Yamandu Costa navega hoje em Floripa no Teatro Pedro Ivo
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
MAR ENVENENADO
Arte Divulgação |
Mariscos e ostras do Ribeirão da Ilha não estão contaminados com ascarel, aponta análise da USP
Secretaria da Agricultura e da Pesca avalia que não há motivos para restringir consumo de moluscos
A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), informou na manhã desta terça-feira, que a análise das amostras de moluscos coletadas na Baía Sul deu negativa para presença de Bifenilas Policloradas (PCB), substância tóxica conhecida como ascarel).
A análise, feita pelo Laboratório de Química Orgânica Marinha da Universidade de São Paulo (USP), foi solicitada após o vazamento de óleo na subestação desativada da Celesc, na Tapera. Por causa do risco de contaminação, a Fundação de Meio Ambiente (Fatma) embargou a extração de molusco até a freguesia do Ribeirão da Ilha. Nesta segunda-feira, a Justiça Federal determinou que a área de interdição fosse ampliada para toda a Grande Florianópolis.
Com o resultado dos exames, a Secretaria da Agricultura e da Pesca e a Cidasc avaliam que não há motivos para restrições ao consumo de ostras, mariscos, berbigões, peixes e crustáceos na área da Tapera até a Freguesia do Ribeirão da Ilha em Florianópolis.
Nas nove amostras, cada uma com um quilo, coletadas por técnicos da Cidasc entre os dias 14 a 17 de janeiro não foram detectados a presença de PCBs. Segundo o relatório da USP, elaborado pela doutora Satie Taniguchi, "a hidrodinâmica local pode ter favorecido a dispersão dos PCBs provenientes do vazamento ocorrido. Além disso, os moluscos podem não ter sido atingidos por essa dispersão, uma vez que não apresentam nenhum indício de acumulação desses compostos".
No relatório é destacado que os moluscos bivalves têm sido muito utilizados como os melhores organismos para monitorar a bioacumulação de contaminantes-traço, como os PCBs, de ambientes costeiros, sendo utilizados como organismos-sentinela em escala mundial. Como animais sésseis, os mexilhões filtram grandes quantidade de água para se alimentar, sendo expostos, portanto, às substâncias tóxicas solúveis ou associadas a partículas.
O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, salientou a importância da agilidade nos resultados dos exames que verificam a presença de PCB nos moluscos para que os maricultores da área interditada possam voltar a produzir. Rodrigues determinou que nesta quarta-feira seja realizado uma reunião extraordinária do Comitê Estadual de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves para analisar o resultado dos exames e o monitoramento constante de toda região.
(Do DIÁRIO CATARINENSE - www.diariocatariense.clicrbs.com.br/sc)
NOVO EMBARGO
Foto Charle GuerraAgência RBS |
Justiça determina ampliação da área de embargo à maricultura na Grande Florianópolis
Decisão da Vara da Justiça Federal usa como argumento o vazamento de óleo para proibição produção e comercialização de Governo Celso Ramos a Palhoça
A tarde desta segunda-feira foi marcada por uma reviravolta na produção de ostras e mariscos na Grande Florianópolis. Uma decisão da Vara Federal Ambiental de Florianópolis determinou que a Fatma amplie a área de embargo por causa do vazamento de óleo de Governo Celso Ramos a Palhoça. A determinação foi do juiz Marcelo Krás Borges.
Segundo decisão, deve haver restrição até que haja um diagnóstico preciso da contaminação e os impactos. Com isso, está proibida a produção, venda e consumo de produtos da maricultura.
Esta é a segunda vez que a produção é suspensa na Grande Florianópolis. Em 16 de janeiro, Marcelo Krás Borges também proibiu a produção usando como argumento a possibilidade de contaminação com ascarel que vazou da subestação da Celesc em novembro do ano passado.
Mas em audiência pública, realizada em 21 de janeiro, entre o Ministério Público Federal, Justiça Federal e produtores foi liberada a produção e mantida a área de embargo feita pela Fatma numa área de 730 hectares entre a Tapera e o Ribeirão da Ilha.
(Do DIÁRIO CATARINENSE - www.clicrbs.com.br)
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
HOJE O ENGENHO VAI MOER E O BOI VAI BRINCAR!
Fotos Celso Martins |
TERCEIRA NOITE CULTURAL NO ENGENHO DOS ANDRADE
Noite cultural com a temática da Ilha de Santa Catarina. Rara oportunidade aos visitantes de Florianópolis de conhecer canções da cultura tradicional da região, Canções desconhecidas e pesquisadas sobre a orientação do pesquisador e artista Franklin Cascaes. Apresentação do boi de mamão e comida tradicional do Engenho. Evento vivencial com fins de conhecimento e disseminação de uma cultura ameaçada pela invasão cultural. Não se trata de pastiche sobre nossa cultura com fins turísticos. Esse evento foi criado com o objetivo de custear a vivência de musicas, danças, estórias e a gastronomia da Ilha de Santa Catarina feitos por pessoas que admiram nossa cultura.
Serão sorteadas camisetas desenhadas por Neri Andrade e um LP do Grupo Engenho intacto.
Serviço:
Dia: 25 de janeiro de 2013
Horário: 20:30 h às 24:00 h
Programação:
- Música ao vivo: apresentação temática com músicas da tradição da Ilha de Santa Catarina. Com Alisson Motta (violão e voz), Claudio Frazê (perc e vocais), Juliano Melego (perc.), Marcelo Muniz (viola de 12 e vocal) e Marcelo Besen (sanfona).
- Boi de Mamão da AMSAL
- Gastronomia: Pirão d'agua com linguiça e feijão, risoto do engenho (camarão e frango) e ostra ao bafo.
ingresso: R$ 10,00
Comida: R$ 15,00
Local: Engenho dos Andrade
Caminho dos Açores, 1180
Santo Antônio de Lisboa
Fone: 48 32352572
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
LER PARA CRER!
Nas primeiras semanas de atividades, o projeto Bibliopraia já registrou bons números. Iniciativa do Governo do Paraná, o projeto disponibiliza 5 bibliotecas móveis nas praias paranaenses. Mais de mil visitantes passaram em cada uma das três bibliotecas que já estão em atividade, sendo que os espaços acumularam mais de 2.000 empréstimos realizados. Índices facilitados pelo modo prático com que os leitores emprestam os livros. De maneira simples, o veranista empresta um exemplar fornecendo apenas o nome completo e um contato telefônico. O leitor pode emprestar um título por vez, ficando com ele durante três dias, com opção de renovação. Cada biblioteca conta com 1.200 títulos e o acervo é composto por livros de literatura nacional e estrangeira, além de títulos infantojuvenis. Algumas obras são parte da nova aquisição da Biblioteca Pública do Paraná que, no final de 2012, adquiriu 10 mil novos livros.
Além da alta circulação de pessoas e do bom índice de empréstimo, outras atividades têm movimentado os módulos. No último domingo, nas areias de Ipanema, um grupo de contação de histórias atraiu mais de 100 espectadores, entre adultos e crianças. Além das contação de histórias, um grupo de teatro de bonecos também faz apresentações regulares na praia de Ipanema, sempre aos domingos.
Grande parte desse movimento se deve à procura por parte do público infantil. Algumas crianças já chegaram a acumular 8 livros lidos. Diário de um banana, de Jeff Kinney, é o título mais concorrido. Caroline Michely, estudante da UFPR do litoral, é atendente do módulo de Guaratuba e conta que as crianças dificilmente resistem aos livros vistosos e ilustrados. “Muitas crianças têm procurado novas leituras. E nem sempre são os pais que incentivam, muitas vezes elas passam, veem aqueles livros ilustrados, e arrastam os pais pelas mãos até a biblioteca”, conta a atendente, que destaca a qualidade e o bom estado dos livros disponíveis.
Reforçando essa onda infantil, a jovem leitora Eduarda Ribeiro, de 8 anos, é uma das mais empolgadas com os livros disponíveis. “Estou adorando ter uma biblioteca aqui na praia. Com os livros, posso me distrair à noite, quando não tem sol”, diz. Moradora de Almirante Tamandaré, em férias em Guaratuba, já retirou 6 livros. Os preferidos do verão foram Festa de Aniversário, da escritora Meredith Badger, e Em cima e embaixo, de Janet Stevens. Leitora nas quatro estações, Eduarda costuma frequentar a biblioteca da escola onde estuda, e lá adquiriu gosto pela leitura.
Já o analista de sistemas Carlos Tanabe, 51, acompanhou o filho Thomas, que procurava uma nova leitura para a semana. Enquanto via seu filho folhear um exemplar da edição infantil de Os sinos, do poeta pernambucano Manuel Bandeira, Carlos contou que o filho gosta de histórias leves e palatáveis, com figuras e ilustrações. O gosto pela literatura foi passado de pai pra filho.
Os mais procurados
Marta Sienna, , que é chefe da Divisão de Extensão da BPP e responsável pelos módulos do litoral, conta que a procura de livros reproduz a preferência de mercado. Best-sellers e autores consagrados são os mais disputados. A badalada saga Cinquenta tons de cinza, Cinquenta tons mais escuros e Cinquenta tons de liberdade, da escritora britânica E. L. James, são exemplares que não param nas estantes litorâneas.
Gênero tão popular quanto os best-sellers, a literatura de fantasia também tem feito sucesso e movimentado as bibliotecas. A advogada curitibana Andressa Kunze emprestou A batalha do apocalipse, de Eduardo Spohr. Leitora assídua, Andressa aprovou a ideia de ter uma biblioteca na praia. “Além dos livros que leio por causa da profissão, costumo ler quatro livros por mês. Já tenho o hábito da leitura durante o ano e, uma biblioteca na praia, facilitou ainda mais o acesso”, comenta.
Além da curitibana Andressa, veranistas de todo o Estado têm prestigiado a iniciativa. Desde o dia 20 de dezembro, quando a primeira Bibliopraia foi instalada em Caiobá, na Praia Brava, leitores de Londrina, Campo Mourão, Guarapuava, Maringá e Cascavel circulam com frequência entre os módulos. A partir do dia 15 de janeiro, mais dois espaços iniciam suas atividades: um na Praia Mansa, em Caiobá, e outro em Paranaguá, na Ilha de Valadares.
Marta Sienna acredita que a iniciativa permite um novo tipo de entretenimento para o veranista. “Já é tradição ter ginástica, música e atividades de dança, mas raramente tem um projeto que promova a leitura. Então, de certo modo, conseguimos suprir essa carência”, diz.
CAMARÃO HERMANO
Foto Divulgação |
Importação de camarão argentino preocupa setor pesqueiro em Itajaí
Possibilidade de impacto na cadeia produtiva e prejuízo causa apreensão entre os armadores
Dagmara Spautz
dagmara.spautz@osoldiario.com.br
A possibilidade da entrada de camarão argentino no mercado nacional levou o Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) a pedir apoio à bancada catarinense em Brasília, na tentativa de barrar a liberação. O setor teme que a importação do crustáceo abale a produção local, já afetada pela entrada de pescado vindo da China e do Vietnã.
Nos últimos três anos, a crise fez com que 50 barcos deixassem de sair para o mar na região de Itajaí – uma redução de 20%. A importação de camarão argentino era proibida no Brasil até dezembro do ano passado, quando uma nova Análise de Risco à Importação (ARI) para a espécie pleoticus muelleri, conhecido como camarão vermelho, abriu espaço para entrada do produto.
