COMO ERA UM NAVIO NEGREIRO DA ÉPOCA DA ESCRAVIDÃO?
Veja como era a terrível viagem dos escravos do século 19
DANÇA TRISTE
Alguns traficantes levavam grupos de escravos adultos para o convés e os obrigavam a fazer exercícios físicos. Sob a ameaça da chibata, os negros tinham de dançar e cantar. O resultado era um “espetáculo” melancólico, que dominava o navio
DANDO BANDEIRA
Autorizada por acordos com outras nações, na luta contra o tráfico a Inglaterra seguia e vistoriava navios suspeitos em alto-mar. Como os Estados Unidos não permitiam essa vistoria, barcos negreiros de várias nações hasteavam a bandeira americana para passar por baixo do nariz dos ingleses
TERROR INFANTIL
Além dos cerca de 20 tripulantes, apenas crianças podiam circular livremente no convés. Mas o rolê não era nada agradável. “Os jovens tinham acesso, mas muitos pulavam para fora do navio, pensando que seriam comidos”, afirmou aos ingleses o escravo Augustino, traficado aos 12 anos
PIOR QUE O SAARA
“Houve um companheiro tão desesperado pela sede que tentou apanhar a faca do homem que nos trazia água. Suponho que foi jogado ao mar”, disse o escravo Mahommah Baquaqua. Entre fezes e temperaturas de até 55 ºC, comia-se apenas milho e bebia-se só meio litro de água por dia
MOVIMENTO NEGRO
Rebeliões eram frequentes. E algumas revoltas resultavam na conquista da embarcação pelos escravos, como a do navio Amistad, em 1839. Outras, porém, como a do Kentucky, em 1845, acabaram com a morte de todos os escravos rebeldes, cujos corpos foram lançados ao mar
BANHO DE GATO
Para a higiene bucal, os escravos faziam bochechos com vinagre. Para limpar o corpo, só podiam se enxaguar duas vezes durante toda a viagem. Muitos padeciam de graves infecções oculares e intestinais, e os que não morriam chegavam moribundos ou cegos
ESTANTE HUMANA
Os traficantes dividiam o porão em três patamares, com altura de menos de meio metro cada um. Presos pelos pés, mais de 500 escravos se espremiam deitados ou sentados. “Ficavam como livros numa estante”, disse o traficante Joseph Cliffer
RADIOGRAFIA DO TRÁFICO
As seis principais rotas negreiras*
Radiografia do Tráfico
Escravos que saíram
A – Serra Leoa – 66.974
B – Costa do Ouro – 80.597
C – Baía de Benin – 222.407
D – Baía de Biafra – 217.781
E – Congo e Angola – 952.937
F – Moçambique – 236.504
Escravos que chegaram
1 – Carolina (EUA) – 47 mil
2 – Cuba – 502.998
3 – Jamaica – 69 mil
4 – Guiana – 65.049
5 – