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Antecipação da temporada de pesca de tainha é aguardada no litoral catarinense
Ministério do Meio Ambiente não se posicionou sobre pedido de liberação 15 dias antes da abertura oficial da safra 2013 para redes de arrasto e canoas a remo
por Aline Rebequi
As malhas de pesca já estão prontas no litoral catarinense para receber a tainha. E os pescadores artesanais esperam duas boas notícias: uma da natureza, outra dos gabinetes do governo. Da natureza, os homens do mar aguardam que o frio traga uma boa safra. Do Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, contam com uma possível antecipação em 15 dias da temporada do pescado só para redes de arrasto e canoas a remo.
Era para valer a partir desta quarta-feira, mas a recomendação dada em abril pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, a favor dos trabalhadores da beira das praias catarinenses, ainda não contou com o amparo da pasta do Meio Ambiente. A assessoria de imprensa do ministério comunicou que, por enquanto, o que vale é que as redes só poderão ser lançadas ao mar no dia 15 de maio, abertura oficial da temporada da tainha. Cerca de seis mil pescadores esperam pela mudança da data.
O fim do defeso duas semanas antes serviria para beneficiar 600 embarcações como botes de até nove metros, a serviço dos pescadores artesanais de SC. Eles podem cercar a tainha somente até 800 metros da costa. A pesca industrial faz a captura a mais de cinco quilômetros. Com a espera pelo posicionamento do ministério, segue a instrução normativa 171/2008 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que permite a pesca somente de 15 de maio a 31 de julho.
Federação diz que data igual evita conflitos
Para o presidente da Federação Catarinense dos Pescadores, Ivo Silva, a medida poderia até beneficiar os pescadores de praia, mas também causaria conflito com donos de barcos de mais de nove metros, como as traineiras.
— Muita gente iria se sentir no direito de se antecipar também. Por isso, já que é assim, igual para todos, nosso conselho é que ninguém se arrisque antes da data e descumpra a norma, porque vai cair na fiscalização — alertou Silva.
O presidente da federação calcula que mais de 10 mil pessoas estão diretamente ligadas à pesca artesanal no Estado, além do setor industrial, que conta com 54 empresas e 60 barcos licenciados. A expectativa é de aumento da safra em 40%.
Surfistas também pedem liberação
Outro ponto de discussão, as praias liberadas para a pesca e o surfe, será levado ao Ministério Público. No dia 7 de maio, pescadores e surfistas devem se reunir na sede do Ministério Público Estadual, na tentativa de entrar em acordo quanto à restrição das praias para a prática do esporte durante a temporada da tainha. No último mês, já houve tentativa de acordo para a liberação das praias da Lagoinha do Leste, Matadeiro, Morro das Pedras, Moçambique, Santinho, Ingleses e Praia Brava, porém, sem aceitação.
(Do DIÁRIO CATARINENSE - www.clicrbs.com.br)
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