Por enquanto, os requisitos sanitários ainda estão em análise. Mas a previsão é de que o volume de importação chegue a 5 mil toneladas por ano – algo que, na avaliação do governo brasileiro, não deve impactar a produção nacional, que é de 100 mil toneladas anuais.
O que preocupa o setor é o fato de a taxa tributária do camarão que virá da Argentina permitir a venda, no Brasil, por preços inferiores aos do produto nacional. Presidente do Sindipi, Giovani Monteiro cita como exemplo a comparação entre valores como o do óleo diesel usado nos barcos, vendido a R$ 1,70 o litro em Santa Catarina – já com subsídio estadual – e por R$ 1 na Argentina.
– Essa situação levará à falência produtores de camarão no Sudeste e Sul do Brasil e dos carnicificultores do Nordeste – afirma.
Desistência
Somente em Santa Catarina há cerca de 20 mil profissionais ligados à pesca, a maior parte deles na região de Itajaí. Armador especializado na captura de camarão, Sandro Pinheiro diz que já pensa em abrir mão das seis embarcações que opera, e nas quais emprega 35 pessoas.
– Gosto da pesca, mas não tenho como competir com mercadoria estrangeira. A previsão é que os argentinos mandem camarão a US$ 10, já limpo. Vendo o meu a R$ 25, sem limpar, e estou pagando para trabalhar.
A crise internacional e o pacto de cooperação econômica do Mercosul estão entre as justificativas do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) para a abertura de mercado ao camarão argentino. Ainda não há data para o início das importações.
Risco de contaminação é descartado por especialistas
Além do impacto socioeconômico da chegada do camarão argentino, o Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) alerta para o risco de contaminação. A entidade afirma que pesquisas indicaram a presença de um vírus da chamada mancha branca nos crustáceos vindos da Argentina.
A enfermidade, que também atinge siris, lagostas e caranguejos, poderia causar uma epidemia no Brasil caso houvesse contato com o camarão vermelho, na opinião da entidade.
– Mesmo que o camarão chegue congelado, o vírus sobrevive – alerta Giovani, presidente do Sindipi.
Pós-doutor em Ecologia e Recursos Naturais, o professor Joaquim Olinto Branco, da Univali, afirma desconhecer estudos que comprovem a incidência de mancha branca no camarão argentino.
– A espécie pleoticus muelleri já ocorre no Brasil, do Rio Grande do Sul a São Paulo, e costuma vir com a corrente fria das Malvinas. Ele já convive por aqui com camarões sete barbas, rosa e branco. O Ministério da Pesca e Aquicultura informou que o camarão não oferecerá riscos à biodiversidade nacional.
Uma visita técnica à Argentina foi feita no dia 10 de janeiro, e o MPA está estabelecendo os condicionantes à importação.
No mercado, preferência é nacional
A presença do pescado importado não é novidade no Brasil. Salmão, lula e congro estão entre os mais populares – mas são os filés, feitos de peixes como panga e polaca do Alaska, vindos de países como China e Vietnã, que incomodam os produtores. Com preços mais baixos do que os similares nacionais, como a corvina, os filés importados estão entre os mais procurados por restaurantes, diz Telma Canellas, comerciante do Mercado do Peixe.
Mas, entre os clientes que procuram peixe para preparar em casa, o nacional é o preferido – até porque o importado vem congelado.
– A maioria das pessoas prefere o peixe fresco. Acho que os armadores não deveriam se preocupar com a entrada dos importados porque o nacional tem muita qualidade e, quando é época de safra, têm um preço muito bom – afirma.
Administrador, Edson Mendes, 42 anos, que fazia compras no Mercado do Peixe na sexta-feira, concorda com Telma. Segundo ele, não há comparação entre o peixe nacional e o importado:
– Já comprei o importado e não gostei. O sabor é forte e o gosto não é igual ao nacional. Se o que se espera é qualidade, o melhor é o peixe daqui.
Saiba mais
Da espécie pleoticus muelleri, o camarão vermelho argentino que será importado para o Brasil virá congelado e será em tamanho grande. O Brasil vai restringir a importação a crustáceos provenientes da pesca extrativa. Embora o setor produtivo acredite em baixo preço, comparado ao camarão brasileiro, o Ministério da Pesca e Aquicultura afirma que o valor deve ser mais elevado do que o produto nacional.
"A balança comercial tem que ser mantida entre os países"
Secretário de Planejamento e Ordenamento da Pesca no Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Flávio Bezerra da Silva esteve em Itajaí na última semana para conversar com os armadores locais e propor novos mercados. Nesta entrevista ao Sol Diário, ele revela novos projetos e fala sobre as apreensões do mercado.
Do que se tratou na reunião com os armadores?
Flávio Bezerra da Silva - A pauta foi o desenvolvimento e a expansão da indústria em Itajaí. Os armadores vão partir para uma visita à Costa do Marfim, que mantém uma relação de cooperação internacional com o Brasil. Há proposta para armadores e empresários do Estado que queiram investir no setor pesqueiro de lá. No Golfo da Guiné há uma piscosidade muito grande, que é interessante para o setor industrial. Houve interesse dos armadores e dos empresários, porque há uma dificuldade hoje com a nossa pesca controlada. Muitos barcos ficaram fora, por exemplo, da pesca da tainha e da sardinha por causa de licenças. É uma oportunidade para esses armadores, que têm barcos parados, colocarem os barcos ao trabalho mais uma vez. Os armadores creditam a parada dos barcos também à chegada do produto importado.
Esta possibilidade de negócios na Costa do Marfim ajudar a minimizar esse impacto?
Bezerra da Silva - Com certeza, é uma expansão da indústria e dos armadores daqui, que estão ganhando uma área a mais. Esse espírito aventureiro é uma coisa que está na alma do pescador.
A possível entrada de camarão argentino é uma preocupação do Sindipi. Como o Ministério está vendo a possibilidade de impacto?
Bezerra da Silva - É uma decisão presidencial. O Congresso Nacional está em recesso, mas ouvi dizer que vai haver um grande esforço das entidades para impedir. Pode ser que não consigam. Entre os pescadores fala-se que há uma grande quantidade de camarão, então não haveria necessidade de importação. Mas somos membros do Mercosul, e a balança comercial tem que ser mantida entre os países.
Com relação às importações, o setor reclama que não há benefícios para a pesca no Brasil, enquanto que em outros países o custo da atividade acaba sendo bem menor. Como o Ministério tem atuado em relação a isso?
Bezerra da Silva - De imediato temos o Plano Safra das Águas, com facilidades para o pequeno pescador, maricultor, até o armador. Em relação ao óleo diesel, conseguimos retirar a exigência de chip para barcos artesanais de até 20 toneladas. Na pesca industrial estou buscando expandir, levando a novos horizontes. Estamos em processo de abertura de uma pesquisa para barcos de SC no Norte e Nordeste do Brasil, isso vai beneficiar e muito a pesca industrial. Na região do Ceará e Rio Grande do Norte, em direção à África, há uma variedade de peixes muito grande que não são pescados pelos barcos artesanais. E a pesca naquela região é artesanal. É uma novidade que vai dar um impulso. O projeto está bem adiantado.
(Do O SOL DIÁRIO - www.soldiario.clicrbs.com.br)
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
MAR ENVENENADO
Foto Divulgação |
Após proibição, maricultura é liberada na Grande Florianópolis
Justiça Federal e Ministério Público firmam acordo após horas de negociação nesta segunda-feira
Um acordo baseado no monitoramento da água e dos moluscos produzidos, na publicação de informações sobre licenciamento das áreas de cultivo e na regularização da maricultura pôs fim à restrição de produção e comercialização de ostras, mariscos e berbigões na Grande Florianópolis. A exceção é a área embargada pela Fatma entre a Praia da Mutuca, na Tapera, e a igrejinha, no Ribeirão da Ilha, que continua com a proibição.
O acordo foi selado entre o Ministério Público Federal, representantes dos produtores e órgãos ambientais na tarde desta segunda-feira depois de uma audiência pública na sede da Justiça Federal, em Florianópolis. Foram mais de cinco horas de discussão para que houvesse consenso.
O acordo suspende o efeito da liminar expedida na última quarta-feira pelo juiz federal Marcelo Krás Borges, da Vara Ambiental da Capital, que proibiu a maricultura na Grande Florianópolis. A produção pode voltar ao normal a partir de terça. As perdas destes cinco dias de impossibilidade de coleta ainda serão levantados pelas entidades representantes.
A audiência pública contou com vários impasses. A grande resistência estava no MPF, que reforçava a importância de apresentação de uma pesquisa mais aprofundada. Mas, o órgão aceitou o acordo desde que fosse feita por órgãos competentes. A submissão aos exames para verificar a existência de material pesado na água ou nos moluscos foi logo aceita pela Federação das Empresas de Aquicultura e a Associação Catarinense de Aquicultura.
Os produtores buscaram embasamento até com consultores para defender a liberação. Felipe Matarrazo Suplicy, que já foi coordenador nacional de maricultura, tentou rebater a possibilidade de que a produção pudesse causar algum dano ambiental. Também destacou que os maricultores são os primeiros precisar de água limpa para produzir e, por isso, se preocupam com os riscos.
Já a Fatma, para resolver a situação, se comprometeu a manter a legalização da atividade que está em processo de regularização. Os prazos estipulados pelo MPF foram renegociados até que entrassem num consenso. Um dos pontos de discussão foi quanto à data de transferência das áreas de cultivo atuais para as novas. Anteriormente, haveria possibilidade de fazer em até três anos e foi reduzido para dois.
As seis cláusulas que selam o acordo determinam ainda que todas as informações sobre o licenciamento e licitação das áreas de cultivo sejam colocadas em 180 dias num site único, que seja disponibilizado um arquivo com as informações técnicas sobre a maricultura. Nenhuma área poderá ser licitada além dos parques existentes atualmente. Já o plantio nas áreas de Conservação Federal deverá contar com o parecer do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os órgãos públicos envolvidos no licenciamento ficaram com o compromisso de realizar exames sobre metais pesados e produtos orgânicos persistentes em até 60 dias.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
MAR ENVENENADO
Foto:Guto Kuerten / Agencia RBS |
Maricultores da Grande Florianópolis fazem manifestação no Mercado Público da Capital
Desde a semana passada, a extração de ostras, mariscos e berbigões está interditada na região
por Roberta Kremer
roberta.kremer@diario.com.br
Os maricultores da Grande Florianópolis fizeram uma manifestação no Mercado Público da Capital na manhã desta segunda-feira. Vestidos de preto, os produtores recolheram assinaturas dos comerciantes de pescados para entregar às entidades públicas. Desde a semana passada, a extração de ostras, mariscos e berbigões está interditada na região.
Ainda na manhã desta segunda-feira, os maricultores estiveram reunidos na Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca para discutir encaminhamentos referente à decisão da Justiça Federal que paralisou os trabalhos do setor.
O juiz responsável pelo caso, Marcelo Krás Borges, designou audiência de conciliação para as 14h desta segunda-feira, "a fim de que as partes possam chegar a um acordo e os maricultores não sejam prejudicados", conforme o despacho expedido na última sexta-feira no processo em trâmite na Vara Federal Ambiental de Florianópolis.
Na semana passada, Borges acatou o pedido do Ministério Público e concedeu liminar exigindo que seja feito um estudo e relatório de impacto ambiental (EIA/Rima), aprovados pelo Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama). O embargo da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) para as localidades da Tapera e Ribeirão da Ilha, após o vazamento de óleo de uma subestação desativada da Celesc, foi o que impulsionou a decisão do magistrado. Um laudo apontou que produto era ascarel, substância cancerígena que pode ter contaminado o mar e os moluscos. Novas análises estão sendo feitas para a confirmação.
— Tem que responsabilizar a Celesc sim. Queremos é trabalhar e mostrar para o povo que a ostra não está contaminada — afirma o presidente da Associação de Maricultores e Pescadores Profissionais do Sul da Ilha (Amprosul), Ademir Dário dos Santos.
Celesc será multada em R$ 50 milhões pelo Ibama por vazamento de óleo, em Florianópolis
Laudo comprovou a presença de ascarel no canal que leva para o mangue da Praia da Mutuca
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) vai aplicar na manhã desta segunda-feira uma multa de R$ 50 milhões à Celesc por causa do vazamento de óleo com a substância bifenila policlorada (PCB), conhecida no mercado como ascarel, na subestação desativada da Celesc, na Tapera, Sul da Ilha de Santa Catarina.
O produto é proibido no mercado desde 1981 por ser considerado cancerígeno. A multa será aplicada com base no laudo, solicitado pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), que comprovou a presença do ascarel no canal de drenagem que leva para o mangue da Praia da Mutuca. Por causa do risco de contaminação ao mar, foi embargada no dia 10 de janeiro a extração de moluscos até a freguesia do Ribeirão da Ilha.
Após a divulgação do vazamento, em 21 de dezembro, o Ibama já tinha aplicado multa diária de R$ 50 mil, antes mesmo da comprovação do produto. O pior é que o fato contribuiu para a Justiça Federal interditasse o cultivo de ostras na Grande Florianópolis exigindo estudos de impacto ambiental.
Em razão do vazamento, desde a quarta-feira, 16 de janeiro, toda a atividade de maricultura do litoral na Grande Florianópolis, maior polo produtor do país, está suspensa por tempo indeterminado. A decisão é da Justiça Federal, que acatou uma ação civil pública do Ministério Público (MP), protocolada há seis meses, pedindo ao Ibama um estudo prévio de impacto ambiental em Florianópolis, Palhoça, São José, Biguaçu e Governador Celso Ramos.
O Diário Catarinense criou uma página para que os leitores opinem sobre a suspensão das atividades, que não têm previsão para serem retomadas. Acesse aqui o mural para ler as opiniões e comentar sobre o caso.
(Do DIÁRIO CATARINENSE - www.clicrbs.com.br)
MAR ENVENENADO
Foto Arquivo |
Ostras somem do Mercado Público
Peixarias deixam de vender moluscos após vazamento de óleo na Tapera
Por Edinara Kley
FLORIANÓPOLIS
Mesmo sem restrições de cultivo, venda ou consumo das ostras e mariscos produzidos fora da área embargada pela Fatma (Fundação do Meio Ambiente), entre o Ribeirão da Ilha e a Tapera, os moluscos desapareceram dos balcões das peixarias do Mercado Público de Florianópolis. A queda na procura aconteceu depois que a notícia sobre o vazamento de 12 mil litros de óleo, que pode conter uma substância tóxica conhecida como ascarel, se espalhou.
“Ninguém mais quis ostra depois desse acontecimento. Tinha clientes que compravam todo dia e que não apareceram mais”, revelou o dono de uma das peixarias que mais vendia o produto, Jucélio José Silveira, o Xexéu. As ostras que ele vendia eram do Ribeirão da Ilha, considerado o melhor produtor do molusco na Ilha.
Mesmo com a possibilidade de comprar de outro fornecedor, Xexéu prefere não arriscar. “Só vou vender depois que eles apresentarem o resultado do laudo. Agora não adianta, não tem cliente”, frisou.
A média diária de ostras vendidas em seu balcão era de até 200 dúzias, no valor de R$ 6. “Vou ter prejuízo. Está ruim pra nós, mas pior para quem fornece”, apontou.
Em outra banca ainda é possível encontrar mariscos e berbigões. “São de Governador Celso Ramos, de bem longe da área afetada”, adiantou Nelson Santos, dono da peixaria. Ostras, segundo ele, não serão compradas de nenhum lugar. “Ninguém tem como saber, só vamos pegar depois que liberarem o resultado do laudo”, frisou.
Mas nem todos os consumidores rejeitariam os moluscos se estivessem à venda. “Gosto muito de ostras, de qualquer jeito. Se tivesse aqui, eu até levaria”, disse Heracleo Menegazzi, morador de Tangará (Oeste do Estado) que participou de uma conferência na Capital, e antes de voltar para casa passou pelo Mercado para comprar peixes.
Vigilância garante procedência
O monitoramento é feito por fiscais da Vigilância Sanitária Municipal, que prestam orientação aos maricultores e conferem a procedência dos alimentos nos restaurantes. Até agora, segundo o diretor da Vigilância em Saúde do município, Leandro Pereira Garcia, nenhuma irregularidade foi constatada. “Estamos trabalhando na base da cooperação e tanto extratores quanto maricultores têm colaborado. Nosso foco é proteger o ambiente e as pessoas”, afirmou.
A fiscalização, segundo Garcia, acontece em toda a Capital, e por isso os consumidores não precisam se preocupar ou evitar os moluscos. “Todos os produtos que estão sendo comercializados têm nota fiscal e procedência. É isso que comprova que eles não foram cultivados naquela área”, garantiu.
Neste fim de semana, placas indicativas serão fixadas nos pontos principais da região afetada. Elas vão alertar a população sobre o embargo que proíbe cultivo, extração e comercialização de mariscos e moluscos, e qualquer contato com a água do mar, fauna e flora.
