sábado, 29 de fevereiro de 2020

MAREGRAFIAS

Foto Fernando Alexandre

NA PRAIA...

Imagem Andre de Dienes
 O fotógrafo Andre de Dienes nasceu na Romênia em 1913, mas foi na Turquia, aos 15 anos de idade, que aprendeu a pintar e comprou sua primeira câmera fotográfica.
Em Paris, a partir de 1933, trabalhou como fotógrafo free lance para o jornal comunista “L’Humanite” e para a agência “Associated Press”. Tres anos depois, convencido pelo modista Molyneux, começou a fotografar moda.
Em 1938 foi para a América, com a ajuda da revista “Esquire” e em Nova Iorque se consagrou no mundo da moda. Passou também a fotografar os bairros nova-iorquinos e a viajar pelas estradas do oeste do país, quando conheceu e ficou íntimo amigo da então desconhecida Norma Jeane Baker, que mais tarde se transformou na Marilyn Monroe.
A foto acima é de 1944, ano em que se mudou para a Califórnia, onde realizou diversos ensaios de nus ao ar livre, incorporando inovadoras técnicas de montagem às suas fotografias. Passou a trabalhar para os estúdios de cinema e virou o fotógrafo favorito de grandes estrelas hollywoodianas como Marlon Brando, Elizabeth Taylor, Henry Fonda, Fred Astaire, Ingrid Bergman, Jane Russel e Anita Ekberg. André Dienes faleceu na Califórnia, em 1985.

TRABALHADORES DO MAR

Foto Fernando Alexandre
Valdir Nhãn-Nhãn e as gaivotas! Pântano do Sul.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

NA MESA


Peixe atolado

Ingredientes
2 quilos de peixe (pintado ou merluza)
2 quilos de mandioca
2 latas de creme de leite
1 copo de requeijão cremoso
1 pimentão verde, 1 amarelo e 1 vermelho
1 cebola picada
tempero e cebolinha a gosto
azeite a gosto

Preparação
Em uma tigela, coloque o peixe e a mandioca crua cortada em cubos. Tempere a gosto e reserve por meia hora.
Depois, junte os pimentões e a cebola picadinhos. Refogue no azeite e mexa delicadamente.
Adicione o requeijão e tampe a panela.

Deixe cozinhar.
Desligue o fogo e acrescente o creme de leite. Salpique a cebolinha. Sirva com arroz branco.

(Do Read more at: https://pt.petitchef.com/receitas/prato-principal/peixe-atolado-fid-1507329)

OLHANDO ILHAS, ESPERO...

Foto Fernando Alexandre

A BRUXA DO SAQUINHO!

Desenho de Franklin Cascaes
"O Senhor Rosalino Oliveira gostava muito de contar estórias de assombrações e outras. Certa ocasião, estávamos sentados na linda praia de Pântano Sul, Ilha de Santa Catarina, quando ele se lembrou dessa estória...
... Meus pais contavam que no (praia) Saquinho existiu um casal que ganhou como presente do trabalho sexual oito filhas, sem nenhum varão entremeado. Depois do nascimento da sexta filha, nasceram duas gêmeas. O casal ficou muito preocupado com a dádiva lá de riba do alto, isso porque sabiam de antemão que, ao nascer a sétima filha de um casal de gente de argila humana, a mais velha tem obrigação espiritual de batizar a mais moça, para afugentar o triste fado bruxólico que ela recebe naturalmente ao nascer neste mundo de Nosso Senhor, como também os pais devem aplicar-lhe o nome de Benta. Meio confusos e apavorados com a presença do caso bruxólico natural que sabiam envolver suas duas filhas, a sétima e a oitava, gêmeas, resolveram consurtar a sinhá Candinha Miringa, velha e tradicional médica benzedeira e curandeira lá das bandas do Sertão do Peri, mó de tomar conselhos e ouvir suas sábias e firmes palavras com relação às coisas do mundo dos deuses ocultos. - Sim, sinhá Candinha, - falou seu Manoel Braseiro, o pai das gêmeas, - eu confio muito na senhora e sempre ouvi falar que o seu saber espiritual com relação às coisas do outro mundo é verdadeiro e consolador(...)

