quinta-feira, 2 de maio de 2013

FALSO CAMARÃO

Foto Celso Martins / www.daquinarede.com.br
Crustáceos semelhantes a camarões são encontrados mortos em balneários de SC
Desde segunda-feira, milhares de animais foram vistos em quatro praias da Capital e em Itapema

Eles medem cerca de três centímetros e pesam menos que um moeda de um real. Parecem camarões, mas não são. Os Peisos Petrunkevitchi são crustáceos com aparência extremamente similar ao camarão e nesta semana chamaram a atenção de moradores das praias de Canasvieiras, Jurerê, Sambaqui e Armação, em Florianópolis, e também na Meia Praia, em Itapema. 
Uma mancha deles foi vista morta nas faixas de areia, como ocorreu no Chile, em março, porém em maior quantidade. Segundo especialistas, por enquanto, não há com que se preocupar. A mortalidade seria um fenômeno natural causada por correntes marítimas.

No início desta semana técnicos da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina ( Fatma) colheram amostras dos crustáceos e da água onde foram vistos. O material foi encaminhado para pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que constataram a espécie e a causa provável da morte. 

De acordo com a professora de ecologia e zoologia, Andrea Freire, que analisou o material, os animais tinham aparência normal, sem alterações morfológicas, o que indica um encalhe natural do crustáceo devido ao vento forte que veio do Norte, confirmado pela central de meteorologia Epagri/Ciram.

A hipótese de contaminação da água ou ainda um arrastão foi descartada pelo técnico da Fatma Haroldo Tavares por causa da presença de apenas uma espécie morta.
— Se fosse poluição, por exemplo, teríamos a presença de outras espécies na areia e não apenas uma — informou.

Mortalidade é frequente desde 2011

A ocorrência, segundo o pesquisador e professor do Centro de Estudos Pesqueiros da Univali, Paulo Ricardo Shwingel, tem sido frequente desde 2011. As manchas destes crustáceos em faixas de areia podem ocorrer desde Laguna até o Rio de Janeiro e ainda não indicam dano ambiental.

— Há dois anos, por conta de um aquecimento das águas, esta espécie está aumentando e de acordo com nossos monitoramentos eles vieram junto às redes de pesca e acabaram morrendo por asfixia — explica.
De acordo com o especialista, somente em uma coleta de cinco minutos apareceram mais de 60 mil deles e que apesar da abundância vista em faixa de areia, não deve faltar Peisos Petrunkevitchi para o meio ambiente.
— Eles não são voltados para o consumo humano em razão do pequeno tamanho, mas servem de alimento para muitos peixes e mesmo com a mortalidade, há uma infinidade deles no mar — conta.

Conheça o "clone" do camarão

Peisos petrunkevitchi

- crustácio com aparência similar aos camarões que vivem na meia água (não ao fundo do mar) nadando em cardumes, em locais com até 50 metros de profundidade;
- é uma espécie costeira que tem como habitat a costa da Argentina, Uruguai, Sul e Sudeste do Brasil;
- não vive no fundo como os camarões rosa, branco, ferrinho, sete barbas e outros pescados comercialmente;
- serve de alimento para os peixes como pampo, espada, entre outros;
- gostam de águas quentes;
- podem ser consumidos como os camarões.

(Do DIÁRIO CATARINENSE - www.clicrbs.com.br)


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