quarta-feira, 30 de setembro de 2020

MAR-CAIS

Resultado de imagem para espelho embaçado

Me vendo 
Não compro 
Escrevendo 
Cada vez me vendo mais

 (Fernando Alexandre -primavera 89)

OLHANDO ILHAS, ESPERO...


SEM SARDINHAS


O período de defeso de sardinha verdadeira (Sardinella brasiliensis) se iniciará no próximo dia 1 de outubro e se estenderá até 28 de fevereiro. 
A Instrução Normativa IBAMA n°15/2009 proíbe a captura da Sardinha - verdadeira, na área compreendida entre os paralelos 22°00´ Sul (Cabo de São Tomé, Estado do Rio de Janeiro) e 28°36´Sul (Cabo de Santa Marta, Estado de Santa Catarina).

sábado, 26 de setembro de 2020

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

PEIXADA NA MESA

Foto Tavabom Demais
Peixada nordestina - Não é Moqueca!
 
O QUE VAI...
2 postas grandes de peixe (cavala ou pescada branca)
1 cenoura cortada em quatro
1 chuchu pequeno cortado em quatro
2 batatas cortadas ao meio
1 pimentão em rodelas grossas
2 cebolas em rodelas grossas
2 tomates em rodelas grossas
Coentro picado
Azeite de oliva Sal e pimenta a gosto
Farinha de mandioca
2 ovos cozidos partidos ao meio

FAZENDO...
Em uma panela larga arrume metade de todos os legumes.
Coloque por cima as postas do peixe. Tempere com sal, pimenta, bastante coentro picado e regue com azeite. Faça outra camada com o restante dos legumes, tempere novamente com sal, pimenta, coentro e azeite. Leve ao fogo baixo com a panela tampada e cozinhe por aproximadamente 20 minutos.
Arrume os legumes, o peixe e os ovos cozidos em uma travessa aquecida e reserve.

Com o caldo que ficou na panela faça um pirão despejando lentamente a farinha até dar o ponto de um mingau grosso, mexendo sempre até levantar fervura. Sirva imediatamente junto com a peixada e arroz branco.

ÁGUAS PASSADAS...

Foto Fernando Alexandre

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

NA PRAIA, JUNHO


Ter vivido em um mundo 
onde nuvens eram brancas esponjas 
diluindo um céu bizarramente blue 
gralhas-azuis nos galhos da nossa varanda 
e as espumas de intensos instantes 
sopradas furiosamente por um vento sul 
entre os apupos dos pescadores logo cedo 
os olhos bordejando as ilhas distantes 
antes mastigaram o nevoeiro 
nossos corpos satisfeitos e ainda quentes 
lendo as pistas que os detetives noturnos não seguiram 
os pés imprimindo em sua passagem 
a sensação de uma vida acontecendo 
limpa como a areia após a onda. 

-
"Na praia, junho" é um dos poemas de "O enigma das ondas" (Iluminuras), que está chegando às livrarias esta semana. 

ÓLEO E SANGUE NOS MARES DE SC

Foto Arquivo - Não faz parte da matéria do ND
Abate de baleias para extração do óleo ocorreu até 1960 em praias de Florianópolis
Sul da Ilha de Santa Catarina foi palco de caçadas sangrentas

por Edson Rosa
FLORIANÓPOLIS

Hoje são fotografias ou o simples avistamento, mas até 1960, era o óleo de baleia o que mais interessava aos caçadores do mar. Tataraneto do capitão Izidoro Pires, açoriano que veio a Desterro no século 18 com a missão de fundar a primeira armação, o pescador e bombeiro aposentado Aldo Corrêa de Souza, 73, se lembra com detalhes das caçadas na ponta sul da Ilha. Enquanto conserta a rede de anchova, de costas para o rio Sangradouro, conta que o arpão era um cano de ferro com mais ou menos 1,20 de comprimento e que em uma das pontas era soldada uma lança de uma polegada muito bem afiada.


Na outra ponta, um pedaço de madeira era embutido e parafusado, formando uma espécie de cabo para facilitar o manuseio. Na parte oca, o arpoador colocava estopim com espoleta, duas bananas de dinamite e papel picado, tudo socado em pedacinhos. “O cano era fechado com tijolo maciço, para a carga não sair pela culatra”, diz. 


Para completar o ritual sangrento, eram colocadas cabeças de fósforos, enquanto a ponta do estopim era descascada. Lentamente, a embarcação a remo se aproximava da baleia, sempre pela cabeça para evitar golpes com a cauda. O arpoador esperava o melhor momento de lançar, mirando do respirador para trás ou embaixo das barbatanas. Quando a franca era atingida, mergulhava para tentar se livrar da lança. Porém, conforme sacudia o corpanzil, mais o ferro o penetrava. 

Nesse momento, o estopim acionava a espoleta, e havia a explosão. O esguicho de sangue subia pelo menos dez metros, e deixava enorme mancha avermelhada no mar. Abatida, a baleia era arrastada à praia em meio à euforia de caçadores e curiosos em terra, onde começava a segunda parte do massacre.


Engenho de azeite é primeiro emprego
Com facões afiados, os homens se encarregavam de carnear a franca, cortando grossas camas de gordura. O toucinho de até meio metro de espessura era fervido em grandes tonéis de cobre, de onde o óleo era repassado a latões de 200 litros. O produto, que no período colonial era usado na iluminação pública e na construção de casas, até 1960, era exportado para lubrificar o maquinário da indústria japonesa. 

O aposentado Darci Brasiliano Vieira, 70, que reforça a aposentadoria como guia turístico na Armação, nunca foi para o mar, mas na adolescência ganhou seu primeiro dinheiro com as caçadas às baleias. “Quando eu era garoto, trabalhava cortando e fervendo toicinho para fazer óleo. Cheguei a comer, mas a carne é muito forte”, recorda.


Darci e Aldo Corrêa, que trabalharam entre 1957 e 1960, representam a última geração de caçadores da Armação vinculados à Pesqueira Pioneira da Costa. “Esta enseada, do Matadeiro ao Pântano do Sul, é um grande cemitério de baleias. Tudo tombado pelo patrimônio histórico [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]”, diz Darci. 

Dependente da sazonalidade do turismo e das incertezas da pesca, Darci usa a história da Armação para cativar visitantes, mas lamenta a falta de iniciativa do poder público e da iniciativa privada para resgatar a baleia como fonte de renda não letal para a comunidade local de pescadores. “Seria bom, por exemplo, se criassem um centro cultural e projeto para turismo de observação, embarcado ou pelas trilhas”, sugere.


Marcas do passado sangrento
Uma das atrações turísticas de Imbituba, a 90 km de Florianópolis, o Museu da Baleia, ocupa antigo casarão onde, entre o século 18 e 1973, a carne e a gordura de cerca de 400 baleias eram processadas por ano. A finalidade do local agora é outra: contribuir para a preservação da espécie e na educação ambiental. 

Inaugurado em 2003, o museu não serve apenas para reconstituir a história econômica da região a partir do século 17, quando foi criada a armação austral de caça da baleia de Imbituba. Mas alertar para o bom negócio que é preservação dos mamíferos do mar. O acervo tem cópias de documentos, como o contrato que o marquês de Pombal usou para deflagrar a pesca da baleia no Sul do Brasil em 1796. Preserva contratos de compra e venda de óleo de baleia, usado para iluminar cidades como Rio e São Paulo, e na argamassa e reboco de construções históricas, como igrejas e casarões coloniais. Também expõe fotos e utensílios que marcaram esse ciclo econômico da cidade. 

Com população de 35 mil habitantes, Imbituba vive da renda do porto privado e do turismo. No inverno, são as baleias-francas que, de julho a outubro, ajudam a girar a economia local, movimentando pousadas e restaurantes também de Garopaba e Laguna. 

A condutora ambiental Maria Aparecida Ferreira acredita que a proibição do turismo embarcado para observação reduzirá, também, o interesse de visitantes pelo acervo do museu. “O importante é aproveitarmos este momento para discussão ampla sobre o impasse e o futuro da APA”, diz.


BALEIA-FRANCA - APA (Área de Proteção Ambiental)
O que é: Unidade de Conservação Federal criada por decreto em 14  de setembro de 2000, para proteger a espécie Eubalaena australis, a baleia-franca austral, que vem ao Sul do Brasil para ter seus filhotes e amamentá-los nos meses de junho a novembro. Define normas de conduta e manejo das atividades humanas a fim de preservar os atributos naturais relevantes e assegurar a qualidade de vida das pessoas.
Artigo 15 da Lei Federal 9.985: APA é área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais, especialmente importantes para a qualidade e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
Objetivo: Proteger, em águas brasileiras, a baleia-franca austral, ordenar e garantir o uso racional dos recursos naturais da região, ordenar a ocupação e utilização do solo e das águas, ordenar o uso turístico e recreativo, as atividades de pesquisa e o tráfego local de embarcações e aeronaves.
Onde fica: Abrange 156.100 hectares, com aproximadamente 130 quilômetros de extensão com manguezais, restingas, dunas, florestas de planície quaternárias, praias, promontórios e ambientes lagunares. Estende-se da ponta Sul da praia da Lagoinha do Leste, no Sul de Florianópolis, ao Balneário do Rincão, ao Sul do Cabo de Santa Marta.
Municípios: Florianópolis, Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba, Imbituba, Laguna, Tubarão, Jaguaruna e Içara.
Órgãos Similares (Não confunda)
Projeto Baleia Franca: Criado em 1982, anterior ao decreto de criação da APA, o Projeto Baleia Franca iniciou suas atividades de pesquisa e monitoramento, além de educação e conscientização públicas para monitorar e garantir a sobrevivência em longo prazo da população remanescente de baleias-francas no Sul do Brasil. Com sede no Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca, na Praia de Itapirubá, Imbituba, é mantido por parceria entre a IWC/Brasil (Coalizão Internacional da Vida Silvestre) e Petrobras, desenvolvendo atividades de pesquisa e conservação em longo prazo.
Instituto Baleia Franca: Por meio da ciência e educação, busca o desenvolvimento econômico e sustentável da região, servindo como agente facilitador do acesso ao conhecimento ás comunidades da APA da Baleia Franca. Com monitoramento dos animais, o Instituto Baleia Franca visa à preservação da espécie Eubalaena australis, em Santa Catarina, auxiliado pelo levantamento de dados científicos sobre os comportamentos, locais de ocorrência e número estimado de indivíduos na região Colabora na elaboração e no cumprimento de normas para turismo de observação, mergulhos e aproximações.
(Publicado em 17/08/13-16:53 por: Redação ND - www.ndonline.com.br).

MANEMÓRIAS

Praia de Bom Abrigo - Foto de Sisquecemo Onome 

"Portaria Imperial proíbe a construção de casas nas praias da cidade de Desterro, ficando estas reservadas apenas para logradouros públicos."
Isso foi no dia 25 de janeiro de 1825.

NAVEGANDO

A imagem pode conter: 2 pessoas, água, texto que diz "NAV OCEANOGRAFIA OCEANOGRAFIAAMBIENTAL AMBIENTA TÉCNICO AMBIENTAL EMBARCADO CURSO TÉCNICO ONLINE EQUIPE MARCELO TAKAGUI OCEANÓGRAFO GERENTEDE GP PROJETOS DA NAV OCEANOGRAFIA Algar: JOÃO ZANELLA OCEAN MESTRE EM ENG. OCEÂNICA AOCEANOGRAFIA NAV CEANOGRAFIA DA R$ 330,00 PicPay SOLICITE FICHA INSCRIÇÃO CONDIÇÕES AGAMENTO INVESTIMENTO: SAIBA MAIS: (21)994580729 NAVSONAVOCEANOGRAFIA.COM.BR PLATAFORMA: GOOGLE MEET"

terça-feira, 22 de setembro de 2020

JACK O MARUJO

Capitão De Mar, Marinheiro Idoso Marinho Com Tubulação Ou Bluejacket,  Marinheiro Com Barba Ou Marinheiro Dos Homens Curso Pelo Na Ilustração do  Vetor - Ilustração de idoso, curso: 108846768
-Levantar âncora! disse Jack o Marujo.
- Capitão, estamos no bar!


MAR DE BALEIAS




Sobrevoo de monitoramento registra 42 baleias-francas entre SC e RS

Um total de 42 baleias-francas foram avistadas no monitoramento aéreo realizado nos dias 17 e 18 de setembro no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Eram 20 mães acompanhadas de filhotes e 2 adultas sozinhas. Esse foi o principal sobrevoo de monitoramento da Temporada 2020, já que setembro é o auge do período reprodutivo das baleias-franca, quando um maior número de indivíduos é registrado no litoral sul do Brasil. O próximo sobrevoo está previsto para novembro, no fim da temporada. 

Intitulado expedição ProFRANCA, o sobrevoo estendido é uma ação conjunta do programa de monitoramento das baleias-francas da SCPAR Porto de Imbituba (SC) e do Projeto Franca Austral, realizado pelo Instituto Australis, com patrocínio Petrobras. 

Além do tradicional monitoramento que abrange a região da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, entre Torres, no Rio Grande do Sul, e Florianópolis, Santa Catarina, o percurso foi estendido e iniciou no município de Santa Vitória do Palmar, extremo sul gaúcho, percorrendo cerca de 1.000 km de costa até a cidade de Penha no litoral norte de Santa Catarina.
Dentro da área regularmente sobrevoada em anos anteriores, entre Florianópolis (SC) e Torres (RS) foram avistadas 30 baleias, sendo (15 mães acompanhadas de filhotes), um número menor que observado em setembro do ano passado, quando foram avistadas 52 baleias no mesmo trecho. 

BAIXO NÚMERO 

Segundo Karina Groch, Diretora de Pesquisa do ProFRANCA, “o baixo número de baleias foi uma surpresa, pois este ano as baleias chegaram na região mais cedo, o que em geral é um indicativo de um número maior de baleias virem se reproduzir no litoral do Brasil. Além disso, estamos tendo um ano muito atípico em termos de distribuição das baleias, com ocorrência mais ao sul. E temos feito contato com os pesquisadores que atuam nas outras áreas de concentração de baleias-franca no Hemisfério Sul, que também estão registrando números menores que em 2019”. 
A maior concentração foi registrada em Laguna (SC), com 24 indivíduos, seguido de Mostardas (RS), com 10 baleias, Jaguaruna, 6 baleias e Capão da Canoa (RS), 2 baleias. Além das baleias, foram avistados grupos de toninhas (Pontoporia blainvillei), pinípedes (lobos e leões marinhos) e golfinhos nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus).
A equipe de monitoramento aéreo, formada por 1 a 2 observadores e um fotógrafo, faz o censo e o registro da localização dos indivíduos, além da fotografia das baleias. As fotos serão utilizadas na identificação dos indivíduos adultos, possível através de calosidades que cada animal possui sobre a cabeça, únicas para cada baleia-franca, como se fosse uma impressão digital. 
Segundo os pesquisadores que participaram do sobrevoo, diversos fatores podem influenciar no número de baleias em áreas reprodutivas avistadas neste ano. “A variação pode estar atrelada a fatores como a disponibilidade de alimento antes da migração e a reprodução desses animais na Argentina, que é uma área mais próxima às zonas de alimentação, localizadas na Antártica”, afirma Gilberto Ougo, oceanógrafo da empresa Acquaplan que integrou a equipe da expedição.

MONITORAMENTOS

Um monitoramento sistemático a partir de terra está sendo realizado pelo projeto ProFRANCA ao longo de 15 pontos fixos na região da APA da Baleia Franca. A metodologia empregada dá continuidade aos estudos de longo prazo realizados pelo Instituto Australis, para avaliar a abundância, o padrão de distribuição, a sazonalidade e o comportamento das baleias-francas. 
Na região do Porto de Imbituba, o Programa de Monitoramento integra o Plano de Controle Ambiental (PCA) da SCPAR Porto de Imbituba, Autoridade Portuária. Realizado há 12 anos, o trabalho abrange duas metodologias: monitoramento aéreo e terrestre. Por terra, a observação ocorre em pontos fixos nas enseadas das praias do Porto e da Ribanceira, entre os meses de julho e novembro, e é executado pela empresa Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental e o 
Instituto Australis.

O monitoramento da frequência dos cetáceos na região possibilita que o porto estabeleça controles operacionais voltados à conservação da espécie. “As informações coletadas ao longo da temporada permitem analisar a frequência de uso e comportamento das baleias, a fim de garantir a segurança e a conservação da espécie em harmonia com as operações portuárias”, avalia Camila Amorim, oceanógrafa e gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da SCPAR Porto de Imbituba.

As baleias-francas

A baleia-franca é uma espécie ainda ameaçada de extinção no Brasil, e conta com uma população estimada em 500 indivíduos e uma taxa de crescimento de 4% ao ano. Os números são resultado de uma tese de doutorado apresentada este ano, contemplando a uma análise de 15 anos de dados dos sobrevoos de monitoramento da espécie. A realização e continuidade deste monitoramento sistemático de longo prazo é fundamental para acompanhar a recuperação populacional da espécie no sul do Brasil.

(Para saber mais visite www.baleiafranca.org.br e acompanhe nossas redes sociais @institutoaustralis.)

OLHANDO ILHAS, ESPERO...

domingo, 20 de setembro de 2020

MAR DE POETA


M
 O      O
S  ONHO  S
      FA   ZEN    DO      
         HARA       KIRI          

(Fernando Alexandre - Primavera/90)

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Na costa brasileira, o plâncton bioluminescente ocorre com frequência na Ilha do Mel, entre os meses de agosto e setembro. Foto: Reprodução/Internet

Começa temporada de praia “iluminada” por plâncton na Ilha do Mel 

por Redação JB Litoral

Alguns sortudos já tiveram a oportunidade de caminhar à noite, pela praia, e se encantar com uma luminosidade diferenciada vinda do mar, produzida por algumas espécies marinhas. Assim como o vaga-lume, alguns peixes, moluscos, algas, dinoflagelados e entre outros, principalmente no ambiente marinho, possuem uma característica interessante: a bioluminescência.

Essa característica diz respeito à capacidade de um ser vivo de produzir luz fria e visível, e é gerada por reações químicas. Aqui no litoral do Paraná, especialmente na Ilha do Mel, está aberta a temporada de plâncton bioluminescente, conjunto de organismos que ficam suspensos na água e englobam seres fotossintetizantes e pequenos animais – geralmente mais abundantes entre agosto e setembro.

Embora seja uma reação química comum da natureza, a luminosidade não deixa de impressionar, até mesmo quem mora na região e já está acostumado com a beleza das luzes. O empresário Carlos Gnata conta que adora admirar o efeito destes pequenos animais nas ondas do mar, e que sempre sugere a paisagem aos hóspedes. “Para quem tem o interesse em ver o efeito do plâncton, é bem surpreendente. É possível vê-lo em noites de lua nova ou quando não há lua, quando está mais escuro e a possibilidades de observar é bem maior”, disse.

Pesquisas mostram que este tipo de espetáculo é causado por bactérias bioluminescentes e por algumas espécies vegetais marinhas, como algas, que emitem uma luz parecida com neon que realça no movimento das marés. Apesar de boa parte da bioluminescência marinha apresentar uma coloração entre o verde e o azul, algumas espécies de peixes produzem um brilho vermelho.

De acordo com o biólogo Caio Fernandes, a incidência do plâncton no litoral do Paraná é de coloração verde devido à formação de manguezais, com riqueza em materiais orgânicos. “A bioluminescência ocorre quando há o movimento de águas mais quentes. Esses ‘microbichinhos’ do mar funcionam como filtradores e aparecem apenas em ambientes livres de poluição”, ressaltou.

Fenômeno também acontece em outras praias do litoral

O professor dos cursos de Oceanografia e Engenharia de Aquicultura, do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (UPFR), campus Pontal do Paraná, Luiz Mafra Junior, comenta que o fenômeno pode ser observado em outras praias do litoral paranaense, mas que, realmente, a visualização é facilitada na Ilha do Mel, onde a iluminação artificial é bem mais escassa à noite.

Além disso, ele explica que, provavelmente, os meses de agosto e setembro são a época do ano de maior incidência dos registros pois há mais presença dos microorganismos bioluminescentes na região. “Fatores como correntes marinhas predominantes, quantidade de chuva e a direção e intensidade do vento na superfície da água do mar podem levar a um maior acúmulo destes organismos planctônicos bioluminescentes“, diz.

Nas praias do Sul do Brasil, nesta época do ano, é comum a presença de dinoflagelados, como a espécie Noctiluca scintillans, que produz a bioluminescência e é a mais associada ao fenômeno na região.

No litoral paranaense, os organismos bioluminescentes mais encontrados são os da espécie Noctiluca scintillans. Foto: Reprodução/Internet

Mais luz

Conforme o biólogo Caio Fernandes, “a bioluminescência é uma reação química natural que ocorre com alguns micro organismos marinhos, que usam essa técnica para atrair presas ou afastar predadores”. O plâncton é “aceso” quando ocorre alguma agitação na água – quanto maior, mais forte é a intensidade do brilho.

Normalmente, o movimento das ondas ou até mesmo dos barcos na navegação ajudam a criar os efeitos mais intensos. Caio diz ainda que “a incidência desse fenômeno está relacionada à quantidade de nutrientes nas águas. Quanto mais matéria orgânica, maior a chance de ocorrer uma bioluminescência”.

Plâncton sobrenatural

Existem relatos de que, no século 17, exploradores espanhóis tentaram fechar a baía de Mosquito Bay, no Caribe, para tentar impedir a formação da bioluminescência. A justificativa era que o fenômeno foi criado por forças maléficas sobrenaturais. Porém, a atitude causou o efeito contrário.

Ao reduzir o fluxo de água na baía, foi aumentada a concentração de vitamina B12 que era liberada pelas árvores dos manguezais, com isso, a quantidade de micro organismos disparou. Em um balde de água retirado da baía, era possível encontrar cerca de 750 mil seres.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

MAR DE FALARES


Rapásh, si tú não sábish jogá a tarráfa ainda, ishpía êssi tutoriáli cu pái fêsh insinându dereitínhu. Êssi vídiu fôi másh uma parcería du Dezarranjo Ilhéu cu Chico Bateira​ u mônshtru dásh paródia. 

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

PESCA ARTESANAL PROIBIDA?

Praia da Armação será um dos locais que passará por fiscalização – Foto: Anderson Coelho/ND

Floram fiscalizará turismo e pesca irregular no Sul da Ilha

Cumprindo determinação judicial, equipes de diferentes órgãos ambientais apurarão presença irregular de equipamentos e construções em cinco praias da região

FELIPE BOTTAMEDI, FLORIANÓPOLIS

A Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente), junto a outros órgãos, deu início nesta quarta-feira (9) a um levantamento para apurar a presença ilegal de equipamentos e construção de pesca e de suporte ao turismo no Sul da Ilha de Santa Catarina. A ação será feita na região costeira de cinco praias localizadas entre o sul do Morro das Pedras e a Ponta do Fuzil, no Pântano do Sul.

O intuito é regularizar ou remover o que estiver inadequado. Os órgãos atendem a uma determinação da desembargadora federal Marjôrie Cristina Freiberger, que acatou uma ação civil pública movida em 2018 pelo MPF (Ministério Público Federal).

Também são réus da ação o IMA (Instituto do Meio Ambiente), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Dentre os objetivos da ação civil do MPF está a realização de um estudo detalhado das interferências irregulares na região, que comporta APPs (Áreas de Preservação Permanente), construções históricas e locais turísticos; o que contribuiria para a preservação ambiental do local, argumenta o órgão.

Serão alvos da fiscalização construções referentes à pesca e ao turismo, como ranchos de pescadores, trapiches, restaurantes, estabelecimentos hoteleiros, entre outros. Assim como equipamentos náuticos: embarcações, redes, armadilhas, cabos e outros apetrechos de pesca.

Embora não tenha determinado prazo específico, o TRF-4 definiu que o descumprimento da ação acarreta multa diária de R$ 5 mil a cada órgão.
Fiscalizações

De acordo com Rafael Polleto, procurador da Prefeitura de Florianópolis, as fiscalizações seguem um cronograma montado junto aos outros órgãos alvos da ação. Para tanto, os órgãos dividiram toda a região em cinco áreas.

Começando pela praia do Caldeirão, no Morro das Pedras, a agenda de fiscalização ocorrerá na ordem das praias, sentido Sul. Nas próximas cinco semanas, sempre nas quartas-feiras, as equipes fiscalizarão as outras praias que integram o trecho – Armação, do Matadeiro, Lagoinha do Leste e Pântano do Sul.
Toda a região costeira entre a praia do Caldeirão e a Ponta do Fuzil será fiscalizada – Foto: Google Maps/Divulgação/ND

Os fiscais identificarão os responsáveis pelas interferências na região, como também apurarão se há documentos que permitam a atividade. Construções ligadas à pesca, mesmo que não integrem a faixa de areia, também serão alvo da fiscalização.

Cada situação (redes, trapiches, etc) é regularizada por um órgão distinto, o que explica em parte o número de réus envolvidos no processo. A título de ilustração, a regularização dos trapiches depende do aval tanto da Floram, quanto do IMA e da SPU (Superintendência do Patrimônio da União).

