terça-feira, 30 de abril de 2019

TAINHAS CHEGANDO!

Foto Fernando Alexandre
As tainhas já estão chegando em nosso litoral, antecipando as expectativas de uma boa safra pra este ano! Em Laguna e Garopaba os pescadores já estão capturando alguns peixes com tarrafas e pequenas redes. Contam, e ninguém confirma, que na Praia do Saquinho o Quirino já matou umas belas cabeçudas! No Pântano do Sul as primeiras já apareceram : misturadas num cardume de tainhotas, cerca de 150 delas foram cercadas e arrastadas na praia pela canoa menor da família de Seo Arante.

CONFIRMADO!

Confirmado a chegada das tainhas de 2019.!

segunda-feira, 29 de abril de 2019

ENSAIO GERAL


Foto Alcides Dutra
 Cardumes de tainhas estão se agregando, devem estar se preparando para a grande migração.


Curta a página do INSTITUTO LARUS. — comAlcides Dutra.

TAINHAS: CADASTRO COMEÇA HOJE

Canoas devem ser liberadas para cerco a partir de quarta, 1º de maio. – Marco Santiago/ND

Cadastro de canoas de arrasto para safra da tainha 2019 inicia nesta segunda-feira

Setor pesqueiro industrial ainda aguarda publicação de portaria com cotas e prazos; expectativa maior é sobre industriais, que extrapolaram volume de pescados em 2018

Mesmo sem publicação da portaria que estabelece prazos e cotas para a safra da tainha de 2019, o escritório do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) em São José inicia nesta segunda-feira (29) o cadastramento dos pescadores artesanais na modalidade arrasto com canoa. Tradicionalmente, essa modalidade é a que abra a safra, sempre no dia 1º de maio de cada ano. Os pescadores de outras regiões do Estado devem procurar as Colônias onde estão cadastrados para verificar como fazer o pedido.

A autorização para iniciar o processo de liberação das permissões foi emitida pelo MAPA na última quinta-feira (25), após pleito da Associação Social Artesanal e Cultural dos Pescadores do Campeche, apresentado em reunião com membros do Ministério e da Secretaria Especial da Pesca, e que pede ainda a inclusão esta categoria de pesca na Instrução Normativa 10/2011, do Ministério do Meio Ambiente, que lista as modalidades passíveis de licenciamento.

A Associação foi representada no evento em Itajaí pelo advogado Ernesto São Thiago, que diz que não há discussão quanto ao calendário da safra e que enquanto a portaria não for definitivamente publicada a pesca não estaria autorizada, mas acredita que o Ministério vai manter o dia 1º de maio para abertura da safra com início da pesca artesanal.

Segundo o presidente da Associação do Campeche, Claudinei José Lopes, o Nei, a expectativa é de que todos os pescadores que receberam permissão para armar suas parelhas sejam contemplados nesse novo procedimento. “Nós fizemos um dossiê explicando as peculiaridades do arrasto de praia e acabamos tendo esse sinal de liberação por parte do Ministério”, disse Nei.

A minuta da portaria que informa as datas e as cotas já foi concluída pela Secretaria Especial da Pesca, mas ainda aguarda análise do departamento jurídico do MAPA. A expectativa era de que o documento fosse publicado até sexta da semana passada.

Modalidade mais antiga
A pesca de parelha é uma das mais antigas e difundidas do mundo. Aqui no Brasil, foi essa modalidade que fez da tainha uma tradição que todos os anos envolve comunidades por diversas praias do litoral catarinense.

Arrasto de praia é modalidade mais antiga da captura da tainha no litoral catarinense – Joyce Reinert/ND

Na técnica, dois barcos arrastam uma única rede, que pode medir entre 100 m e 600 m metros de comprimento, com uma altura no centro que varia de seis metros a 20 m. Ainda hoje as comunidades pesqueiras mantem essa tradição com canoas forjadas em um único tronco de Garapuvu e movidas a remo que se lançam ao mar após o sinal do olheiro, cercam o peixe e contam com apoio de uma multidão na areia para puxar o pescado.

Nas praias do Sul do Estado, o cerco é feito com canoas motorizadas, devido as condições do mar, que é mais aberto a partir de Laguna.

Arrasto não tem cota, industriais seguem indefinidos

Diferente de outras categorias, o arrasto de praia e o emalhe costeiro não estão submetidos as cota de pescado como ocorre no emalhe anilhado e nas modalidades industriais. A reportagem do ND chegou a requisitar informações do MAPA, em Brasília, sobre os detalhes da portaria, mas a informação ainda não foi respondida.

Entre os pescadores a expectativa é de que as regras sigam as mesmas da portaria de 2018, que estabeleceu os seguintes prazos:

Arrasto, desembarcada ou não motorizada, entre 1° de maio e 31 de dezembro.
Emalhe anilhado, entre 15 de maio e 31 de julho.
Emalhe costeiro de superfície sem anilhas: até 10 AB, entre 15 de maio a 15 de outubro; acima de 10 AB, entre 15 de maio e 31 de julho.
Cerco/traineira, entre 1° de junho e 31 de julho.

Os prazos também deverão estar condicionados as cotas para cada setor. Ou seja, assim que for atingida a cota aquele setor suspende a captura.

A grande expectativa ainda é sobre o sistema dos barcos industriais, já que em 2018, primeiro ano desse sistema, o setor acabou extrapolado em 154% o limite de cota estabelecido, em apenas sete dias de trabalhos, e segundo a portaria os excessos de limite de cota teria que ser abatido na safra posterior.

A safra 2018 gerou uma produção total de 7.209 toneladas de tainhas. A quantidade ultrapassou em 29% o estabelecido para a pesca artesanal, que tinha uma cota de 1.205 toneladas, e em 154% na pesca industrial, que representou 80% do volume capturado.

No início de abril a Justiça Federal determinou prazo para publicação da portaria, tanto para 2019 como para demais safras, mas a União recorreu alegando dificuldades em cumprir com as datas.

AS TAINHAS QUE SE PESCAM AQUI

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Você sabia que as tainhas têm espécies? 

Por Mário Motta

Segundo a universitária Clarissa Ferreira (Do curso de Engenharia de Pesca da UDESC), ela pode ser chamada de Tainha para todas, virote para as jovens, facão para as que já desovaram, enfim. Não importa qual nome você usa, as tainhas que ocorrem da Venezuela até a Argentina pertencem a uma única espécie. Para o litoral brasileiro, sempre se acreditou que as encontradas do Rio de Janeiro para o norte, chamadas de Mugil liza, eram diferentes das tainhas encontradas de São Paulo para o sul, cujo nome científico é Mugil platanus. 

No ano passado, os resultados dos estudos filogenéticos realizados por Siccha-Ramirez e colaboradores mostraram que todas as tainhas que ocorrem desde a Venezuela até a Argentina pertencem à mesma espécie: Mugil liza. Como eles descobriram? Imagine-se no supermercado. Cada produto possui um código de barras. A leitura deste código gera informações sobre ele: preço, validade, estoque, etc. Nas tainhas, foi utilizado o “código de barras” situado no DNA mitocondrial, que permite determinar a qual população cada indivíduo pertence. Desta forma, os pesquisadores que analisaram as tainhas chegaram à conclusão que todas elas, além de pertencerem a uma única espécie, representam também uma única população amplamente distribuída. Nessa sexta-feira, os pescadores da Pinheira fizeram o primeiro “lanço” de Tainhota de 2018 e o Manoel Jacaré registrou em foto. Meus cumprimentos e que muitas outras cheguem às nossas praias.​

LEVANTANDO FERROS

Fotos Fernando Alexandre

TAINHAS ZEN

Longe do litoral brasileiro, tainhas nadam tranquilas no fundo do mar japonês.

domingo, 28 de abril de 2019

MANEMÓRIAS

Praia de Itaguaçú, anos 70

E AS TAINHAS JÁ ESTÃO VIAJANDO...

Foto Alcides Dutra
COMEÇOU A GRANDE MIGRAÇÃO
A grande aventura das tainhas tem início. Elas agregam-se em grandes grupos e singram o mar praticamente sem comer, usando a energia da gordura acumulada. Estão instintivamente focadas apenas na reprodução.
Neste momento as ovas estão crescendo, a gordura vai sendo consumida e logo o milagre da vida vai se expressar. Machos e fêmeas lançarão freneticamente seus gametas na água, onde vão se unir numa fecundação realizada fora do corpo. Milhões de filhotes vão nascer, mas só uma ínfima fração conseguirá ficar adulta e fazer tudo de novo.

Quanto mais aumentarmos as chances deste milagre dar certo, mais tainhas teremos nos próximos anos.

(Alcides Dutra / Instituto Larus)

LÁ & CÁ

“Os caiçaras estão em extinção!” Essa frase eu ouvi de um senhor caiçara que mora no Bairro “Sítio de São Lourenço”, município de Bertioga/SP.

Os caiçaras irão desaparecer? A atual realidade dos povos tradicionais

Era para ser um passeio de final de semana. Uma amiga, que vinha nos convidando há muito tempo para conhecer o local onde ela nasceu e se criou. Ela costumava dizer: “Vocês vão amar! Vão conhecer o povo caiçara.”

