terça-feira, 29 de novembro de 2016

FIM DO DEFESO?



Jornal GGN - O governo de Michel Temer quer cortar gastos com o pagamento de benefício para pescadores artesanais no período de proibição da atividade, chamado de seguro-defeso. A ideia é proibir o pagamento para profissionais em regiões em que há pesca alternativa.

O benefício é de um salário mínimo mensal e é pago por até cinco meses no período em que a pesca de determinadas espécies é interrompida. O governo lançará um decreto que cancela o benefício em regiões onde existem alternativas, com a expectativa de reduzir o gasto pela metade.

O gasto previsto para o ano que vem com o benefício é de R$ 3,1 bilhões. 5 dos 50 tipos de defesos que existem hoje deverão ser atingidos, nos estados do Amazonas, Bahia, Maranhão e Pará, representando desembolsos de R$ 1,5 bilhão.

O governo, que crê em uma economia de R$ 2 bilhões, decidiu alterar o programa depois de aumentos de gastos considerados elevados nos últimos anos.

Em 2003, foram desembolsados R$ 131 milhões, chegando a R$ 2,7 bilhões em 2015. O governo Temer acha que o aumento foi provocado por falta de controle no cadastro de pescadores e também por irregularidades.

Outras medidas para o benefício também são estudadas, como permitir a pesca com restrição ao tamanho do peixe pescado. Também pode ser incluída a exigência de que o Ministério da Agricultura avalie a eficiência do defeso como proteção ao meio ambiente.

O governo também quer que os pescadores comecem a declarar renda, o que ainda não é exigido.

Para a Defensoria Pública da União, o corte do benefício pode prejudicar o meio ambiente e também deixar os pescadores desamparados, além de não resolver irregularidades.

Yuri Costa, defensor público que trabalha no Maranhã, acredita que haverá uma grande margem para o desrespeito à lei ambiental, e que a fiscalização ficará ainda mais difícil.

Desde que assumiu o poder, o governo de Michel Temer vem realizando medidas de cortes em programas sociais. No caso do Bolsa Família, alterações nas regras deverão dificultar o acesso ao programa federal que hoje atende em torno de 50 milhões de pessoas.

(Do http://jornalggn.com.br/)

MORTE NO MAR

Equipe da R3 Animal atuou durante três dias em Florianópolis para necropsia, coleta de dados biológicos e conhecimento da espécie
Foto: OMUNICAÇÃO/PMP-BS

Baleia morre encalhada em praia de Florianópolis
Aconteceu na última sexta-feira, na Galheta

Do Deolhonailha

Este foi um fim de semana movimentado para a R3 Animal, responsável pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) em Florianópolis. Na sexta-feira, 25, turistas e guarda-vidas da Praia Mole entraram em contato com a entidade e avisaram que havia uma baleia encalhada na praia da Galheta. Uma equipe foi enviada até o local e constatou que era um animal da espécie Balaenoptera edeni, a Baleia de Bryde. Quando a equipe chegou ao local a baleia já estava morta, em avançado estado de decomposição. 

Esta é uma baleia ainda pouco conhecida em todo o mundo, apesar de sua distribuição ser ampla. A espécie é típica de águas tropicais e temperadas dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. A Bryde que encalhou na Galheta era um macho juvenil com 11 metros de comprimento. A necropsia não identificou a causa da morte, que será apontada após os resultados dos exames laboratoriais, uma vez que a carcaça estava em avançado estado de decomposição.

Muito pouco se sabe sobre a Baleia de Bryde, motivo pelo qual a coleta de material biológico realizada pelo PMP-BS, contribui para determinar a causa da morte e entender o comportamento desta espécie, tamanho das populações, área de vida, padrões de deslocamento e longevidade.

Colaboração da comunidade

Todos os dias uma equipe da Associação R3 Animal, que atuam no Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, percorrem as praias de Florianópolis a fim de monitorarem tartarugas, aves e mamíferos marinhos que estão debilitados ou mortos. A população ribeirinha é a principal aliada do projeto! Uma vez que pode acionar a equipe do PMP-BS através de ligação gratuita pelo 0800.642.3341.

O projeto

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos dessas atividades sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos mortos.

(Do http://www.deolhonailha.com.br/)

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

CHUVA, RAIOS E VENTO

Imagens de satélite divulgadas pela Defesa Civil na manhã desta segunda-feira
Foto: Defesa Civil Santa Catarina / Divulgação

Defesa Civil alerta para chance de pancadas de chuva, raios e rajadas fortes de vento em Santa Catarina

Após cidades do Sul de Santa Catarina serem atingidas por ventos fortes na última noite, permanecem as chances de pancadas de chuva, raios e rajadas de vento esta segunda e terça-feira no Estado. Quem faz o alerta e monitora as condições climáticas, que também podem ser acompanhadas pelas redes sociais, é a Defesa Civil. 

Nesta segunda-feira, a instabilidade será acentuada no início do dia do Oeste ao Sul de Santa Catarina. Depois, a condição será espalhada pelo Estado. Haverá pancadas de chuva com descargas elétricas. As temperaturas diminuem um pouco, mas a sensação de abafamento será constante. 

Amanhã, na terça-feira, os ventos ficarão mais fortes no Estado. As rajadas, na direção Sul/Sudeste, poderão atingir entre 50 e 70 km/h. As nuvens, que não descartarão a possibilidade de chuva em todas as regiões, vão se afastando gradativamente no fim do dia. 

O tempo volta a melhorar somente na quarta-feira, quando o sol voltará a brilhar em todas as partes de Santa Catarina.

MAREGRAFIAS

João Paulo!


BRILHANDO NO ESCURO!


BOCA DE CERDAS (FOTO: PHYS ORG)

O vertebrado mais numeroso do mundo? É um peixe que brilha no escuro


Saiba mais sobre o peixe-boca-de-cerdas com as 9 curiosidades que reunimos sobre esse rei das profundezas

Os oceanos cobrem 70% da Terra e têm uma enorme diversidade biológica que, os próprios cientistas admitem, é muito inexplorada. Tanto que, só recentemente, ficamos sabendo que a espécie de vertebrado com a maior população é a dopeixe-boca-de-cerdas - que vive em grandes profundezas e brilha no escuro. 

Quantos deles existem por aí? Ah, só 24 bilhões.

Resolvemos juntar algumas informações bacanas sobre esses verdadeiros reis das profundezas - confira:

1. O nome, como você pode imaginar, tem a ver com a boca do bicho, cheia de dentes finos e protuberantes que são deixados à mostra pela extrema elasticidade que o peixe tem em sua mandíbula.

2. Mas, apesar da imagem assustadora em close, o boca-de-cerdas é do tamanho de um dedo. 

3. Todos eles começam a vida como machos, mas podem 'trocar' para fêmeas dependendo do equilíbrio entre gêneros no habitat, algo que os cientistas chamam de 'protrandria'. O mesmo fenômeno é observado em alguns vermes e espécies de borboletas.

4. O macho adulto é menor do que a fêmea e também tem um olfato mais aguçado - acredita-se que seja uma adaptação para encontrar parceiras nas profundidades escuras do oceano.

5. Como seu habitat é difícil de ser acessado, cientistas obtêm informações sobre esse peixe com uma técnica diferente: eles analisam o conteúdo do estômago de peixes maiores mortos, identificando restos de bocas-de-cerdas.

6. Os primeiros peixes da espécie foram encontrados em 1872, quando uma expedição baixou redes em grandes profundidades (até 5km!) em vários locais de diferentes oceanos. Boa parte delas voltou com exemplares de boca-de-cerdas.

7. Mas o primeiro cientista a ver os peixes em ação no seu habitat foi William Beebe, que desceu às profundezas do oceano em uma cápsula preparada especialmente para a missão, no início dos anos 1930. 

8. Eles têm olhos muito pequenos, que provavelmente não os ajudam a caçar. Mas, assim como outros peixes das profundezas, eles possuem um 'sensor' natural na lateral de seus corpos, que permite que eles sintam vibrações e identifiquem presas. 

9. E a bioluminescência? É uma estratégia esperta para se livrar de predadores. À noite, é difícil que peixes maiores consigam ver as profundezas do oceano. Mas de dia é fácil ver silhuetas na região. Então os boca-de-cerdas usam seus pontos bioluminescentes para brilhar durante o dia - 

com a luz sendo enviada de cima e de baixo, eles ficam praticamente invisíveis para predadores.

Via NYTimes



domingo, 27 de novembro de 2016

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

OLHOS DO MAR


Farol da Ilha do Mel

O BALNEÁRIO CAMBORIÚ


Balneário Camboriú, SC, mais uma aberração da costa brasileira

Publicado por João Lara Mesquita 

O Balneário Camboriú é um município da Região Metropolitana da Foz do Rio Itajaí, com 108 mil habitantes, no litoral norte do estado de Santa Catarina. Ali aconteceu um dos maiores absurdos da costa brasileira. Um super adensamento. Foram erguidos alguns do prédios mais altos do Brasil. A paisagem foi destruída, acanalhada. Este site não conhece outra praia brasileira com tamanho adensamento e feiura. O problema não se reduz a destruição implacável da paisagem, um bem que pertence a todos os brasileiros.

Balneário Comboriú, falta de consciência no Brasil

Se houvesse consciência no Brasil, tal absurdo não poderia ter sido feito, e merecia tornar-se exemplo. Nossa geração encontrou o planeta com determinada fisionomia. Não temos o direito de destruí-la impiedosamente como temos feito litoral afora. As futuras gerações também têm o direito de conhecerem as belezas naturais do país.

Balneário Camboriú: problema não se resume apenas à destruição da beleza cênica

Os prédios foram construídos de tal forma perto da linha do mar, e tão altos, que impedem a insolação e a circulação do vento, tornando o interior do município uma fornalha. O que mais impressiona é que o local cresceu em razão de sua beleza natural. Foi isso que atraiu os turistas e despertou a mais intensa especulação imobiliária que se tem notícia. Então, a beleza foi destruída pelo paredão de espigões! Como pode?

Um apartamento na região pode custar até R$ 3 milhões de reais. E ainda tem gente que paga por este sufoco! A partir de meio – dia não é mais possível encontrar um lugar ao sol.

Foto Curto e Curioso

Outros problemas provocados pela falta de insolação

O site clicrbs.com.br publicou matéria em fevereiro de 2016 mostrando que, pela falta de insolação, a praia fica coberta de briozoários, pequenos “organismos marinhos que aparecem principalmente no verão e causam mau cheiro quando expostos ao sol”. De acordo com a matéria, no último verão a companhia de limpeza teve que retirar cerca de 20 caminhões de briozoários todos os dias!


Foto: RBS
A matéria da RBS entrevistou o professor da Univali, Márcio da Silva Tamanaha, que sugeriu um motivo para o surgimento dos briozoários:

Isso é uma resposta ambiental ao problema crônico do saneamento básico

Eis aí mais um dos problemas do super-adensamento: a falta generalizada de saneamento básico no país.

Imobiliária Balneário Camboriú propõe alargamento da faixa de praia

Não bastam os problemas já citados. Companhias imobiliárias insistem em continuar as construções com o alargamento da faixa da praia, como mostra este vídeo. Será possível que mais pessoas ainda queiram ter um apartamento neste local?
( Do http://marsemfim.com.br/)

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

LÁ NO FUNDO...


Você sabe o que são recifes artificiais?

