domingo, 31 de dezembro de 2017

MEMÓRIA DAS ÁGUAS


A PESCA ARTESANAL EM CANASVIEIRAS
Por José Luiz Sardá

A pesca artesanal na Ilha de Santa Catarina representou grande importância na cultura local, dentre outros motivos por permitir ao açoriano que aqui chegou a atividade de subsistência. Tinha grande importância econômica e por isso tornou-se atividade subsidiária. A única atividade pesqueira interessante comercialmente foi à pesca da baleia que durou até o começo do século XX. 

Na Ilha de Santa Catarina a partir de meados do século XIX, as principais freguesias que se dedicavam à atividade pesqueira eram Ponta das Canas, Barra da Lagoa, Canasvieiras e Campeche. 

Em Canasvieiras, vinham pescadores das freguesias de Ratones, Vargem Pequena, Vargem do Bom Jesus, Vargem Grande e Cachoeira do Bom Jesus. Os pescadores donos dos ranchos e das redes de arrastão eram de famílias tradicionais: Seo Vida, Evaldo Brasil, Nicanor dos Santos, Manoel Sardá, Joaquim da Ilhota, Zilico, Joca Rufino, João Firme, Timóteo Siqueira, Deca do Belo, Dezinho Pacheco, Leôncio e Manoel Schroeder. 

O trabalho da pesca era intercalado com da lavoura. Entre os meses de maio a julho, época da tainha, o homem deixava a roça e o engenho de farinha aos cuidados da mulher e dos filhos para sair ao mar. 

Meados do século XX a pesca vai se tornar trabalho remunerado, tornando-se a agricultura atividade subsidiária aos cuidados das mulheres e os filhos dos pescadores.

A pesca artesanal começou a perder importância entre 1940 e 1950, quando muitos homens iam anualmente trabalhar nas parelhas de pesca em Rio Grande, São José do Norte e Cassino na safra da tainha e da corvina. Em Canasvieiras foi possível sentir estas mudanças.

Apesar de raro, ainda é possível assistir a pesca da tainha e esporadicamente a de arrastão na praia de Canasvieiras. Hoje a escassez de peixe é uma constante nesta praia. Atualmente na praia de restam apenas três ranchos. Um pertence à Associação de Pescadores de Canasvieiras, que foi fundada em abril de 2005, cujo objetivo é preservar a tradição e a cultura da pesca artesanal. Outros são de nativos, que servem para a guarda dos apetrechos de pesca e esporádicas incursões ao mar.

Mergulhe fundo e veja mais no

Nenhum comentário: