Olheiro observa o mar na pedra da vigia na prainha na Barra da lagoa. Guto Kuerten/DC
O olheiro que pescou uma tainha de nove quilos
Hoje o amanhecer foi na companhia do olheiro Ailson Felício, 55 anos, na pedra da vigia na prainha da Barra da Lagoa. O sol amanheceu limpo no horizonte enquanto conversávamos sobre pesca, família e claro, tainha. Enquanto observa atentamente o mar, lembra de belas pescarias e do dia em que pescou uma tainha de nove quilos e que não é história de pescador.
Lua ainda estava presente no amanhecer. Guto Kuerten/DC
Nativo com orgulho, resgata um lanço de 60 mil tainhas que presenciou quando era criança, enquanto conversa pelo rádio com outros olheiros espalhados pela praia.
_Eu era criança e tinha muito peixe. Foi aqui na prainha. Lindo de ver. Era tanta tainha que a prainha chegou a sumir de tanto peixe. Hoje não se vê mais um lanço deste. Na semana passada, um barco industrial conseguiu capturar num lanço 150 toneladas. O poder de pesca é muito maior que antigamente. Não tem nem como comparar_ diz o pescador.
Olheiro durante observação da tainha. Guto Kuerten/DC
De repente para de falar e começa a ficar agitado. _Olha ali. Viu pular?_ me pergunta enquanto busco no horizonte e sinceramente não vi nem a sombra dela. De onde ele está a posição é privilegiada com uma visão geral da prainha e da praia da Barra da Lagoa.
Olheiro durante observação da tainha. Guto Kuerten/DC
Enquanto vai para casa para tomar um café, como diz ele para aguentar a puxada até a hora do almoço, lembra do dia em que pescou uma tainha de aproximadamente nove quilos. Chegou a ser colocada viva num aquário durante décima segunda festa da tainha na comunidade da Barra da Lagoa. Na mesma tarrafada ainda peguei mais quatro. Um leilão chegou a ser feito. _Com o dinheiro ainda deu para eu comprar quatro sacas de cimento para continuar a obra que fazia na minha casa. O gosto pela pesca foi herdado do pai. O maior lanço feito enquanto os seis anos como olheiro foi de três mil peixes. Espera e sonha com algo ainda maior. _Quem sabe um dia podemos fazer um lanço maior do que o meu pai participou_.
(Do http://wp.clicrbs.com.br/deolhonasruas/)
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