Recifes artificiais são estruturas submersas colocadas no fundo do mar para imitar algumas das funções de um recife natural. Atualmente os recifes artificias têm sido utilizados para restaurar habitats e recuperar estoques pesqueiros.

Além de úteis para a conservação, os recifes artificiais criam estruturas que proporcionam um belo espetáculo visual para turistas e mergulhadores.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

DE OLHO NO INFINITO

Foto Fernando Alexandre
Armação - Pântano do Sul

MAR DE PESCADOR


Qual o futuro que buscamos para a pesca?
Por décadas, a falta de gestão em vários países do mundo reduziu os estoques pesqueiros, deixando milhares de pescarias colapsadas. Isso traz prejuízos econômicos e ambientais, simplesmente por falta de manejo adequado. É este o futuro que queremos?

Hoje, no Dia Mundial da Pesca, a ICCAT (organização responsável pela gestão dos atuns no oceano Atlântico) acaba de conseguir avançar na recuperação de um estoque em situação de grave sobrepesca, o espadarte (Xiphias gladius) do mar Mediterrâneo.

Estamos celebrando que os países membros da ICCAT aprovaram o primeiro plano de recuperação do espadarte! As reduções de captura ainda não são suficientes, mas temos que chamar atenção para diversos avanços, como a implantação de um sistema de cotas e o aprimoramento dos mecanismos de monitoramento e controle de combate à pesca ilegal.

Quando será que teremos nossos planos de manejo elaborados e aprovados no Brasil?

A Oceana luta, no Brasil e no mundo, pela implantação de planos de recuperação, garantindo assim pescarias rentáveis e sustentáveis no longo prazo!

TRABALHADORES DO MAR - MORTES E INSEGURANÇA

Foto Diorgenes Pandini / Agencia RBS
Morte de 11 trabalhadores em 30 dias faz Ministério do Trabalho apertar fiscalização sobre a pesca
Há duas décadas não se registrava um número tão grande de óbitos

por Dagmara Spautz

A morte do pescador Linaldo Galdino de Brito, 32 anos, vítima de uma mordida de tubarão na costa do Rio Grande do Sul semana passada, elevou para 11 o número de trabalhadores que morreram durante o trabalho em embarcações de pesca catarinenses nos últimos 30 dias. Os casos acenderam o alerta no Ministério do Trabalho (MTE)e poderão mudar o modelo de atuação sobre o setor pesqueiro. A partir de janeiro, a Coordenadoria de Trabalho Aquaviário e Portuário da pasta, hoje mais concentrada nos portos, vai apertar a fiscalização sobre a pesca em Santa Catarina.

— Itajaí, com a maior frota pesqueira do país, tem em torno de 300 barcos. É uma população de trabalhadores pequena para essa quantidade de mortes — diz Alexandre Stefano Paranzini, que coordena a fiscalização do setor no Estado.

Segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Pesca de Santa Catarina (Sitrapesca), há pelo menos duas décadas não se registrava uma quantidade tão grande de mortes em curto espaço de tempo. Agrava a situação o fato de que nove das 11 mortes tenham sido provocadas por naufrágios: um em Imbituba, no dia 20 de outubro, outro em São Francisco do Sul, no dia 26. Inquéritos instaurados pela Marinha, ainda sem prazo de conclusão, dirão se esses acidentes poderiam ter sido evitados.


As condições de mar nos últimos meses foram atípicas, consequência do El Niño, com grandes ressacas nas últimas semanas. A pergunta que terá que ser respondida pela investigação é se todos os pré-requisitos de segurança foram aplicados.

Classificada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma das profissões mais perigosas do planeta, com alto risco de acidentes, a pesca oceânica tem uma longa lista de problemas. Os mais fáceis de detectar são os altos índices de informalidade, estimados em mais de 80% no país, segundo a própria OIT, e a falta de formação adequada. É nas viagens para alto-mar, entretanto, que estão os maiores riscos à saúde do trabalhador. De acordo com o Ministério do Trabalho, as irregularidades vão desde barcos com falta de espaço para descanso adequado nas embarcações, até a exposição a gases de motor ou a instalações elétricas precárias.

O MTE não informou quantas multas foram aplicadas à pesca nos últimos meses, mas o setor está entre os que mais recebem autuações apesar do pequeno contingente de fiscais: apenas quatro para atividades portuárias e aquaviárias em todo o Estado.

— Encontramos em Santa Catarina barcos que nem vaso sanitário têm. Estranhamos que isso exista ainda, e a percepção do pescador é de que isso faz parte do cotidiano. Isso deixa a fiscalização atônita. O pescador ainda não entende que é um trabalhador com os mesmos direitos dos demais – afirma Paranzini.

Procurador do Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT), Anestor Mezzomo, representante suplente da Coordenadoria Nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário (Conatpa), ressalta que as fiscalizações exigem uma logística de parceria, com o apoio da Capitania dos Portos, Polícia Federal, Marinha e Ministério do Trabalho, já que os flagrantes só podem ser feitos em alto-mar, o que dificulta as ações. Mas há possibilidade de identificar irregularidades mesmo à distância. O MPT mantém em sua página na internet um espaço para denúncias, que podem ser feitas anonimamente.

— Santa Catarina tem o maior parque pesqueiro do Brasil, bem como o maior parque industrial de beneficiamento de pescado, onde há muitas irregularidades que também vêm sendo combatidas.

OS ACIDENTES FATAIS

20 de outubro: 7 mortos
O barco atuneiro Jorge Seif Junior, de Itajaí com 24 a bordo, naufragou a 80 quilômetros da costa de Imbituba. Um navio mercante passava pelo local e ajudou no resgate de tripulantes. Um pescador foi encontrado morto. No dia 1º de novembro a Marinha interrompeu as buscas por desaparecidos e declaradou mais seis mortos.