(Fragmento de Bruxas Gêmeas, conto de Franklin Cascaes em "O Fantástico na Ilha de Santa Catarina" - Volume II - Editora da UFSC - 1992.)

CAMINHOS...

Foto Geraldo Cunha
Praia dos Açores

MAR DE POETA

5 Dicas de como descartar vidros quebrados


O melhor de mim
Inteiro
Em pedaços
Tiro certeiro
Ou apenas estilhaços

  ( Fernando Alexandre - primavera 89)

DANDO NOME...


Foto Fernando Alexandre

MANEMÓRIAS

Canoas e Velas - Anos 30
Baía Sul - Ilha de Santa Catarina

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

OLHANDO ILHAS, ESPERO...

Foto Fernando Alexandre

MAR DE POETA

Foto Fernando Alexandre
Fim do dia
A tarde tarda
A noite tece

(Fernando Alexandre)

TEM BOBO NO CAMARÃO


Bobo de camarão

Ingredientes
1 kg de camarão limpo
1/2 de mandioca
1 vidro pequeno de leite de coco
Temperos: alho, sal, dendê, catchup, salsa, cebolinha, louro, pimenta

Preparação

PASSO 1
Cozinhar bem mandioca.

PASSO 2
Picar em pedacinhos bem pequenos e refogar no azeite. Colocar pouca água e deixar cozinhar até desmanchar quase todos os pedacinhos.

PASSO 3
À parte, refogar o camarão no azeite e temperar com alho, sal, salsa, cebolinha, pimenta, louro e catchup até ficar bem rosado.

PASSO 4
Deixar cozinhar por apenas três minutos e misturar a mandioca. Deixar ferver e, então, colocar um vidro pequeno de leite de coco.

PASSO 5
Ferver mais um pouco e, pouco antes de desligar, colocar o dendê (ou azeite) a gosto. Misturar e servir.

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MAR DE TUDO

Foto Fernando Alexandre

MANEMÓRIAS

Foto Amnésio Kronico
Pântano do Sul - Verão 1967: no tempo em que ainda se discutia o sexo dos mariscos.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

JACK O MARUJO

Resultado de imagem para Capitão no mar
- O sr fala sozinho, capitão?
- Sim, mas raramente me escuto, disse Jack o Marujo.

REUNIÃO DE PAUTA

Foto Fernando Alexandre
Os trabalhos começam cedo no Pantusuli! 

CEMITÉRIO DE NAVIOS

Ilustração do naufrágio/autor desconhecido

Há 174 anos, no dia 15 de julho de 1839, o lendário Giuseppe Garibaldi naufragava com sua Nau Capitânea "Farropilha" em Araranguá, litoral de Santa Catarina. Forte chuvas caíram e um temporal surpreendeu o Farroupilha na traiçoeira costa, nas proximidades da foz do rio Mampituba, região respeitada e conhecida como "cemitério de navios". Garibaldi, após tentar ajudar seus companheiros, salvou-se nadando até a praia. No desastre morreram 14 dos tripulantes da nau, entre eles os italianos e amigos de Garibaldi Eduardo Mutru, Luigi Carniglia, Luigi Staderini, Navona e Giovanni.

TRABALHADORES DO MAR

Foto Fernando Alexandre

DE SOSLAIO...

Foto Fernando Alexandre


BOTANDO MAIS FOGO...


Foto Fernando Alexandre

Que o tinto tinja
tudo que tiver de tingir
Que o branco lave
tudo que tiver de lavar


(Fernando Alexandre)

DEPOIS DA CHUVA

Foto Fernando Alexandre
Pântano do Sul no fim-de-tarde...

TARDE INDO...

Foto Fernando Alexandre

Noite sendo...

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

MULHERES DO MAR

Pescadora de Quissamã atua em toda a cadeia produtiva da pesca 
(Foto: Sintyque Lemos de Moraes Servulo)

Mulheres na pesca: um cotidiano de desigualdade e ausência do Estado

Em parceria com a FAPUR, pesquisa investiga conflitos socioambientais vividos por pescadoras artesanais

Por Victor Ohana, da FAPUR

Mulheres pobres, com pouca ou nenhuma formação escolar, afastadas dos centros urbanos, chefas de família. Esse é o perfil geral de grande parte das pescadoras artesanais que moram nos municípios das baixadas litorâneas e do norte do Estado do Rio de Janeiro: Arraial do Cabo, São Francisco de Itabapoana, Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Macaé, Quissamã e Cabo Frio. A realidade dessas mulheres é tão complexa que virou tema de uma pesquisa liderada pela professora Sílvia Alicia Martinez, da Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF). Seu estudo teve início em abril de 2017, em parceria com a FAPUR.

A ideia do projeto é entender os principais conflitos socioambientais vividos pelas mulheres das comunidades pesqueiras desses sete municípios. A partir disso, a equipe da professora está elaborando um mapa, identificando esses conflitos e disponibilizando dados e análises de cada caso. Perceber a realidade dessas pescadoras é importante porque, segundo Martinez, elas vivem consequências diretas dos problemas ambientais. Além disso, sobrevivem com a baixa renda, a dupla jornada, no trabalho e em casa, e ainda enfrentam desigualdades no próprio ofício. Isso porque, segundo a professora, as mulheres sofrem invisibilidade em seu espaço de trabalho e são prejudicadas até na sua documentação.

A partir de dados do questionário Pescarte, realizado por pesquisadores da UENF entre 2014 e 2016, observou-se que, das 317 mulheres entrevistadas nos sete municípios, apenas 61,2% possuem a Carteira Profissional da Pesca, enquanto 95% dos 1889 homens entrevistados têm o documento.

“A pesca é uma atividade atribuída tradicionalmente aos homens, fato que acabou tendo seu impacto na invisibilidade do trabalho feminino, seja no âmbito da sociedade, da própria profissão e dos estudos acadêmicos”, relata Martinez. “Por isso, o que pode ser observado é que as mulheres participam da pesca artesanal como um todo, mas não se reconhecem como pescadoras e muitas vezes não são reconhecidas pelos outros. Isso acaba impedindo, por exemplo, a elas obterem o Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), o qual dá acesso a benefícios sociais, como seguro defeso, microcrédito e assistência social”, explica.

A pesquisadora aponta que outro problema é a falta de dados oficiais e de pesquisas científicas que demonstrem a real participação das mulheres na produção pesqueira no país, o que reforça a invisibilidade dessas mulheres.

“É fato constatado que a chamada ‘invisibilidade’ refere-se ao tradicional ocultamento ou omissão da participação da mulher enquanto ator produtivo do mundo da pesca artesanal. Isso se evidencia na falta de reconhecimento da sua presença nos dados oficiais, no imaginário construído e representado do setor e na maioria das pesquisas acadêmicas. De uma forma geral, essas trabalhadoras estão socialmente ausentes dos registros formais”, justifica.

Pescadora de Cabo Frio atua na captura do camarão; parte das trabalhadoras não possui registro do Estado
 (Foto: Sintyque Lemos de Moraes Servulo)


MAIORIA DAS ENTREVISTADAS CONTRIBUI COM METADE DA RENDA FAMILIAR

O estudo é liderado por Martinez e envolve 18 pesquisadores: seis professores da UENF, dois da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), além de três doutores e alunos de doutorado, mestrado e graduação. O primeiro passo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre temas como gênero, conflitos socioambientais e atividade pesqueira. Em seguida, o grupo organizou o Seminário Mulheres na Atividade Pesqueira no Brasil, que promoveu a troca de experiências entre pesquisadoras de todo o país. Nessa fase, o conjunto também desenvolveu workshops sobre o tema. Essa etapa serviu para se observar características gerais das pescadoras no Brasil, o que auxiliou na análise das mulheres estudadas nos municípios selecionados.

“A literatura aponta várias questões que contribuem para tornar a situação das mulheres pescadoras mais complexas: elas, geralmente, estão afastadas dos grandes centros urbanos; possuem pouca ou nenhuma escolaridade; são pobres; são chefas de famílias monoparentais; estão inseridas em uma atividade que é também pouco valorizada socialmente, e caracterizada como atividade masculina”, descreve Martinez. “Em consequência de sua condição subalterna e periférica, estas mulheres também têm pouco acesso à saúde e são, em muitos casos, submetidas a situações de violência doméstica, geralmente provocadas por alcoolismo”, complementa.

