Enquanto as baleias não surgiam os marinheiros se ocupavam na manufatura dos scrimshaws, produtos resultantes de esculturas, gravações e pinturas feitas com dentes e ossos dos cachalotes.
"O artista podia sê-lo qualquer dos tripulantes dos navios, desde que o capitão o não proibisse, como há exemplos de ter acontecido e desde que não houvesse faina ou tarefa a cumprir a bordo. O trabalho do scrimshander correspondia, pois, a um misto de entretenimento nas horas de ócio (calmarias, temporais, rotas corridas, estações, etc) e a uma expressão do saudosismo, o que bem se compreende se nos lembrarmos que os veleiros da caça às baleias chegavam a estar dois e tres anos, às vezes quatro, sem voltar ao porto do armamento. Ou, além de um entretenimento, bem poderia ser ainda a realização de uma promessa muito afetuosa para alguém que ficara a acenar, na esquina do cais, um último adeus às velas que fugiam".
(Definição de Mousinho Figueiredo, no livro "Mar de Baleias e Baleeiros ", de João Afonso, nascido em 1923, em Angra do Heroísmo, nos Açores.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário