Ter vivido em um mundo
onde nuvens eram brancas esponjas
diluindo um céu bizarramente blue
gralhas-azuis nos galhos da nossa varanda
e as espumas de intensos instantes
sopradas furiosamente por um vento sul
entre os apupos dos pescadores logo cedo
os olhos bordejando as ilhas distantes
antes mastigaram o nevoeiro
nossos corpos satisfeitos e ainda quentes
lendo as pistas que os detetives noturnos não seguiram
os pés imprimindo em sua passagem
a sensação de uma vida acontecendo
limpa como a areia após a onda.
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* "Na praia, junho" é um dos poemas de "O enigma das ondas" (Iluminuras), que está chegando às livrarias esta semana.
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