Quando você olha no mapa, o município de Bertioga fica aos pés da Serra do Mar, nas margens do Parque Estadual da Restinga de Bertioga. A esquerda, em duas partes, compartilhando a mesma praia, temos a cidade. A segunda praia é hoje chamada de Riviera de São Lourenço, um condomínio de luxo, com residências e comércio de alto padrão. Bem na pontinha direita da Praia de São Lourenço, fica o Jardim São Lourenço, ou sítio, como os nativos o chamavam. A terceira praia faz parte da área de proteção e é quase deserta – a praia do Itaguaré e Guaratuba (divididas por um rio).

Imagem: Janaína Steffen – Autossustentável

Imagem: Janaína Steffen – Autossustentável
Imagem: Janaína Steffen – Autossustentável

Minha amiga é descendente de nativos da região. De acordo com ela, há mais de 3 gerações a família está naquele local. Eram duas famílias que foram casando entre si e no final das contas quase todos por lá são primos. O primeiro tio que conheci deve ter seus 60 anos. Comentou que teve que largar a pesca para trabalhar na construção. Que desde pequeno pescava com o pai e que todos na localidade sabem costurar redes de pesca. Contou que os antigos conseguiam inclusive dizer em qual dia os cardumes de tainhas chegariam na praia. Que chegavam a pescar 5 mil tainhas em grupo, formando uma barreira de redes. Que a vida ali ainda é pacata, apesar dos turistas. Que ele pesca hoje em dia só para comer mesmo e que as vezes um turista pede para comprar: “Eu respondo que eu não vendo peixe, mas que se a pessoa quiser eu dou um.”
Imagem: Janaína Steffen – Autossustentável

Mas foi o segundo tio que me encantou. Um senhor com mais de 80 anos, que estava se recuperando de um problema de saúde. Foi nos receber com passos curtos e lentos, e um sorriso fraquinho. Comecei a brincar que tinha ouvido histórias de pescador do outro tio. Ele sorriu maroto e disse: “Sobre as tainhas?”. Falei que sim e que tinha ficado impressionada. Ele então começou a contar:

“Eram pouco mais de 20 famílias no local, a maioria parentes. Havia um senhor de idade que subia no morro e tocava um berrante quando as tainhas estavam chegando. Era verdade sim! Já pegamos mais de 9 mil tainhas de uma vez só, juntando as redes de todos na praia. Quando pegávamos até 1.500 peixes dividíamos entre as famílias, mas quando era mais, levávamos de burro e depois de barco até Santos para vender no Mercado Municipal. Durante muito tempo fui o responsável por levar e trazer o dinheiro. Ao retornar, o dinheiro era repartido entre todos, uma cota para cada adulto e meia cota para crianças de 0 a 14 anos.”

Fiquei curiosa quanto à conservação dos peixes e ele disse que eram salgados e colocados para secar no sol. Eles também plantavam mandioca. Minha amiga diz que farinha de mandioca como eles faziam não existe mais. Também colhiam palmito, mas que hoje é proibido. Perguntei se eles plantavam o palmito ou apenas colhiam. Ele respondeu que antigamente a Riviera era um palmital imenso e que não era necessário plantar. Mas quando começaram a colher para vender, o palmito acabou.

Ele chamou o bairro ao lado de Dona Riviera. Perguntei como eles se sentiam em relação aquele condomínio vizinho. Ele disse que é Dona Riviera porque é muito chique, mas que ela quase expulsou eles dali.


Ficamos espremidos no cantinho. O palmito foi extinto quando construíram o condomínio, a tainha foi extinta porque pescam antes do peixe chegar aqui e os caiçaras estão quase extintos.

Senti a animação dele indo embora de novo. E no meu coração uma pontada de tristeza. Toda vez que consigo sentar com um nativo, seja ele agricultor ou pescador, tenho certeza que estou com um ancestral. Aquela pessoa que ainda tinha tempo e paciência para observar a natureza e aprender com ela. Precisamos de um deles sempre por perto. Para nos lembrar o valor que as coisas simples têm, para nos mostrar o quão valiosa e bela é a sabedoria da natureza, para nos ensinar como viver em harmonia e equilíbrio sem exaurir.
Imagem: Dicionário e Gramática

Que tal conversar com um nativo do lugar onde você mora? Com certeza ele irá te relembrar de coisas muito importantes que a pressa tem feito você esquecer!
Imagem: Janaína Steffen – Autossustentável


Caiçara – do Tupi Guarani caá-içara=a cerca de ramos. Palavra de origem tupi, que se referia aos habitantes das zonas litorâneas. As comunidades caiçaras surgiram a partir do sec. XVI, com a mistura de brancos e índios. Caiçara também é o nome de dois municípios: um no estado da Paraíba e outro no Rio Grande do Sul. Informação: Dicionário Ilustrado Tupi Guarani.

(Por Janaína Steffen)

(Do http://autossustentavel.com/)

sábado, 27 de abril de 2019

JACK O MARUJO

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- A terra é plana, capitão? 
- Sim. O mar é que é redondo, disse Jack o Marujo.

NO ARRASTÃO


MEMÓRIA: A PESCA DE ARRASTÃO

José Luiz Sardá - Geógrafo

Na pesca de arrastão cada camarada tinha uma função. Os responsáveis em enrolar as centenas de braças das peças do cabo que se desprendiam de quando em vez, de cada lado da rede e eram amontoadas em vários pontos da praia. Outros para segurar o pano da rede e desembaraçar parte das malhas que se prendiam a um gancho qualquer ou em um siri que ficava entrelaçado nas malhas, a maioria dos camaradas ocupavam-se na tarefa de puxar a rede.

Na pesca da tainha, o vigia tinha de ser um pescador com boa visão e experiência. A missão, avistar o cardume, observar a mudança de coloração d’água de vermelho escuro ou roxo e o saltar alto dos peixes. Com chapéu ou casaco na mão, quando avistava o cardume saia correndo e abanando, avisando aos camaradas para lançar a rede ao mar. Aflitos os demais camaradas, esperavam a ordem do patrão para iniciar o arrastão. Ao sinal, o mais rápido corria e segurava o calão, então com as primeiras remadas a rede é lançada ao mar, desenhando um semicírculo.

Na canoa bordada ia o patrão, quatro remadores e o chumbeiro. O experiente patrão aos poucos vai soltando a rede e equilibrando a embarcação até chegar a outra ponta para então iniciar o arrastão. Em passo cadenciado, tórax jogado para trás, tendo a cintura envolta num laço de corda e a puxadeira, os camaradas vão e voltam centenas de vezes, sempre na mesma direção do mar para a terra e vice-versa, trazendo consigo, em cada trajeto mais um pedaço da enorme e pesada rede que lentamente se aproxima, avistando atento a boia central que indica a posição e o arco de cortiça sobre as ondas.

Terminado o arrastão, felizes faziam à partilha, metade do pescado ficava para o dono da rede, outra para os pescadores. O proeiro tem direito a quatro quinhões, o patrão três, o remador dois e os camaradas um quinhão. Se depois do lanço, o patrão resolvesse repetir outro cerco, sempre estavam prontos para ajudar, pois sempre havia esperança de um lanço melhor. Naquela época a fartura era tanta que ninguém voltava para casa de mãos vazias. Os donos das redes sempre davam tainhas para os amigos e parentes dos pescadores.

ELAS ESTÃO CHEGANDO!

Foto Duda Hamilton
Fontes geralmente bem informadas dão conta que as tainhas já sairam da Lagoa dos Patos, rumo a Santa Catarina!

POLUINDO ESCONDIDO


Microplástico: um dos principais poluentes dos oceanos

Partículas quase invisíveis de microplástico são prejudiciais à vida marinha e ao ser humano

O que é microplástico

O microplástico, como o próprio nome diz, é uma pequena partícula de plástico. Esse tipo de material é um dos principais poluentes dos oceanos. Alguns pesquisadores consideram que o tamanho máximo do microplástico é de 1 milímetro, enquanto outros adotam a medida de 5 milímetros.
O grande problema é que, como mencionado em nossa matéria sobre a grande quantidade de plástico nos oceanos, o microplástico altera a composição de certas partes dos oceanos, prejudicando o ecossistema da região e consequentemente a saúde humana.

De onde vêm?

O microplástico que vai parar no oceano tem origem no descarte inadequado de embalagens; escape de embalagens de aterros por meio do vento e da chuva; lavagem de roupas de fibras de plástico como o poliester; escape de matéria primária de plástico como o nurdles; entre outras. Ao chegar à natureza, produtos como garrafas, embalagens e brinquedos que não foram descartados corretamente, passam por um processo de quebra mecânica realizada pela chuva, pelos ventos e pelas ondas do mar, que fazem com que os produtos se fragmentem em pequenas partículas plásticas que se caracterizam como microplástico. 

Pesquisas informam que o descarte industrial inadequado de plásticos e até mesmo a perda de matérias primas que levam microplástico em sua composição, pellets plásticos por exemplo, que ao longo do processo logístico acabam dispersos no meio ambiente, também são fonte de poluição por microplástico. Um estudorealizado pela Fundação North Sea, em parceria com outras instituições, apontou presença de microplástico em produtos de beleza e higiene pessoal como esfoliantes, shampoos, sabonetes, pastas de dente, delineadores, desodorantes gloss e protetores labiais sob a forma de polietileno (PE), polipropileno (PP), politereftalato de etileno (PET) e nylon.