26 de outubro: 2 mortos
Barco com cinco tripulantes que seguia para Cananeia (SP) naufragou em São Francisco do Sul. O naufrágio ocorreu na Prainha. Três pescadores se salvaram. Dias depois, dois corpos foram localizados.

Primeira semana de novembro: 1 morto
De acordo com o Sitrapesca, um pescador de Navegantes que estava a bordo de um barco registrado em Florianópolis morreu após bater a cabeça durante uma operação de cerco – modalidade de pesca que captura sardinhas e tainhas.

15 de novembro: 1 morto
Pescador, a bordo da embarcação Alemão Pescados, de Itajaí, morre após ser mordido por um tubarão a 180 milhas da costa, no Rio Grande do Sul. O trabalhador morreu em decorrência do sangramento.

Enquanto isso...

Sindicato diz que segurança é adequada e cobra agilidade no socorro
Diferente do Ministério do Trabalho, Sitrapesca afirma que não há problemas graves

A percepção dos problemas de saúde e segurança do trabalhador na pesca, identificados pelo Ministério do Trabalho, diverge do posicionamento do sindicato dos trabalhadores em relação ao assunto. Eros Aristeu Martins, presidente do Sitrapesca, afirma que com exceção de espaços pequenos para dormir em barcos mais antigos, não há problemas graves no setor.

— Foi feito vistoria, pedido adequação, mas em algumas embarcações não tem como mexer. Só se tirar o barco da modalidade de pesca.

O Sitrapesca cobra dos armadores (os donos dos barcos) a reposição dos equipamentos de proteção individual, como botas de borracha e roupas impermeáveis, a cada seis meses.

— Em relação à segurança está tudo 100%. Tratamos esses acidentes como uma fatalidade — afirma.

Entretanto, o sindicato tem ressalvas em relação à atuação do socorro e cobra um sistema mais eficiente. No caso de Linaldo Galdino de Brito, vítima da mordida de tubarão, quando os médicos da Força Aérea Brasileira chegaram até a embarcação, que estava a 180 milhas da costa do Rio Grande do Sul, já era tarde.

O Sitrapesca defende que os estados tenham lanchas de alta velocidade, que funcionem como ambulâncias. Entretanto, o delegado da Capitania dos Portos de Itajaí, capitão-de-fragata Alekson Porto, afirma que não haveria embarcação com propulsão suficiente para chegar à área onde estava o pescador ferido em poucos minutos.

No sábado, o corpo de Linaldo foi velado pelos amigos em Itajaí. Segue hoje de avião até Cabedelo, na Paraíba, onde será enterrado. No velório, um dos colegas, que não quis ter o nome divulgado, falou sobre o acidente. Disse que a tripulação voltou "apavorada". Ele mesmo disse que foi mordido por tubarões, mas sem ferimentos graves.

(Do http://osoldiario.clicrbs.com.br/)

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

MARES DE PORTUGAL

as mortes de um moliceiro

primeira morte
deixar de navegar

segunda morte
o abandono

morte definitiva
a desfiguração
assassínio

(margens da ria de aveiro; canal de ovar)

domingo, 20 de novembro de 2016

POR TRÁS - E PELA FRENTE - DA PESCA DO ATUM!

Foto: igualdad animal
Atum: mais que um peixe, um mito
Seus cardumes normalmente acompanham as correntes marinhas, sendo encontrados em todos os oceanos. O atum é mais que um peixe qualquer. É um símbolo vivo dos oceanos. Quando se pesquisa sobre ele, percebe-se a admiração que desperta em todo o mundo.

Pesca do Atum no Brasil
O declínio do atum em águas internacionais traz navios japoneses para o mar brasileiro

Publicado por João Lara Mesquita 

O Brasil não tem tradição na pesca do Atum, um tipo de pescaria que acontece em alto mar, cujos pesqueiros normalmente são pequenos navios dotados de alta tecnologia. O Atum é bastante singular. Existem oito tipos de atum, o mais procurado é o atum azul. Trata-se de um ‘monstro’ marinho que pode atingir até 3 metros de comprimento, pesar cerca de uma tonelada, atingir até 70 km por hora quando arranca atrás de sua presa, e viver entre 20 e 30 anos. Outra peculiaridade destes incríveis predadores, é que os atuns são peixes de sangue quente, o que permite que procurem suas presas até em áreas subpolares, e sempre em profundidades maiores que 200 metros, podendo chegar até 900 metros.
Não há nos mares deste planeta nenhum peixe mais magnífico que o atum-azul. Ele pode atingir 3,65 metros de comprimento, pesar até 680 quilos e viver por 30 anos. Apesar de todo esse tamanho, ele é um primor da hidrodinâmica, capaz de nadar a 40 quilômetros por hora e mergulhar a quase 1 quilômetro de profundidade.

Assim se referiu ao atum matéria da revista Pesca Esportiva, e ela não é exceção.
O atum e a história do homem

O peixe faz parte da história da humanidade. Foi pintado em cavernas pelos homens primitivos, e sua imagem foi cunhada em moedas. A primeira referência que se conhece sobre a pesca do atum data de 7.000 A.C, no mar Egeu (O Atum em Portugal, pag 40). Cardumes serviram de alimento para os gregos e, posteriormente, para legiões romanas.
(Foto:numismatas.com)

No livro “ História Natural”, na Antiguidade Clássica, Plínio (Plínio, 77-79), baseado em histórias relatadas, faz referência a atuns e descreve a sua grande anatomia (idem pg 31):

O grupo de tunídeos era tão grande que toda a armada do rei Alexandre, o Grande, comparou a um exército inimigo.
Aristóteles, conhecedor das espécies animais do Mediterrâneo, coloca os atuns, as sereias e os bonitos entre os peixes migradores.

Os atuns e as cavalas acasalam no fim do mês do Elafebólion e desovam no início do Hecatômbeon. Põem ovos numa espécie de saco (ibidem, pag 38).

O ‘melhor’ sushi causa o desaparecimento da espécie
Ilustração: o Atum em Portugal

Mas os atuns, especialmente o azul, tem um grande problema: a gordura de sua barriga, considerada a melhor carne de peixe para se fazer o sushi e sashimi. Além deste aspecto, há a tecnologia aplicada à pesca que não dá a menor chance: o peixe não tem como escapar. Por fim, o atum é uma espécie migratória, não respeita fronteiras políticas, o que prejudica a fiscalização. Os japoneses chegam a pagar mais de 1,5 milhão de dólares por um exemplar. Resultado? O atum azul do atlântico, e o atum azul do Pacífico, estão na lista vermelha dos ameaçados de extinção da IUCN (International Union for Conservation of Nature).

De acordo com a tese O Atum em Portugal

Os japoneses preferem o atum de “carne vermelha”, sobretudo a espécie rabilho (Thunnus thynnus), em japonês “maguro”, e classificam as partes do atum de acordo com o seu teor em gordura. A parte mais gorda, que se situa na região abdominal, é normalmente a mais cara e a mais apreciada (pag.25)
História do consumo no Japão
No mercado de Tóquio um atum pode sair por mais de 1,5 milhão de dólares!

O Japão nunca foi, em termos históricos, um tradicional consumidor de peixe nem de qualquer outro tipo de produto marinho. Todos os alimentos provenientes do mar só se tornaram significativos nesse país a partir dos anos 30, do século XX. Hoje, os japoneses consomem 40% da proteína, através do peixe. O Japão consome sushi há alguns séculos mas sempre de uma forma muito rudimentar, face à noção atual. Só após a Segunda Grande Guerra, e com a introdução da refrigeração moderna, é que o sushi e o sashimi se tornaram realmente populares, com a confecção de peixe cru. No Japão, a cultura de consumo é diferente dentro do próprio país. Na região norte, o atum é apreciado por cada parte individualmente, enquanto que no sul confeciona-se o atum como um todo. Um dos pratos muito apreciados é olho de atum gigante. Assim, o atum, que até ao início do século XX servia somente para alimentar gatos, passou a ser servido como comida de requinte, nos mais caros restaurantes em todo o mundo (idem pag. 25)

O mercado japonês consome e importa mais atum-rabilho do que qualquer outro no mundo. Em 2005, o Japão importou 55% do total das importações mundiais. Atualmente, o Japão, Espanha, França, Estados Unidos e Itália, representam 95% do mercado global. Os peixes são vendidos a preços exorbitantes.

Tentativa de regular a pesca

Para minimizar este problema foram criadas associações e cotas para cada país apto a pescar o atum. Uma delas, a mais ‘respeitada’ (entre aspas porque sabe-se que muitos países não respeitam suas cotas) é a ICCAT, The International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas. Já na Europa surgiram as Organizações Regionais de Gestão da Pesca, as ORGP, com o mesmo objetivo.
Rotas migratórias do atum no Hemisfério Norte

A organização reúne seus membros anualmente para tomarem decisões quanto as cotas, locais onde a pesca pode ser feita, época certa para a atividade, e até a criação figuras como o “observador”, que todo barco deve levar a bordo. Ele é encarregado de fiscalizar se, o que foi decidido na reunião, está sendo cumprido em cada navio pesqueiro.
Regularização da pesca do atum no Brasil

A regularização da pesca no Brasil sempre foi confusa, com políticas instáveis, mal feitas, até porque não temos estatísticas sobre a pesca. Na primeira viagem pela costa brasileira, entrevistei o chefe da CEPSUL, Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul, em Iatajaí. A região do Vale do Itajaí responde por 40% da produção de pesca no país (fonte: SINDIPI -Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região). Conversando com Luiz Rodrigues, chefe da autarquia, fiquei pasmo quando, depois de uma série de perguntas incômodas, ele foi claro ao dizer:“a pesca no Brasil é uma esculhambação total”.

O pior é que ele está correto. Seja como for, o Brasil só se interessou pela pesca do atum a partir de meados de 1950. Mas não investiu nas frotas. Desde aquele período o país usava barcos arrendados. O primeiro que aqui chegou foi o Keiko Maru, que desembarcou no Recife 150 toneladas de peixe.

Histórico da pesca do atum no Brasil

Nas regiões Sudeste e Sul a pesca de atum foi iniciada em 1959 e, mais uma vez, arrendando barcos japoneses. Esta primeira fase prosseguiu até 1964 quando a instabilidade política fez com que os estrangeiros procurassem outros portos. Por muito tempo a pesca de alto mar foi deixada de lado.
Navios japoneses arrendados em Natal, RGN

No governo FHC

Só a partir do governo de FHC a pratica mudou. Entre 1998 e 2002, o empresário paraibano, Gabriel Calzavara de Araújo, foi diretor do Departamento de Pesca e Aquicultura do Ministério da Agricultura. Seu maior legado foi criar um novo marco regulatório, mais flexível, para o arrendamento de barcos de pesca, o Decreto nº 2840. Até então o procedimento seguia uma rígida norma de 1950.

De acordo com (MAPA, 1997 p.1), uma segunda etapa de arrendamento de embarcações pesqueiras teve início no final dos anos 70, quando barcos pesqueiros, na maioria Asiáticos, começaram a exercer a pesca de superfície com isca viva dirigida à captura de Bonito-barriga-listrada (espécie de atum), em conjunto com embarcações nacionais compostos de sardinheiras e arrasteiros adaptados.