(Do ND - www.ndonline.com.br)
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
CONTAMINAÇÃO DOS MARES
Foto Daniel Queiroz/ND |
Óleo que vazou em córrego em Florianópolis pode causar impacto ambiental severo
Por ser de difícil degradação, os traços podem permanecer até um ano depois da contaminação
Por ser de difícil degradação, os traços podem permanecer até um ano depois da contaminação
Por Edinara Kley
FLORIANÓPOLIS
O vazamento de 12 mil litros de óleo que pode conter ascarel, uma substância altamente perigosa e que teve a fabricação proibida no Brasil em 1981, levantou uma série de dúvidas sobre o impacto ambiental que pode causar na área afetada. Enquanto as análises que vão confirmar ou descartar a presença do ascarel na área de mar e mangue entre o Ribeirão da Ilha e a Tapera não ficam prontas (vão levar pelo menos 15 dias), a recomendação é cautela. Embora autoridades e estudiosos digam que a probabilidade de contaminação é pequena, e que o embargo das atividades de pesca e maricultura são preventivos, também não negam que o risco existe.
Comprovada ou não sua existência no ambiente, o certo é que o ascarel, nome comum dado ao componente PCB (bifenila policlorada) é uma sustância altamente tóxica que se assemelha aos pesticidas e pode trazer danos irreversíveis aos organismos que tenham contato com ele. Marcio Tamanaha, professor de oceanografia e engenharia ambiental da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), o classifica como um fluído perigoso, que age silenciosamente e que, de acordo com a quantidade de cloro existente em suas moléculas, tem ampla capacidade destrutiva.
Por conta de sua estrutura molecular quase insolúvel, o impacto ambiental provocado pelo PCB, segundo o professor, pode ser bastante severo. “Se um peixe contaminado é comido por um pássaro, automaticamente este organismo será contaminado”, explicou.
O mesmo pode acontecer com pessoas que ingerirem algum produto exposto ao ascarel. “O maior dano é via oral, na alimentação”, pontuou. Segundo Tamanaha, o efeito não é letal, mas provoca alterações genéticas nos seres contaminados, como mudanças nos estágios de reprodução, processo de engorda, crescimento e desenvolvimento do organismo: “Em alguns casos, pode ser eliminado pelas defesas do organismo, tudo depende da quantidade ingerida”.
Monitoramento das áreas afetadas
Caso se corfirme que a região foi afetada pelo produto químico, o professor e engenheiro ambiental Marcio Tamanaha sugere o monitoramento em longo prazo. Por ser de difícil degradação, os traços desse óleo podem permanecer no meio ambiente até um ano depois de sua contaminação. Além disso, parte desse material pode contaminar o solo e chegar ao lençol freático.
Nesse caso, segundo ele, os danos ambientais seriam menores. “Ele não desaparece, é como um pesticida, seus componentes têm um processo biológico tão forte que não se quebram e nem se dividem. Também não há como recuperar a área degradada. De qualquer forma, haverá impacto no ecossitema, que pode se auto regular e se moldar a essa nova condição”, afirmou.
A fabricação das PCBs foi proibida no Brasil em 1981. Além de trasformadores, a substância era utilizada em lubrificantes, plastificantes e solventes de tintas. No entanto, existe uma exceção na lei, e sua utilização em equipamentos que já estavam operando foi permitida.
Tamanaha acredita que ainda hajam equipamentos de 30 anos ou mais em operação. E sugere um mapeamento de onde eles estão. Procurada, a Celesc não informou se ainda utiliza transformadores com ascarel ou se existem equipamentos desativados no Estado.
Órgãos decidem como será recurso judicial
Procuradoria Geral do Estado, Fatma, Ibama e outros órgãos afetados pela decisão judicial que proíbe as atividades de maricultura nos municípios da Grande Florianópolis, devem entrar hoje com pedido de recurso. Na quinta-feira, nem todos conseguiram juntar estudos e argumentos para a ação, e uma nova reunião ficou marcada para hoje.
Segundo Jordani Pelisser, consultor jurídico da Secretaria de Estado Agricultura e Pesca, o encontro vai definir se os órgãos entram com uma única ação ou se os pedidos serão individuais. Por enquanto, maricultores de Florianópolis, Biguaçu, Palhoça, São José e Governador Celso Ramos estão impedidos de trabalhar e a Fatma não pode liberar licenças ambientais.(Do ND - www.ndonlne.com.br)
Área provável de contaminação e onde a maricultura está embargada
CASO DE POLÍCIA
Contaminação do Rio Perequê vira caso de polícia em Itapema
Delegado aguarda recebimento de laudo da Fatma para instaurar inquérito
Delegado aguarda recebimento de laudo da Fatma para instaurar inquérito
por Dagmara Spautz
dagmara.spautz@osoldiario.com.br
A poluição do Rio Perequê, entre Itapema e Porto Belo, virou caso de polícia. A Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da Polícia Federal, em Florianópolis, aguarda o laudo da Fatma que confirma a contaminação por esgoto para instaurar um inquérito e investigar responsabilidades. Nesta quinta-feira, o delegado Raimundo Lopes Barbosa adiantou que uma equipe já esteve no local e verificou irregularidades no tratamento de efluentes, que causaram a poluição do rio.
O grupo de policiais esteve na região no dia 10, visitando a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) mantida pela empresa Águas de Itapema no Bairro Morretes, e também os rios Perequê e da Fita, atingidos pela poluição. Um laudo pericial já foi produzido pela delegacia.
As próximas ações da Polícia Federal vão depender do recebimento do laudo da Fatma, que incluiu análises químicas da água em amostras retiradas dos rios e da própria estação de tratamento. Divulgado na quarta-feira, o documento concluiu que a poluição no Perequê foi, efetivamente, causada por esgoto despejado no rio sem o tratamento adequado.
Multa
Técnicos da Fatma trabalham agora na definição do valor de um auto de infração, que será aplicado à Águas de Itapema. O órgão ambiental não informou quando os dados serão encaminhados à PF.
A 1ª Promotoria do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em Itapema também aguardava, ontem, o recebimento do laudo da Fatma. A análise vai balizar as ações que serão tomadas pela promotora Carla Mara Pinheiro Miranda. A assessoria de imprensa da Águas de Itapema informou que a empresa não vai se manifestar sobre o caso.
(Do O SOL DIÁRIO - www.osoldiario.clicrbs.com.br)
MULHERES DO MAR
Foto Divulgação |
Ela é a primeira mulher capitã de longo curso da história do Brasil. Hildelene Lobato Bahia tem motivos de sobra para se orgulhar dessa conquista. No comando de um navio petroleiro de grande porte, a oficial assume o posto mais alto da Marinha Mercante ao lado de outra mulher, sua imediata Vanessa Cunha dos Santos Silva.
Veja mais no http://glo.bo/UvAoI8
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
MAR MORTO I
Foto Arquivo |
Justiça determina suspensão das atividades de maricultura na Grande Florianópolis
Secretaria da Pesca recorre de decisão judicial sobre vazamento de óleo no Sul da Ilha
Sâmia Frantz
samia.frantz@diario.com.br
Toda a atividade de maricultura do litoral na Grande Florianópolis, maior polo produtor do país, está suspensa por tempo indeterminado. A decisão é da Justiça Federal, que acatou, nesta quarta-feira, uma ação civil pública do Ministério Público (MP), protocolada há seis meses, pedindo ao Ibama um estudo prévio de impacto ambiental em Florianópolis, Palhoça, São José, Biguaçu e Governador Celso Ramos.
A região atingida corresponde a 70% da produção no Estado e 55% da nacional. De acordo com a Associação Catarinense de Aquicultura, a determinação judicial terá impacto no país inteiro, para onde a produção é enviada. Segundo o presidente da entidade, Antônio Mello, esta é a melhor época do ano para a comercialização dos produtos provenientes da maricultura e paralisar as atividades agora significa comprometer a safra do ano todo.
– Já estávamos com o problema de vazamento que havia impactado a comercialização da área embargada. Agora a situação só piorou e a prejudica toda a cadeia produtiva – lamenta.
Embora não seja uma consequência direta, a decisão tem ligação com o vazamento de 12 mil litros de óleo de um transformador da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc). O incidente provocou a interdição de uma área 730 hectares de mar, entre a Tapera e o Ribeirão da Ilha, na segunda-feira, e levou a Justiça a rever o pedido do MP – informou ontem ao DC o juiz Marcelo Krás Borges.
Segundo Borges, as atividades só poderão ser retomadas depois que o estudo estiver pronto. A ideia é que o material possa apontar e evitar todo e qualquer dano que as baías sul e norte possam correr e sugerir medidas de prevenção para reduzir os riscos. A decisão foi tomada com base na própria Constituição, que prevê a realização de estudo prévio para toda a atividade que causar impacto ambiental.
– Se o estudo já estivesse pronto, o vazamento não teria ocorrido. Agora não temos mais como reparar este dano, mas podemos prevenir outros – argumentou o magistrado.
A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca pretende recorrer à decisão como forma de garantir os direitos dos maricultores catarinenses. O titular da pasta, João Rodrigues, considerou-a precipitada e alega que ela trará prejuízos imensuráveis para o setor.
(Do DIÁRIO CATARINENSE - http://diariocatarinense.clicrbs.com.br)
MAR MORTO II
Foto Rafaela Martins/Agência RBS |
Laudo confirma contaminação no Rio Perequê em Itapema
Multa à empresa responsável pelo tratamento de esgoto, pode chegar a R$ 50 milhões
Dagmara Spautz
dagmara.spautz@osoldiario.com.br
A Fundação do Meio Ambiente (Fatma) confirmou no fim da tarde de quarta-feira que as águas do Rio Perequê, entre Itapema e Porto Belo, foram contaminadas por esgoto. Análises laboratoriais concluíram que a poluição foi causada por despejo de efluentes sem tratamento adequado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) operada pela empresa Águas de Itapema, no Bairro Morretes. A empresa será multada pela Fatma. O valor, ainda não definido, pode chegar a R$ 50 milhões.
O laudo levou em conta parâmetros como a quantidade de coliformes fecais e de matéria orgânica presentes no Rio da Fita, que recebe os efluentes de esgoto e desemboca no Perequê, além de amostras da estação de tratamento e do próprio Rio Perequê.
De acordo com os dados divulgados pela Fatma, a quantidade de matéria orgânica nas amostras recolhidas em pontos antes e depois da ETE saltou de 14,6 mililitros por litro para 160 mililitros por litro – um índice quase três vezes maior do que o permitido pela legislação ambiental.
– Vários indicadores foram analisados e mostraram que o tratamento está bastante fora dos parâmetros – diz Anderson Atkinson da Cunha, técnico da Fatma responsável pela fiscalização.
As amostras foram coletadas pelo órgão no dia 4, época em que moradores e turistas reclamavam do cheiro e da cor escura do Rio Perequê. Dias depois, peixes de diferentes espécies, como bagre, escrivão e tainhota apareceram mortos nas margens do rio e também nas praias de Perequê e Meia Praia, em Porto Belo e Itapema. Algo que, segundo o técnico da Fatma, também foi causado pela poluição.
Multas se repetem
Além do auto de infração por despejo de esgoto sem tratamento adequado no Rio da Fita, a Fatma também avalia a possibilidade de embargo da estação de tratamento, caso o local não se adeque às exigências da legislação ambiental. Em dezembro, a empresa Águas de Itapema já havia sido autuada pelo órgão ambiental por irregularidades como presença de animais na área de tratamento de esgoto e por operar sem licença. No dia 6, a companhia também foi multada em R$ 500 mil pela Fundação Ambiental Área Costeira de Itapema.