Os riscos

Pesquisas preliminares já apontam alguns dos riscos à saúde relativos à poluição gerada pelo microplástico. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa de Sistemas Ambientais da Universidade de Osnabrück, na Alemanha, aponta que esse tipo de material tem a capacidade de absorver produtos tóxicos encontrados nos oceanos como pesticidas, metais pesados e outros tipos de poluentes orgânicos persistentes (POPs), o que faz com que os danos à saúde da biodiversidade sejam muito maiores.

Plânctons e pequenos animais se alimentam do plástico contaminado e, ao serem comidos por peixes maiores, propagam a intoxicação. No fim da cadeia, quando o ser humano se alimenta desses peixes maiores, está ingerindo também o plástico e os poluentes que se acumularam ao longo da cadeia. Entre os problemas relacionados à intoxicação por POPs estão diversos tipos de disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas. Da mesma forma, os plásticos podem conter bisfenóis, que são conhecidos disruptores endócrinos muito danosos à saúde do ambiente e humana. Entenda mas sobre eles na matéria: "Conheça os tipos de bisfenol e seus riscos".


Mesmo sem estudos definitivos sobre o assunto, cientistas que participaram do First International Research Workshop on the Occurrence, Effects and Fate of Microplastic Marine Debris, realizado na Universidade de Washington, em 2008, concluíram que os impactos do microplástico na natureza são altamente nocivos. Dentre eles estão o bloqueio do trato digestivo de pequenos animais e a própria intoxicação por produtos presentes no plástico. Em ultima instância, isso poderia levar a um desequilíbrio na cadeia alimentar da região.
Como colaborar com a diminuição da contaminação

Ainda que haja muita pesquisa a ser feita, já é evidente a importância do debate e da conscientização sobre esse assunto. E você já pode começar a colaborar com a causa.

Utilize menos, reutilize e recicle produtos feitos de plástico. Contribua para o crescimento da coleta seletiva e pressione as autoridades da sua região. Conscientize-se de que suas ações contribuem com o destino de nossa espécie e daquelas que conosco coabitam o planeta.

Visite nossa seção Recicle Tudo para saber como dar o primeiro passo e informe-se sobre os pontos de reciclagem de cada tipo de material!

TEM TAINHA NO BICO

Foto  Elvis Palma

 Laguna - Santa Catarina

sexta-feira, 26 de abril de 2019

DEU PEIXE!!!

Fotos Laura Lapa

Tainhotas no Pântano do Sul, anunciando que as tainhas já estão por aí!
Capitão Ademir fazendo o que mais gosta na vida!
E Feliz!
ÚÚÚÚ!!!!!

MANEMÓRIAS

Baleia franca morta sendo retirada do mar do Pântano do Sul - Anos 60

BINGO PRO DIVINO!


No dia 11/05 teremos um grandioso BINGO , isso mesmo, véspera do dia das MÃES! Que tal ir e ganhar um presente para a pessoa mais especial de nossas vidas ! Teremos mais de 100 prêmios, entre eles BICICLETA , FOGÃO , FRITADEIRA ELETRICA, CHALEIRA ELÉTRICA E MUITO MAIS !
Vamos todos ajudar , pois este BINGO é para angariar fundos para realizar uma linda FESTA DO DIVINO 2019 !

SE ALEMBRAM DAQUELE LANÇO?

Lanço de 1996 no Pântano do Sul: 2.300 cabeçudas!
Seo Luciano de Ávila, pescador e primeiro Intendente do Pântano do Sul! Atrás, seo Salomão, seo Leca, Zenildo (Babaco) e seo Dario da Delza!

(Acervo do Alan Arante Monteiro)

NO COSTÃO...

Foto Fernando Alexandre

NOTURNA

Foto Fernando Alexandre
"Zé Gancheiro" na espera, espreitando as sombras da noite!

quinta-feira, 25 de abril de 2019

TRABALHADORES DO MAR

Foto Fernando Alexandre
Capitão Ademir fazendo o que mais gosta, e a camaradagem!
Pântano do Sul - Cercando 
paratis

JACK O MARUJO


- O que o sr. levaria para uma ilha deserta, capitão?
- Um navio, disse Jack o Marujo.

NAVEGANDO PALAVRAS

Livraria flutuante, navio Logos Hope vai atracar em portos brasileiros este ano com mais de 5 mil livros a bordo(foto: Logos Hope/Divulgação)
Maior livraria flutuante do mundo vai atracar em cinco cidades brasileiras

A partir de agosto, o Logos Hope passará pelos municípios de Santos, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador e Belém

A maior livraria flutuante do mundo vai atracar em portos brasileiros este ano com mais de 5 mil livros a bordo. A partir de agosto, o Logos Hope passará pelos municípios de Santos, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador e Belém, respectivamente. 

Ao atracar nos portos, a proposta é promover projetos sociais e de ajuda humanitária com apoio de 400 voluntários. Segundo a empresa alemã GBA Ships, responsável pelo navio, pelo menos 47 milhões de pessoas em 150 países já subiram na embarcação em quase quatro décadas de atuação. 

O Logos Hope como é conhecido hoje começou a atuar em fevereiro de 2009, mas a história do navio já soma cerca de quatro décadas, quando as embarcações eram batizadas com outros nomes. Logos, em grego, significa "a palavra". A embarcação tem capacidade para 442 pessoas. Somente no Logos Hope, já foram vendidos mais de 8 milhões de obras. A embarcação recebeu mais de 7 milhões de visitantes. 

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A primeira cidade a receber o navio será Santos, a partir do dia 23 de agosto. Em Santos, são esperados cinco mil visitantes por dia. Em março, a Prefeitura de Santos entregou uma carta de boas-vindas à GBA Ships. 

O navio ficará no município litorâneo até 17 de setembro, quando seguirá para o Rio de Janeiro. Lá, ficará atracado até 8 de outubro. O navio permanece em Vitória entre os dias 9 e 22 de outubro. Em seguida, continua a viagem até Salvador, onde estará entre os dias 24 de outubro e 12 de novembro. 

O último município a receber o Logos será Belém, no dia 18 de novembro. A embarcação deixa a capital paraense no dia 6 de dezembro, dando continuidade ao percurso em outros países da América Central. 

A feira flutuante contém títulos voltados para educação complementar, interesses profissionais e de carreira, desenvolvimento pessoal, entre outros. Há uma sessão voltada somente para crianças. 

A maioria das obras disponíveis é em inglês, mas a empresa busca se adaptar à língua da comunidade local. Quando o navio atraca nos portos, é organizada uma estrutura para doação de livros.

ELAS JÁ ESTÃO POR AÍ...

Foto via Silézio Sabino





EM BUSCA DA TERRA SEM MALES!


Trecho das praias Ponta de Baixo e Pinheira seria a partida ou chegada da trilha(Foto: Diorgenes Pandini/Hora de Santa Catarina)

Caminho do Peabiru: trilha histórica começa em Palhoça e segue até o Peru

Por Dayane Bazzo
dayane.bazzo@somosnsc.com.br 

Palhoça guarda em suas terras parte de uma trilha muito antiga, aberta pelos indígenas, que corta o litoral catarinense, o interior do Paraná e segue até o Peru. A rota, chamada de Caminho do Peabiru, não é muito conhecida pela população. Dona Maria Luiza Francisco, de 71 anos, nasceu na Praia da Pinheira, até já ouviu falar desse caminho, mas não imagina a importância que ele teve para a região e a história.

– Eu nasci aqui, sou nativa. Conheço e acompanho tudo de perto, já vim de Florianópolis pra cá a pé, mas por esse nome eu não sei, não conheço essa história – diz.

A praia onde Maria nasceu pode ter sido o ponto final da trilha. Historiadores e estudiosos do assunto garantem que ela liga a Baixada do Maciambu, em Palhoça, ao Peru, em mais de 3 mil quilômetros. 

Flavio dos Santos, 48, nativo de Palhoça e pesquisador do Caminho do Peabiru, conta que tudo indica que os índios abriram a trilha quando estavam indo em busca da Terra sem Males, um lugar onde não havia guerra entre tribos. 

Eles caminhavam em direção ao nascer do sol e chegaram na localidade conhecida antigamente como Porto dos Patos, entre o Rio Maciambu e a Enseada da Pinheira. A trilha, segundo Flavio, era o principal caminho que ligava as grandes tribos, assim como hoje as rodovias ligam as cidades. 

Ela passa pelo litoral catarinense até o Rio Itapocu, em Barra Velha, sobe por Jaraguá do Sul, Corupá, passa pelo interior do Paraná, Foz do Iguaçu, Paraguai até chegar às atuais áreas da Bolívia e Peru, antigo território do império Inca, de onde os índios traziam ouro para o Brasil.

Palhoça, que completa 125 anos de emancipação hoje, foi descoberta há mais de 500 anos pelos europeus. Flavio conta que a expedição de Juan Díaz de Solís, que descobriu o Rio da Prata, acabou retornando para a Europa após a morte de seu líder por tribos indígenas na região do rio.