Mais de 300 navios pescam em águas brasileiras

O estudo prossegue

Os processos de arrendamento de embarcações pesqueira no Brasil tornaram-se mais evidentes em fins da década de 90, influenciados pelo Decreto n° 2.840 de 10/11/1998. Este decreto revogou os anteriores regularizou a entrada dessas embarcações. Segundo consta no Decreto, as empresas arrendatárias teriam o direito de permanecer com as embarcações por três anos, com chances de prorrogação por um período máximo equivalente ao do processo. Essa medida proporcionou durante, o período de 1998 á 2002, a entrada de 332 navios estrangeiros de pesca na costa litorânea brasileira, estando esses devidamente autorizados a praticarem exploração da atividade no mar territorial brasileiro.
Novo marco regulatório
Mais dois tipos de atum. Note a hidrodinâmica perfeita

O autor do controverso decreto foi o ex secretário da Pesca do período FHC, Gabriel Calzavara de Araújo que, ao sair do Governo, fundou duas empresas a Atlântico Tuna, e a Norpeixe, arrendou navios japoneses e ficou milionário.
Mas não foi só Calzavara que se beneficiou.

Segundo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio exterior / Secretaria e Comércio Exterior (MDIC/SECEX, 2004), o Estado da Paraíba possui, em seu território,cerca 10 empresas ligadas á atividade pesqueira industrial, as quais chegam a movimentar individualmente por ano entre U$S 1 e 10 milhões. Uma delas, a Tunamar Comércio Ltda, foi responsável pelo arrendamento de 54 embarcações pesqueiras durante o período em questão, fatos esses que proporcionaram ao Estado, em conjunto com o Estado do Rio Grande do Norte, a produção, em 2001, de aproximadamente 10.000 toneladas de atuns e afins.
Em 2007 novo estudo sobre a pesca do atum no país foi publicado. “A pesca Oceânica No Brasil Do Século XXI“, de autoria do renomado professor Fábio Hazin, e Paulo Henrique Travassos, ambos da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Pesca de atum movimenta US$ 4 bilhões de dólares por ano
Algumas considerações:

No ano de 2004, no Oceano Atlântico, excluindo-se o Mar mediterrâneo, foram capturadas cerca de 500.000 t de atuns e espécies afins…No mesmo ano, as embarcações sob jurisdição nacional, brasileiras e arrendadas, capturaram 44.640 t, ou o equivalente a cerca de 9% do total capturado no Atlântico…Em 2005, este montante subiu para 48.900 t, representando um incremento próximo a 10%. Do ponto de vista do resultado econômico, entretanto, uma vez que aproximadamente a metade da produção nacional é constituída por bonito-listrado, uma das espécies de atum mais costeiras e de menor valor comercial, a participação brasileira no rendimento proporcionado por esta pesca, em torno de US$ 4 bilhões/ ano, certamente se situou bem abaixo dos 5%…(pags 60/61)
E mais:

Com o esgotamento dos recursos pesqueiros costeiros, a principal alternativa para o desenvolvimento do setor pesqueiro nacional, excetuando-se a aqüicultura, reside na pesca oceânica,voltada para a captura de atuns e peixes afins. Porém vários são os entraves para o desenvolvimento da pesca oceânica nacional, com destaque para a falta de mão-de-obra especializada, de tecnologia e de embarcações adequadas, as quais, devido ao seu elevado custo, encontram-se comumente muito além da capacidade de investimento das empresas de pesca brasileira…

Mas nem tudo é desvantagem..

Enquanto embarcações operando a partir de portos brasileiros alcançam as áreas de ocorrência dos cardumes com poucas horas de navegação, as frotas de países com grande tradição pesqueira, como o Japão, Taiwan, Coréia, Espanha, Portugal, entre outros, são obrigados, em alguns casos, a viajar mais de 20.000 km para atingir as mesmas áreas de pesca

Hazin defende o arrendamento

A produção nacional de atuns e afins cresceu de pouco mais de 20.000 t, em 1995, para mais de 50.000 t, em 2000, em decorrência, principalmente, da ampliação dos arrendamentos promovidos pelo DPA/ MAPA (Departamento de Pesca e Aqüicultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

Sobre as embarcações brasileiras, disse Hazin

Neste contexto, registre-se que as embarcações nacionais são obrigadas a competir pelos recursos pelágicos deste oceano, com as frotas estrangeiras, particularmente a espanhola e japonesa, pesadamente subsidiadas e que operam com um custo financeiro que representa uma pequena fração da realidade brasileira

O que prefere o Brasil?

O que claramente se coloca, portanto, é qual futuro o Brasil prefere. Conceder às frotas internacionais o livre acesso aos portos brasileiros, e ficar literalmente a ver os navios estrangeiros pescando em seu quintal, ou enfrentar o desafio de desenvolver a sua pesca oceânica.

E ele mesmo conclui:
A decisão do Estado brasileiro foi, e não poderia ser outra, pelo desenvolvimento do setor pesqueiro nacional.
A pesca é brutal (foto: igualdad animal)

Resta saber quando, e como isso será feito. Para desenvolver estes navios pesqueiros é preciso investimentos em estaleiros, e treinamento de mão de obra especializada, tanto na construção, como na pesca. Com o país quebrado, fica difícil adivinhar quando chegará a vez da pesca industrial de alto mar, nas prioridades do atual desgoverno. Com muita sorte, e vento a favor, quem sabe possamos começar dentro de 10 anos.
Ainda valerá a pena?

Cientistas contrários a pesca

Alguns cientistas criticam a pesca de atum mesmo com as cotas e outras medidas. Sylvia Earle é uma delas. Sylvia garante que 95% do atum azul dos oceanos já se tornaram sushi
ONGs protestam

O Greenpeace também protestou

O Greenpeace flagrou, na semana passada (fevereiro de 2001), o navio pirata Wen Shun 606 descarregando atum no Porto de Cabedelo, Paraíba. O Wen Shun 606 é listado na ICCAT como sendo navio que “se acredita engajado na pesca não-relatada e não-regulada”. A embarcação pirata é registrada em São Vicente e Granadinas, foi construída na China e pertence à Continental Handlers Limited, empresa baseada em Trinidad & Tobago.

Outras ONGs dizem que o ICCAT ignorou o conselho de cientistas que queriam o fim da pesca do atum-azul, já em 2009, e criou cotas de pesca da espécie de 13.500 toneladas.
O preço: maior inimigo do Atum (da tese O Atum em Portugal)

Sendo o atum um produto bastante rentável, as políticas de regulamentação e conservação existentes podem não ser suficientes para a manutenção da sustentabilidade das espécies.

(Do marsemfim.com.br/)

O LATÃO JÁ TÁ SAINDO...

Vamos nessa galera, que o latão já tá saindo... Bom final de semana a todos!

Assim baldeia a comunidade...

“Corre! Se perder esse, só depois das dez!”. Todo dia era isso. Uma grande parcela da população do sul da Ilha se deslocava pra cidade de ônibus. A maioria de estudantes, funcionários públicos e comerciários. Misturados a crianças de colo, rendeiras, lavradores, lavadeiras, muambeiros, diaristas, gaiteiros, galistas, passarinheiros, farristas, boleiros, bicheiros, bichinhas e “vasilhas” em geral. Uma fauna riquíssima. Partilhando o mesmo espaço e tempo (ou, invariavelmente, a falta deles!). Dividindo também humores, odores, amores e contos dos Açores. O coletivo era templo da oralidade, fábrica de fábulas, fonte fecunda da manezice. Um prato bem cheio pra qualquer estudioso do comportamento humano. Todavia, humildemente suspeito que – entre tantas baldeações e pokemons – essa singularidade vem desaparecendo, assim como as personagens que transformavam uma viagem até o Centro em verdadeira aventura antropológica.

Desconheço os detalhes sobre o surgimento das empresas que prestavam serviços de viação local. Porém, lembro pormenores das relíquias sobre rodas da Ribeironense, Limoense e Trindadense (quanta criatividade!) que eram reconhecidas pelas cores. Os motoristas, pelo nome ou apelido: “Ô Lê! Vais com o Altair?”. “Não. Vou pegar o Caieira com o Bili-Bili...”. Numa época em que ninguém – ninguém – possuía um celular e os passageiros interagiam livremente. Não havia twitter, skype, whatsup e era ali, dentro daquele mundo (sur)real que tudo acontecia. Construíam-se amizades ou afloravam desavenças. Rolavam paqueras e fofoca. Marcavam-se baladas, peladas e pescarias. A turma da “cozinha” aprontava sem parar o trajeto inteiro. O condutor fazia uma curva fechada e laranjas fugiam da bolsa da senhora distraída rolando corredor afora. Festa! Se pulasse uma lombada a rapaziada advertia de imediato: “Carga viva!”. Mais bagunça. A menina educada oferecia: “O senhor quer que eu carregue a sacola?” E ouvia: “Obrigado quirida. Mas quem tá cansado é eu, não a sacola!”. A cacalhada chorava de rir. O cobrador ia à loucura e pedia impaciente: “Um passinho à frente, fazendo favor...”. Inesquecível. Inclusive, aposto contigo, viajante leitor, que deves conhecer uma boa estória sobre a matéria. Em Floripa, o assunto é folclórico.

Agora, temos terminais espalhados, nos deixando esperando empalhados. E elevados, viadutos, túneis, avenidas expressas. Papa-fila e amarelinho. Novas obras e moderna frota que deveriam agilizar o transporte da massa. Ao contrário, perco os mesmos 60 minutos que, há 30 anos, gastava num percurso que era mais longo. Parece ilógico, mas é fato. Percebo, contudo, que não foram apenas as vias e veículos que mudaram. Hoje, cada cidadão dirige seu próprio carro e o caos instalou-se em nosso trânsito. Estilo Adis Abeba. Uns passando por cima dos outros, desrespeitando as leis e o bom senso. Por que, então, alternativas inteligentes e economicamente viáveis, desprovidas de interesses pessoais escusos ou do lobby obscuro de cartéis (como se observa atualmente) não são discutidas e implantadas? Aquele que souber as respostas faça a gentileza de esclarecer ao povão. Enquanto isso, tento decidir se invisto num Chevette velho e engrosso as filas ou me alio à geração de zumbis tecnológicos e compro um andróide pra caçar bonequinhos no “busão”. Pois não quero perder o trem da história...

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

MAR DO ELIAS ANDRADE

Vila Açoriana. 0.70×.80
Aqui, meu coração nasceu!

BOTANDO MAIS FOGO NESSE INFERNO!

Foto: Marco Favero / Agencia RBS
Previsão aponta para verão com temperaturas acima da média em Santa Catarina
Segundo a previsão para os próximos meses da Epagri/Ciram, os catarinenses irão usar ainda mais o ar-condicionado, ventilador ou qualquer artefato para amenizar o calor neste verão. A previsão é de temperatura entre a normal e acima da média climática em SC para a estação. 

Apesar de novembro ainda ter massas de ar frio chegando ao Sul do Brasil, trazendo frio e temperaturas baixas a SC, o que ainda pode causar geada fraca no Planalto Sul, entre dezembro e janeiro a expectativa é de muito calor. Neste período, a previsão é de maior amplitude térmica diária (diferença entre a temperatura mínima e máxima do dia), ou seja, temperatura amena ou mais baixa para época do ano no inicio do dia e bastante elevada à tarde.

Quanto à chuva, a previsão é de precipitação na média a abaixo da média climática em SC. A chuva deverá estar concentrada em períodos curtos, em alguns minutos ou horas do dia. 

Além disso, ciclones extratropicais continuam frequentes em novembro e dezembro, o que intensifica o vento no litoral e deixa o mar agitado com ressaca e perigo para a navegação no Litoral.
Foto: Marco Favero / Agencia RBS

2016 pode ser o ano mais quente da história, aponta ONU

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), subordinada à ONU, divulgou um estudo que aponta que 2016 "provavelmente" seja o ano mais quente da história, superando o recorde batido em 2015. De acordo com dados preliminares apresentados, o aumento da temperatura global neste ano será 1,2°C acima dos níveis pré-industriais. Segundo o levantamento, as temperaturas registradas entre janeiro e setembro de 2016 ficaram 0,88°C mais altas do que a média entre 1961 e 1990 (14ºC). 

A média é adotada como referência para acompanhar as temperaturas. O pico de temperatura foi registrado nos primeiros meses do ano devido à intensidade registrada em 2015 e 2016 do fenômeno conhecido como El Niño, que provoca o aquecimento da temperatura das águas em alguns pontos do Oceano Pacífico. O calor oceânico decorrente deste fenômeno contribuiu também para o branqueamento dos recifes de coral e a elevação do nível do mar acima do normal, informou a OMM. 

— Um planeta com temperatura em média mais elevada ajudar a trazer maior frequência e intensidade os extremos do tempo. Para diminuir o aquecimento da Terra ao longo dos anos é importante a conscientização de todos, principalmente dos países mais desenvolvidos na troca da energia atual por uma mais limpa que reduza a quantidade de gases que compõe o efeito estufa natural do planeta — reforça o meteorologista Leandro Puchalski. 

"Em áreas árticas da Rússia, as temperaturas ficaram 6°C a 7°C acima da média de longo prazo. Em muitas outras regiões árticas e subárticas na Rússia, no Alasca e no noroeste canadense a média foi ultrapassada em pelo menos 3°C", disse por meio de nota o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. O secretário acrescenta que o aumento na frequência de enchentes e de ondas de calor, bem como o aumento do nível do mar, se devem a essas alterações climáticas.
(Do www.clicrbs.com.br)

terça-feira, 15 de novembro de 2016

LÁ & CÁ!


A Enseada da Baleia é uma comunidade tradicional caiçara que vive na Ilha do Cardoso, município de Cananéia, litoral sul paulista. A Ilha, que abrange uma área de 13.500 ha, foi transformada em Parque Estadual no ano de 1962, ocasião em que já residiam no seu interior diversas comunidades caiçaras. A presença das comunidades caiçaras com seu modo de vida integrado à natureza é fundamental para a Ilha do Cardoso manter-se preservada, abrigando extraordinária diversidade biológica e cultural.
Por muito tempo a Comunidade da Enseada da Baleia sobreviveu exclusivamente da pesca que, com o passar do tempo, foi se tornando escassa levando-os a buscar outras formas de subsistência. Passaram a desenvolver, então, o turismo de base comunitária que é hoje uma das principais atividades da comunidade, além de uma alternativa ao turismo convencional, atendendo a um só tempo ao anseio de preservação da biodiversidade, ao fortalecimento do modo de vida tradicional e à geração de renda.
Na perspectiva do desenvolvimento sustentável, a comunidade ainda retomou práticas tradicionais, como a comercialização de peixe seco e buscou empreender com novas atividades, como a confecção de roupas artesanais. Atualmente, o grupo de Mulheres Artesãs da Enseada da Baleia congrega todas as mulheres da comunidade que desenvolvem em conjunto roupas, acessórios e objetos de decoração que remetem ao seu cotidiano. Com o reaproveitamento de redes de pesca descartadas fazem da sustentabilidade um princípio fundamental na criação das peças artísticas.
Não obstante tratar-se de área protegida, extremamente preservada, a Ilha do Cardoso vem, já há algum tempo, sofrendo intenso processo erosivo que promete mudar a barra do Canal do Ararapira para o local onde hoje se encontra a Comunidade da Enseada da Baleia. Esse processo erosivo foi intensificado com as fortes ressacas que atingiram o litoral sul paulista nos últimos meses de 2016, impondo a necessidade de remoção imediata da comunidade do local. A estreita faixa de areia que separa o canal do mar aberto (hoje com apenas dois metros) encontra-se extremamente frágil e pode romper-se a qualquer momento, colocando em risco a integridade física dos moradores da Enseada.
Por outro lado, a esperança, a união, e a força dessa comunidade não são frágeis como o cordão litorâneo que os ameaça, pelo contrário, possuem bases familiares e culturais fortes que jamais se romperão. E assim, a comunidade sempre unida, pretende reconstruir suas casas em um novo lugar. 
Uma Nova Enseada surgirá! Mas para que isso aconteça, a comunidade precisa da sua ajuda!
A construção das novas casas é urgente devido a necessidade de imediata remoção, mas infelizmente, até o momento, o Estado não reportou recursos pra isso. Sua doação é fundamental para que as famílias possam reconstruir seus lares e a comunidade possa se reestabelecer com esperanças num futuro melhor. 
As doações são espontâneas e podem ser feitas por meio de depósito na conta da Associação dos Moradores da Enseada da Baleia, no Banco Bradesco - 237, Agência 5988, Conta Poupança 1000665-1.
Quem eventualmente deseje obter recibo da doação, pode entrar em contato conosco pelo Facebook ou com a própria comunidade através do telefone (13) 997719708 ou do seguinte endereço eletrônico enseadadabaleia@gmail.com.
Quem não puder contribuir financeiramente, pode ajudar a divulgar essa linda história e acompanhar as publicações futuras, por meio das quais outras formas de apoio serão solicitadas.
A Comunidade da Enseada da Baleia já passou por muitas dificuldades, mas superou todas com a sua união. Esse é o seu maior ensinamento e o nosso maior aprendizado. Acreditamos que a união, mais uma vez, possibilitará à superação dessa, que talvez seja a maior das dificuldades enfrentadas pela comunidade até aqui. Por isso, una-se à gente!