Na análise inicial da pesquisa, foram utilizados dados quantitativos como o questionário Pescarte e o Censo de IBGE de 2010. Até agora, o que se identificou com a pesquisa foi o perfil geral dessas mulheres. Segundo os dados já apurados, o rendimento do trabalho feminino é decisivo no orçamento familiar: 62% das mulheres entrevistadas afirmaram contribuir com pelo menos metade na renda em casa. Apesar disso, Martinez afirma que as pescadoras não são enxergadas pela sociedade nem pelo Estado.

“Há também a exclusão por parte do setor governamental, no que concerne a falta de reconhecimento de direitos dessas trabalhadoras e, em alguns casos, de seus territórios de trabalho. Essas determinações atingem várias trabalhadoras do setor, em diversas comunidades tradicionais de pesca pelo Brasil. Essa situação se agrava se as pescadoras são negras e quilombolas”, afirma.

Após o término das análises das entrevistas com as pescadoras, a pesquisadora pretende filmá-las para inserir imagens no mapa a ser disponibilizado.

Além da pesca, mulheres também atuam na limpeza dos peixes
 (Crédito: Syntique Lemos de Moraes Servulo)

LUTA CONTRA DESIGUALDADE RETROCEDE NO ÂMBITO POLÍTICO, DIZ MARTINEZ

Para a pesquisadora, a desigualdade entre homens e mulheres ainda está muito presente na realidade brasileira. Martinez explica que o topo do mercado de trabalho é ocupado por homens brancos, e a base, pelas mulheres negras. Além disso, em termos gerais, mulheres ainda recebem menos do que os homens e trabalham mais. Mas o pior de tudo é que, segundo ela, a pauta só vem retrocedendo na política.

“No último ano, principalmente, vimos um grande retrocesso na condução dessa pauta no âmbito político, como se observa por exemplo na composição dos ministérios do governo federal”, analisa. “Há uma situação alarmante também na ínfima representação política das mulheres, como no senado e na Câmara”, complementa.

A pesquisadora critica medidas como a reforma da previdência e a redução de programas sociais, como o Bolsa Família.

“Há que avançar muito ainda para que as opções na vida das mulheres não estejam limitadas por estereótipos de gênero, estigmas e violência. E para isso um ambiente macroeconômico favorável é fundamental. Na reforma da previdência em pauta, os analistas também preveem que venha prejudicar mais amplamente as mulheres. Por outro lado, a diminuição de programas sociais, como o Bolsa Família, que possibilitaram que famílias saíssem da pobreza extrema e favoreceram a entrada da mulher no mercado de trabalho ativo, vai causar consequências nefastas para a sociedade e principalmente para as mulheres”, acusa Martinez.

FAPUR FOI FUNDAMENTAL PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO, AFIRMA PESQUISADORA

A FAPUR colaborou com a pesquisa oferecendo assistência administrativa. De acordo com a professora, a participação da Fundação foi essencial.

“A FAPUR foi uma parceira de fundamental importância para o desenvolvimento do projeto desde o primeiro momento, já que no edital do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) as universidades públicas não podiam concorrer. A Fundação, além de ser a administradora das verbas da pesquisa, foi sensível ao nosso apelo para submetermos o projeto e estabelecermos a parceria, apesar de não sermos professores da UFRRJ”, conta ela.

Martinez opina que apoiar projetos que discutam a desigualdade de gênero no Brasil é uma grande colaboração para a sociedade.

“O apoio a projetos que abordem essa problemática de gênero, aliada à de classe, etnicidade e raça, com certeza ajudará a dar visibilidade a questões históricas que estão naturalizadas na sociedade e, por serem vistas como naturais, não são combatidas”, finaliza.