Das três caravelas da expedição, uma acabou naufragando ao tentar acessar a Ilha de Santa Catarina pela ponta sul, onde hoje é conhecida como Praia de Naufragados. Dos 15 tripulantes, apenas 11 sobreviveram e viveram no sul da Ilha durante o ano de 1516. Um ano depois, eles acabaram indo para o Continente, onde viveram por oito anos na região da Baixada do Maciambu.

Dona Maria Luiza só ouviu falar da história(Foto: Diorgenes Pandini/Hora de Santa Catarina)

Os índios Carijós acolheram os europeus, em especial um deles, chamado Aleixo Garcia, que se casou com uma índia e teve o primeiro filho catarinense. Para ele, os índios contavam diversas histórias.

– Eles contaram sobre um caminho que chegava numa montanha, onde o sol se punha e as pessoas usavam roupas como os europeus e ainda mostravam artefatos em ouro, que tinham trazidos de lá – conta o guia de turismo regional Geovane Altair da Silva, também estudioso do Peabiru.

Em 1524, segundo Flavio, Aleixo Garcia decidiu averiguar a veracidade da lenda contada e repetida tantas vezes pelos indígenas. O português reuniu cerca de 2 mil índios e seus companheiros de naufrágio, e partiu na mais “extraordinária viagem de exploração da América do Sul”, acredita Flavio.

Foram cerca de quatro meses até chegar à Bolívia, onde Aleixo teria saqueado algum ouro e retornado. Porém, acabou sendo morto por indígenas no Paraguai. Parte do ouro foi levada para Palhoça pelos europeus que acompanhavam Aleixo. Outros descobridores tentaram refazer o caminho, mas ninguém conseguiu.

Trilha que vai até o Peru foi encoberta pelo tempo

A trilha, de acordo com os levantamentos feito por Flavio, tinha cerca de 1,40 metro de largura e era bem demarcada até o Peru. Depois que foi inaugurada a primeira vila do Brasil, em São Vicente, São Paulo, outra trilha foi aberta saindo de lá e se encontrava com a trilha catarinense no Paraná. Já o significado de Peabiru, uma palavra que vem do tupi, é controverso.

– As interpretações mais comuns são caminho antigo de ida e volta, caminho batido ou pisado, pegada do caminho ou caminho cujo percurso se iniciou. Dizem também que eles plantavam um tipo de grama que grudava nos pés e ia semeando para ela ficar ao longo do caminho – conta Flavio.

Historiador Flavio Santos(Foto: Diorgenes Pandini/Hora de Santa Catarina)

Acontece que essa trilha foi esquecida com o tempo e em muitos lugares não há resquícios dela. É o caso de Palhoça. Segundo Flavio, o único local onde pode ser encontrada a trilha original é na localidade de Araçatuba, uma praia pequena entre a Enseada de Brito e a Passagem do Maciambu.

Por isso, após se apaixonar pelo tema, ele e alguns historiadores e guias da região começaram a fazer estudos e levantamentos para tentar refazer o trajeto histórico. O guia Geovane já levou alguns aventureiros por um roteiro simbólico, onde seria mais ou menos por onde a trilha passava.

Caminho sagrado

O primeiro trecho mapeado por Flavio teria saída ou chegada na Praia de Baixo, onde fica um sítio arqueológico, com caminhada por toda a Praia da Pinheira até acessar uma trilha que leva ao Parque Estadual da Serra do tabuleiro. Depois, a caminhada passa pelo viaduto da BR-101, pelo Maciambu, igreja católica, segue pelo Rio Maciambu até o trapiche, passa por Araçatuba, onde fica a trilha antiga, até chegar à Enseada de Brito. Esse trecho tem 25 quilômetros.

Já o segundo trecho, com mais 25 quilômetros, seguiria pela Enseada de Brito, Praia de Fora, Guarda do Cubatão até chegar à igreja de São Tomé, no bairro Passa Vinte. Segundo Flavio, a escolha da igreja foi porque há uma versão religiosa sobre a trilha, de que São Tomé também passou por ela ao vir para cá catequizar a população.

– Esse caminho é tão sagrado quanto o de Santiago. A nossa ideia é traçar uma trilha fora da rodovia até chegar a Barra Velha, resgatar essa história e fazer virar um caminho turístico, assim como o de Santiago de Compostela – explica Flavio.

O projeto de transformar a trilha em uma rota turística, ecológica e religiosa existe há anos, mas ainda é preciso que muita coisa seja feita para que o Caminho de Peabiru seja conhecido pelos palhocenses e reconhecido por todos. Flavio já apresentou seu levantamento nas universidades, para estudiosos e prefeitura para tentar apoio e patrocínio para dar luz a história e riquezas de Palhoça.