“Por exemplo, ao vermos um trapiche, buscaremos os responsáveis para ver se há as autorizações necessárias. Tendo autorização, não será feito nada. Mas caso a pessoa não tenha autorização, e não seja possível regularizar, então será aplicado uma medida de retirada. Mas seguindo o processo administrativo, e respeitando o contraditório” explica Polleto.
Equipamentos e ranchos de pesca, além de estabelecimentos serão fiscalizados – Foto: Anderson Coelho/ND

Pescadores temem contenção

Pescadores consultados pela reportagem temem que a medida afete a categoria. Eles acreditam que a falta de instrução por parte de alguns trabalhadores e as burocracias necessárias para o processo afasta muitos pescadores da regularização. A irregularidade atingiria principalmente as embarcações menores, ressaltam.

Aldori Aldo de Souza, presidente da Apaaps (Associação de Pescadores Artesanais da Armação e do Pântano do Sul), afirma que a Justiça deveria ter ouvido os pescadores antes de ter tomado a decisão. A primeira visita dos fiscais, na última sexta-feira (4) já era para tratar das regularizações.

Para Aldo, as medidas têm que ser cautelosas para não suprimir a cultura local. “Quero meu espaço e continuar fazendo o que foi passado pelos meus antepassados” ressalta.
Preservação ambiental, conservação de monumentos históricos, contenção da ocupação irregular

A ação civil movida pelo procurador da república Eduardo Barragan, e que deu início ao processo, é bastante ampla e não se restringe à pesca. Entre outras coisas, o procurador da república Eduardo Barragan solicita um estudo detalhado sobre os bens da União presentes nesta região costeira.

Isso inclui, além das APPs (Áreas de Preservação Permanente), as comunidades nativas presentes, o zoneamento urbano da região, e pontos em que há trilhas de relevância cultural. Diante das construções irregulares, será feito o levantamento das datas de prestação do fornecimento de água e luz e certidões de ocupação.

O levantamento é necessário, argumenta Barragan, para conter a ocupação e o uso irregular do território. E também a promoção da recuperação do meio ambiente. O procurador cita, por exemplo, a necessidade de “cessar o lançamento de efluentes não tratados nas águas costeiras do mar territorial”.

Para Barragan, os órgãos seriam responsáveis por não tomar “nenhuma medida efetiva para impedir a continuidade diuturna dessas intervenções [ilegais], tampouco efetuarem a remoção das construções, a recuperação do Meio Ambiente”.

(Do https://ndmais.com.br/)

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

NO MAR PROFUNDO


"O enigma das ondas é o sétimo livro de poemas de Rodrigo Garcia Lopes, um dos mais instigantes e inquietos poetas brasileiros que vem, desde os anos 80, construindo uma sólida carreira literária, com vários títulos publicados por esta casa editorial.

Rodrigo Garcia Lopes traduziu Epigramas, de Marcial, O nave­gante (anônimo anglo-saxão), Rimbaud, Whitman, Apollinaire, tendo apresentado as obras de Laura Riding e Sylvia Plath ao leitor brasileiro. Também lançou um livro de entrevistas com personalidades da arte e cultura norte-americanas, um romance policial, dois álbuns de canções e coeditou por doze anos a revista Coyote, publicando poetas e prosadores brasileiros e do exterior.

O enigma das ondas revela um poeta em plena maturidade, que reacende a força e a relevância da poesia, mostrando que ela pode explorar em profundidade, e em registros múltiplos, a realidade contemporânea e a existência. Em 91 peças, o volume traz poemas líricos, políticos, críticos, satíricos e reflexivos.

Seus poemas enfrentam o mundo esteticamente e exibem uma urgência vital em nossos tempos turbulentos, como em “Selvageria”: “No fim o desembargador era o chefão de uma milícia assassina / E o incêndio na favela celebrado com fuzis e buzinas. / Mais cadáveres encontrados na lama da barragem / E o coronel torturador ganha mais uma homenagem [...]”. Ou momentos líricos como “Na praia, junho”: [...] os olhos bordejando as ilhas distantes / antes mastigaram o nevoeiro / nossos corpos satisfeitos e ainda quentes / lendo as pistas que os detetives noturnos não seguiram / os pés imprimindo em sua passagem / a sensação de uma vida acontecendo / limpa como a areia após a onda”.

Poesia como investigação, aven­tura da palavra, forma de co­­­nhe­cimento do mundo.

Pela abrangência de questões, pelo esmero estético, O enigma das ondas é um momento alto da poesia brasileira recente."

(Samuel Leon - Editor)

"Que língua fala Rodrigo Garcia Lopes? Aposto que nem ele mesmo sabe, do contrário não seria poeta. Mas seu enigma nos toca. Mais que isso, especialmente em tempos de pandemonium e pandemia, seu enigma em forma de onda nos leva a realizar o melhor aéreo reverso da sensibilidade. Com essa proeza, trocamos o confinamento pelo mundo lá fora, que nos espera em tormenta, como pressentido pelos personagens de Hopper, ou em epifania epigramática, como na língua de Marcial. Palavras, poemas e capítulos são ondas dentro de ondas. Mas o livro como um todo não é um mar: é ainda outra onda, densa e leve como as melhores ondas costumam ser. Janelas das palavras abertas, atingimos o lábio dessa onda e voamos para descobrir que a poesia em que vivemos está tomada de realidade. Uma onda é um monumento momentâneo. Mas O enigma das ondas durará."

(Vitor Ramil)

MARISCOS DO DON PABLO

Foto Duda Hamilton
Porque hoje não é sábado...
Ai vai...

O que precisa

 -1 kilo de Mariscos, pré cozidos e sem casca
-  2 cebolas roxas
- 2 dentes de alho
- 2 tomates médios
- 1 pimentão vermelho médio
- 2 limões galegos...

Fazendo...

 Tudo bem picadinho, para temperar, suco dos 2 limões galegos, uma pitada de vinagre de maçã, azeite de oliva extra virgem, sal pimenta do reino moída na hora e grãos de coentro a gosto. 
Para finalizar um pouco de salsinha bem picadinha, se mistura tudo e se deixa descansar por no mínimo meia hora. 
Comer sozinho ou com uma bolachinha, torradinhas ou pãenzinhos e uma cervejinha bem gelada. 
Buon apetit mon ami!

( Do Pablo Corti, arquiteto de gostosuras e otras cositas más!)

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

CAMARÃO BEBUM


Camarões flambados na cachaça
Deliciosos camarões flambados na cachaça.

Ingredientes
Número de doses: 2
10 camarões (grandes e limpos)
2 colheres de sopa de azeite
20 g de manteiga
1 dente de alho (picado)
2 ramos de tomilho (fresco)
2 ramos de alecrim (fresco)
1/4 de xícara de salsinha (picada)
100 ml de cachaça
Sal
Pimenta do reino (a gosto)

Preparação
Aqueça uma frigideira média em fogo alto, coloque o azeite e a manteiga e espere esquentar.
Coloque os camarões na frigideira com cuidado. Arrumando-os de forma que não fique um em cima do outro.
Tempere com sal, pimenta e as ervas.
Acrescente o alho picado e vire os camarões. Deixe dourar por mais 1 minuto.
Retire a frigideira do fogo e coloque a cachaça e volte rapidamente a frigideira ao fogo. Neste momento o álcool pegará fogo sozinho. Abaixe o fogo e espere apagar sozinho.
Quando acabar de flambar retire a frigideira do fogo e junte a salsinha.

CAMINHOS...

Foto Fernando Alexandre

Todos levam...
Alguns levam a memórias...

QUEM?




O FUTURO MANDOU LEMBRANÇAS

O dia, velho cigano, se encerra, 
levando seu ouro para a China.
A noite está fresca na retina.
Quem vai herdar nossa miséria?

A vida uma comédia, só que séria: 
Praias tão vazias, páginas tão pálidas
de tanto mistério, de tanto serem lidas.
Quem vai herdar nossa miséria?

Amigos distantes, estas linhas aéreas,
Instantes que foram isso, nada, espuma, 
vislumbres, madrugada, alguma lua. 
Quem vai herdar nossa miséria?

Minha dor mora onde outros tiram férias.
O passado é um rio que não regressa
e o presente, essa falsa promessa:
Quem vai herdar nossa miséria?

Uma sílaba no ar ainda reverbera.
Dunas mudas, dorso negro de montanhas, 
o céu, lápide ardósia nessa quase manhã. 
Quem vai herdar nossa miséria?
***