Apesar das denúncias, a Águas de Itapema mantém o silêncio. No início da noite de ontem, a assessoria de imprensa informou que a empresa ainda não recebeu o laudo da Fatma e que, por enquanto, não vai se manifestar.
Contaminação afeta o turismo
Desde que surgiram os indícios de poluição no Perequê, nos primeiros dias do ano, o setor de hospedagem registrou queda em Itapema e Porto Belo. Na Praia de Perequê, imóveis à beira do mar estão sendo alugados por menos da metade do preço.
– Temos imóveis que passaram de R$ 800 a diária para R$ 350. A temporada não está boa em lugar nenhum, mas o rio agravou a nossa situação _–diz Aldo José dos Santos, dono de uma imobiliária no Perequê.
Situação parecida enfrenta Vilmar Nisz, responsável pelos aluguéis em um condomínio com apartamentos de frente para a praia. As diárias, que deveriam ser de R$ 400, foram reduzidas para R$ 250. Mesmo assim está difícil encontrar interessados e um terço dos imóveis está vazio.
Presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes de Itapema e Região (Sindhoteis), José Maria Negreiros, diz que hotéis e pousadas nas praias atingidas pela contaminação do Perequê tiveram uma queda de 50% nas hospedagens feitas no balcão _ aquelas que não são acertadas com antecedência.
– Essa situação manchou a imagem da região – acredita.
Sem movimento, comércio demite
Dono de um bar no canto Sul de Meia Praia, em Itapema, Fábio Vieira viu os turistas debandarem e o rendimento cair enquanto o Perequê mostrava sinais de contaminação. O cheiro de esgoto e a mortandade de peixes, que veio logo depois, fez cair pela metade o movimento. Com menos clientes, o comerciante reduziu de 10 para dois o número de garçons.
– Estava tudo indo bem, o pessoal ganhando seu dinheiro, mas não deu mais para manter tanta gente. O pessoal vê a praia interditada e não entra. Até quem mora na rua ao lado tem preferido ir para outros lugares – desabafa.
No outro lado do rio, na Praia de Perequê, Damásia Estela da Luz, que mantém um quiosque, também sentiu o movimento reduzir. Em 20 anos trabalhando à beira do mar, diz que nunca viu um movimento tão baixo nas primeiras semanas de janeiro.
– Fico preocupada que Porto Belo fique mal vista – diz.
Banhistas se arriscam
Ontem à tarde, as faixas instaladas pela prefeitura de Itapema no Canto Sul da Meia Praia, onde desemboca o Rio Perequê, continuavam alertando os turistas para o risco de contaminação no local. Mesmo assim, houve quem se arriscasse no mar e também no rio. Na areia, porém, o movimento era bem menos intenso do que nos primeiros dias do ano.
Médico infectologista, Carlos Correa alerta que em locais contaminados por esgoto o banhista se expõe a doenças como hepatite e diarreia.
– Se ingerir a água, pode estar ingerindo junto bactérias e coliformes. Não é recomendado – diz o médico.
Turista de Sarandi (RS), Marlene Gnoatto passeou pela areia ontem, mas evitou a água do Perequê.
– Acho que pode prejudicar o turismo, o fato de se encontrar parte da praia interditada – opina.
Prefeito de Itapema, Rodrigo Bolinha (PSDB) disse estar ciente da situação, e preocupado com as consequências:
– Além do dano ambiental, que não tem preço, também temos um sério prejuízo sócioeconômico para a região – avalia.
(Do O SOL DIÁRIO - http://osoldiario.clicrbs.com.br)
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
ENVENENAMENTO DAS ÁGUAS
Foto Daniel Conzi/Agência RBS |
PF abre investigação para apurar autoria de vazamento de óleo no Sul da Ilha
Os 12 mil litros de óleo que vazaram no Bairro Tapera possuem substâncias cancerígenas
Os 12 mil litros de óleo que vazaram no Bairro Tapera possuem substâncias cancerígenas
O óleo vazou de transformadores em uma subestação desativada da Celesc no bairro da Tapera, em Florianópolis, no último dia 19
por Gabriela Rovai
gabriela.rovai@diario.com.br
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a autoria do vazamento de 12 mil litros de óleo que possui substâncias cancerígenas em parte do Ribeirão da Ilha e Tapera, no Sul da Ilha de SC.
A PF fará diligências em busca dos responsáveis pela contaminação na fauna e flora marinhos. Por causa do vazamento, foi proibida temporariamente a pesca de moluscos e peixes na região.
O óleo vazou de transformadores em uma subestação desativada da Celesc no bairro da Tapera, em Florianópolis, no último dia 19.
A subestação fica dentro de um antigo centro de treinamento da Celesc e a área, aos poucos, está sendo cedida à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
De acordo com laudo da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), as águas de parte do Ribeirão da Ilha e Tapera, em Florianópolis, podem estar contaminadas com ascarel, produto químico cancerígeno, causado pelo vazamento do óleo de transformadores do antigo Centro de Treinamento da Celesc.
O resultado do laudo solicitado pela Fatma, que aponta a presença do produto no canal de drenagem em direção ao mar, foi divulgado nesta segunda-feira pela Prefeitura de Florianópolis.
A Fatma proibiu a extração de qualquer molusco e peixes em uma área de 730 hectares na região, considerada a principal produtora de ostras de Santa Catarina, líder no cultivo entre os estados do país. A medida é provisória.
Além dos riscos para a saúde das pessoas, caso as ostras, berbigões e peixes estejam contaminados, também existe o potencial degradação ambiental se o ascarel atingiu o solo do mangue na Tapera.
De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Aquicultura, Antônio Mello, os produtores ficaram chocados com a notícia e estão preocupados com os prejuízos, que ainda não foram estimados.
(Do DIÁRIO CATARINENSE - www.clicrbs.com.br)