Há um sítio arqueológico na Praia de Baixo(Foto: Diorgenes Pandini/Hora de Santa Catarina)

Outras curiosidades

* Palhoça poderia ter sido a primeira vila do Brasil. Flavio explica que o português Henrique Montes, que ajudou Martim Afonso na fundação da vila de São Vicente, foi um dos que naufragou com Aleixo Garcia e morou por oito anos onde hoje é Palhoça. “Se eles tivessem construído uma igrejinha aqui, teria sido a primeira vila do Brasil”.

* Aleixo tornou-se líder dos índios Carijós e aparece na literatura espanhola e latino-americana, segundo Flavio, como o verdadeiro descobridor do império Inca, afinal, chegou lá em 1517, pela trilha aberta pelos índios. Também é reconhecido como o descobridor do Paraguai, do interior do Paraná e do Mato Grosso do Sul.

* Aleixo e seus homens foram os primeiros europeus a habitarem o Sul da América e contribuíram para o conhecimento do Caminho do Peabiru, a descoberta dos Incas e das cataratas do Iguaçu. Em Joinville, há um monumento que os historiadores acreditam que é uma obra dos Incas, que teriam vindo até aqui.


* Para quem quiser saber mais, existe um livro da escritora e pesquisadora Rosana Bond sobre o assunto, chamado "O Caminho de Peabiru"

quarta-feira, 24 de abril de 2019

UMA ILHA SOCIALISTA?


MEMÓRIAS DE CANASVIEIRAS
TERRAS COMUNAIS



"Todas as freguesias e arraiais da Ilha de Santa Catarina tinham Áreas Comunais, isto é, terras que eram de uso comum, onde duas ou mais comunidades utilizavam a mesma área. A utilização destas terras era feita entre pequenos lavradores e produtores açorianos e foi de grande importância na produção açoriana. Geralmente estas áreas eram em regiões planas, com vegetação de mangues, dunas, restingas e florestas de planícies quaternárias.

As áreas desmatadas e de banhados eram utilizadas como pastagens e fonte de água em grande parte de forma comunal. As de encostas dos morros eram utilizadas para a retirada de lenha, madeira, coleta de frutos e plantas medicinais e roças.

A partir das décadas de 1930 e 1940 devido ao processo de crescimento urbano, valorização imobiliária, econômica e de interesses capitalistas, teve inicio o processo de modificação deste modelo de ocupação. Exemplo, as terras da antiga Colônia Penal Agrícola de Canasvieiras, hoje Sapiens Parque, foi utilizada para este fim até 1986. As áreas comunais também estavam presentes em Jurerê, Ingleses, Barra da Lagoa, Campeche e Pântano do Sul e outras localidades da Ilha de SC.

Efetivamente nos anos 70, com a implantação da atividade turística na região, ocorreram significativas mudanças sociais, política, cultural e de infra-estrutura. Estas terras passaram com o tempo a apresentar interesse econômico, principalmente a partir do processo de crescimento urbano e valorização imobiliária. Nas terras de Canasvieiras, a apropriação destas áreas na sua maioria se deu por parte do Estado.

Em alguns casos, estas privatizações influenciaram diretamente no empobrecimento dos pequenos agricultores que se utilizavam destas terras para uso agrícola. Muitas terras foram privatizadas sem muita clareza. Muitos ocupantes ou intrusos conseguiram o usufruto através de permissão de autoridades locais em detrimento de outros moradores, outros simplesmente ocuparam com ou sem permissão. Esse usufruto era dado àqueles que o uso de área comunal era necessário à sobrevivência e acabava se convertendo e apropriação."

ATRACANDO NA ILHA

 O BARQUEIRO vai atracar na Ilha de Santa Catarina, mais precisamente a bordo da Nau Catarineta!!!
Diretamente das Minas Gerais: Caminhando pelo cais de um porto qualquer encontra-se o barqueiro que, entre seus devaneios, busca ouvidos atentos para escutar uma história que reconta a trajetória de seu pai, um velho marinheiro que um dia foi em busca de uma ilha e nunca mais voltou.
O único elo entre os dois: uma garrafa. Não deixe de reservar seu ingresso pelas redes socais Nau Catarineta, e venha navegar com a gente!

MAR - CAIS


O peixe escasso
mede
a graça
da rede

(Osmar Pisani)

SE ALEMBRAM DAQUELE LANÇO?

Tempos de fartura: 10.300 tainhas neste lanço de 2005, cercadas e arrastadas em frente ao Bar do Arante!
Cuidando do peixe, Comandante Zenaide e seo Alípio Capistrano!

(Foto acervo do Alan Arante Monteiro)