGIAS E A PESCA DA TAINHA NO PÂNTANO DO SUL

"...Além dos 20 homens que trabalham com as redes há os “camaradas vigias”. Estes são escolhidos e considerados entre a tripulação como verdadeiros técnicos na arte de enxergar o peixe nadando em direção dos lanços, isto é, lugares onde podem ser cercados com as redes. O número de vigias em Pântano do Sul é de um 20 homens, que se distribuem em volta da praia sobre cômoros e penhascos, permanecendo aí dias inteiros, vigiando com muita atenção o aparecimento dos peixes no lanço. Esses homens têm grande responsabilidade no êxito ou fracasso da pesca.

Quando um deles avista o peixe vindo em direção aos lanços, entra imediatamente “em conselho” com outros vigias para ver se convém ou não dar sinal à tripulação que está na praia aguardando ansiosamente a ordem de cercar. O peixe aparece, às vezes, em “magotes” (pequena quantidade) “fuzilando” (virado de barriga para cima), em “cano” (uma fila em direção ao lanço), em “manta” (quantidade regular), em “cardume” (quantidade maior) e finalmente, um “encarnado”, que são justamente muitos milhares de peixes. Quando o peixe entra no lanço e a quantidade é compensadora para uma boa pesca, os vigias iniciam o sinal e a tripulação que está na praia começa a correr em direção ao povoado, soltando uma espécie de clamor ou “apupo”, que ecoa pelos ares, alertando toda a população, que corre em disparada a caminho da praia para trabalhar ou assistir o espetáculo tradicional e maravilhoso que é a pesca da tainha, presente que o “Creador” vem lhes dando ano após ano desde o tempo dos seus antepassados.


SINAIS E POSIÇÕES DOS VIGIAS 
EM RELAÇÃO À SITUAÇÃO GEOGRÁFICA DA PRAIA

Combinada a ordem do sinal, os vigias entram em ação. Para dar os sinais, isto é, “abanar”, usam paletós, panos ou chapéus. Para a embarcação com a rede sair do rancho, até a “pancada da maré”, os vigias abanam à frente; para iniciar o cerco da praia até alcançar o lanço, abanam para o lado do Sul; para fazer o cerco, abanam para o lado Leste ou Oeste, conforme a posição do vigia; para fechar o cerco, abanam para o lado Norte. Para sair só uma embarcação com a rede, o vigia conserva-se no lugar onde está colocado.

Se eles calcularem o cardume que entrou no lanço em muitos milhares, então o sinal é dado da seguinte maneira: para sair outra canoa com rede o vigia desce do cômoro ou penhasco e vem colocar-se na praia junto ao mar; para duas redes, desce outro vigia e coloca-se ao lado do primeiro; para três redes, desce o terceiro e coloca-se ao lado do segundo e assim até completar o número de seis, se for preciso, e que é justamente o número de redes que eles possuem em Pântano do Sul. Quando o peixe aparece à noite, os sinais são dados dos mesmos lugares, cômoros ou penhascos, com fachos de bambus secos ou com tições, obedecendo o mesmo ritmo anterior, que é a tradição do lugar..."

(De " Crônicas de Cascaes" – primeiro volume
Fundação FRANKLIN CASCAES 
No dia 13 de junho de 1956 foi publicado a primeira crônica de Franklin Cascaes no Jornal A Gazeta, intitulada A PESCA DA TAINHA NO PÂNTANO DO SUL”)

(Colaboração do geografo  do José Luiz Sardá.)

SEO PEDRINHO E A PESCA DA TAINHA


Pedro Nascimento, o Pedrinho da Garopaba, 73 anos (na época) de pescarias no litoral catarinense e gaiteiro dos mais conhecidos, visitando a camaradagem do Pântano do Sul e tomando uma gelada no Capitão Ademir, faz suas previsões para a pesca da tainha em 2013 em SC

quarta-feira, 10 de junho de 2020

VIGIAS OU OLHEIROS?

Arante José Monteiro, o Arantinho do Pântano do Sul, historiador, pescador de tainhas e um dos proprietários do tradicional "Bar do Arante" explica que "Vigia"- e não "Olheiro"- é o nome utilizado na Ilha de Santa Catarina para denominar os pescadores que avistam as mantas de tainhas no mar e acenam para as canoas cercarem os peixes.

O VÍRUS E A CAMARADAGEM NA TAINHA!


Fotos do Milton Ostetto


No Campeche, a pesca da tainha nestes tempos de vírus!

terça-feira, 9 de junho de 2020

E O PEIXE FUGIU...


Durante o cerco , parte da rede acaba "rasgando" fazendo que centenas de peixes voltassem ao mar. gravação realizada 07/07/19 -  Confira um belo cerco de tainhas realizado em Bombinhas - SC - Cerco realizado pela "equipe" da canoa Samaria.