segunda-feira, 6 de agosto de 2018

MANEMÓRIAS

FOTO ACERVO CASA DA MEMÓRIA DE FLORIANÓPOLIS.

MEMÓRIA DO NORTE DA ILHA
PRAIA DA LAGOINHA (1962) - PESCADOR TRAMANDO REDES
http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/…/santacatarina-vir… - Virgílio Várzea - A Ilha 1900.
lha 1900.

A Ilha, 1900

"O fio é torcido a três pernas num torcedor de madeira movido a mão, e para que não arraste e se mantenha bem tenso, corre sobre quatro ou mais forquilhas de pau fino, colocadas em linha e a grande distância umas das outras, um dos extremos atado ao fuso do aparelho, o outro fixo com laçada firme numa estaca distante, fincada para além da última forquilha a meio quilômetro mais ou menos do lugar do torcedor. Neste simples maquinismo portátil que se firma onde se quer, composto de um estrado de tábua de um metro de comprimento e largura proporcional, onde assentam perpendicularmente dois sarrafos paralelos entre os quais se move o volante circular que põe em ação uma polia de cordinha para impulsionar o respectivo fuso, volante tocado à sua vez por uma pequena manivela; neste simples maquinismo, dizemos, o fio é preparado com a maior rapidez e sai tão perfeito e rijo como se fora obra de uma máquina moderna. Sacados do aparelho os vários metros de fio torcido, são emendados e enrolados em grandes novelos que vão pejar depois os cestos dos mestres de redes, em geral velhos marinheiros retirados aos seus sítios após terem passado a maior parte de sua existência no mar, ou antigos pescadores, encanecidos e de face enrugada pelas rudezas do ofício, os quais enchem com esses novelos as esguias agulhas de madeira com que remendam as velhas redes dilaceradas pela última faina, ou confeccionam as novas para as pescarias vindouras".

(Do http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/…/santacatarina-vir… - Virgílio Várzea - A Ilha 1900.)
via José Luiz Sardá

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