(Do http://pesquisarural.fapur.org.br/)

MALHEIRAS

Foto Fernando Alexandre

MAR DE HASSIS

Hassis - Hiedy de Assis Corrêa ( Curitiba, 27/7/1926 - Ilha de Santa Catarina, 20/1/2001)

sábado, 22 de fevereiro de 2020

A FESTA

Ilustração Andrea Ramos
A FESTA

     Inácia olhava o mundo através de uns olhos verdes claros. A menina as vezes via peixinhos  nele, outras vezes via  nuvens cinzentas que desaguavam em tempestade. Mas  normalmente a mãe  era alegre.Cantava quando estendia roupa lá fora e quando cuidava, com  carinho, do seu canteiro de ervas, que  a  menina chamava de plantinhas mágicas, pois acabava com qualquer tipo de dor.
       Todo final de tarde, quando o por do sol deixava o mundo cor de rosa, as duas sentavam-se junto à janela.  E os que passavam por lá,  paravam e contavam  histórias. Naquela semana  foi grande o movimento na janela  da casinha que ficava a beira do caminho. Uns voltando da lida no mar, outros  da terra. Todos contentes, envolvidos com os preparativos da Festa..
          
Na segunda feira passou Josino, puxando o cavalo preto que trazia no lombo suado dois  cerões cheios de cimento,  pra terminar o piso do salão pro dia da Festa. Contou que  eram tantos os peixes na rede, que a praia estava todinha  prateada. Deu uns mariscos   pra mãe cozinhar, cascar e comer com farinha. Perguntou se tinham visto o seu Quiqui, da rabeca. Disse que estava  preocupado pois a  garganta  doía e  não ia poder cantar na Festa. Daí a mãe deu  um pedacinho de gengibre pra ele fazer gargarejo antes de dormir.
      
Na terça-feira  passou  seu João, carregando cipó nas costas, pra fazer o balaio  pra guardar as massas do leilão pro  dia da Festa. Contou que já tinha socado a farinha e o amendoim no pilão,  pra Dona Hilda fazer a pijajica que todo mundo adorava. Deu umas pedrinhas pra menina colocar no chão da casa de bonecas. Perguntou se tinham visto passar Darci, do violão. Disse que estava preocupado pois a mulher  andava com as dores do reumatismo e não ia poder  dançar na Festa. Daí a mãe deu um punhadinho de  Erva baleeira pra ela fazer chá e tomar antes de dormir.
       
Na quarta-feira passou Tina, trazendo a sacola cheia de flores e bandeirolas pra enfeitar a Santa Cruz  pra novena, no dia da Festa. Contou que tinha uma  cachapa  de marimbondo tão grande  no pé de bergamota que a criançada tinha que tomar cuidado pra não ficar de cara inchada. Deu um carretel de linha branca pra mãe terminar as toalhinhas de renda de bilro estreladas .  Perguntou se tinham visto passar o Pedroca, da gaita. Disse que estava preocupada pois  a filha tinha começo de gripe e    não ia poder  vir pra Festa. Daí a mãe deu um punhadinho de Melissa pra ela fazer chá e tomar antes de dormir.
        
Na quinta-feira passou Nestor, indo buscar lenha pra fazer o fogo pra assar as tainhas, no dia da Festa. Contou que  o gambá safado,  tinha arrebentado a armadilha que ele armara no telhado.  Deu uns galhos de guarapuvu pra menina fazer a cerca de sua casinha de bonecas.   Perguntou se tinham visto passar O Rodolfo, que cantava.  Disse que estava preocupado pois  andava muito ciumento de Rosinha e podia arrumar briga na festa. Daí a  mãe deu um punhadinho de erva-cidreira pra ele fazer chá e tomar antes de  dormir.
      
Na sexta-feira passou Miroslau, carregando os bambus  pra fazer as tochas pra iluminar  todo o lugar, no dia da Festa. Contou que tinha ouvido no rádio que sábado ia dar tempo bom, com noite clara de lua cheia. Deu um marimbau  que ele tinha acabado de pescar pra mãe fritar na panela.  Perguntou se tinham visto passar o Armindo, da viola. Disse que estava preocupado pois  a acidez e o mal estar  não passavam e  não ia poder aproveitar as comilanças da festa. Daí a  mãe deu um bocadinho de boldo pra ele fazer chá e tomar antes de dormir.
       
No sábado passaram  Quiqui da rabeca, Darci do violão, Pedroca da gaita, Rodolfo que cantava e Armindo da viola. Contaram que  estava vindo gente de todos os lados, pra Festa. Deram um beijo na menina que tinha os cabelos cheirando a marcela. Perguntaram se alguém tinha procurado por eles. Disseram que estavam preocupados pois podiam  não tocar bem na Festa. Daí a  mãe deu um galinho de arruda pra cada um botar atrás da orelha. Então as duas  tomaram banho com água de alecrim, escovaram bem os cabelos, puseram seus vestidos  coloridos e calçaram seus sapatos brancos. Fecharam a janela e foram pra Festa!

(Conto inédito de Andrea Ramos)

NO CARNAVAL

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no carnaval

transito de arlequim
triste / sorridente

a máscara do amor
tem a cor da véspera


TEMPOS DE LULA


Feijoada de lulas - chef sá pessoa

Ingredientes

800 gr de Lulas
600 gr de Feijão Branco
3 Cebolas pequenas
2 dentes de Alho picados
2 Folhas de Louro
1/2 Chouriço vermelho cortado em fatias finas
1 colher (sopa) de talos de Coentros
1/2 copo de Vinho Branco
1 Lata grande de Tomate triturado
Sal q.b.
Azeite q.b.

Preparação

PASSO 1
Coloque o feijão em água durante 24horas. Escorra e coza-o em água com uma cebola cortada em pedaços grandes e sal. Volte a escorrer o feijão e reserve.

PASSO 2
Comece por refogar duas cebolas e dois dentes de alho picados numa boa quantidade de azeite. Junte duas folhas de louro, o chouriço cortado em fatias finas e os talos de coentros. Baixe o lume e deixe a cebola refogar durante quatro minutos.

PASSO 3
Retire o interior, as partes mais rijas e a pele da lula. Corte as lulas às rodelas, junte-as ao refogado e tempere com sal.

PASSO 4
Adicione meio copo de vinho branco e deixe evaporar rapidamente. Deite, por fim, uma lata grande de tomate triturado.

PASSO 5
Junte o feijão ao guisado, baixe o lume e deixe o sabor apurar durante 45 minutos. No final, junte coentros.

PASSO 6

[Sugestão do Chef]

Sirva a feijoada acompanhada de arroz branco.

(Do https://pt.petitchef.com/receitas/prato-principal/)

BÁSICO E CLASSICO

Foto Fernando Alexandre
Pântano do Sul

SUL REAL


Ernesto Meyer Filho (Itajaí, 1919 — Florianópolis, 1991)

BRANCO & PRETO

Foto Fernando Alexandre

MAR DE POETA


molhadas de chuva
as folhas rebrilham
as luzes da vila
***
(Oshima Ryota 1707-1787)
tradução: rodrigo garcia lopes

CARNAVAIS, OUTROS...

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Carnavais, outros...

PREVISÃO DAS MARÉS

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

NA LIDA...

Foto Fernando Alexandre

CARNAVAIS, OUTROS...

Final dos anos 90 no famoso Carnaval do Mar, 
no Pântano do Sul.
Cartaz de Andrea Ramos.

MAR DE POETA


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Imagem sem crédito
Pescaria

Cesto de peixes no chão.
Cheio de peixes, o mar.
Cheiro de peixe pelo ar.
E peixes no chão.

Chora a espuma pela areia,
na maré cheia.

As mãos do mar vêm e vão,
as mãos do mar pela areia
onde os peixes estão.

As mãos do mar vêm e vão,
em vão.
Não chegarão
aos peixes do chão.

Por isso chora, na areia,
a espuma da maré cheia.

(Cecília Meireles)

(De "Ou isto ou aquilo", Editora Nova Fronteira, 1990 - Rio de Janeiro, Brasil.)

DIZEM QUE...


"Quando a lestada garra de tirá água do mari e a despejá em riba dos hômi, o sino vai tocá pruquê genti vai morrê"
(Sabedoria praieira)

MAR DO ORLANDO AZEVEDO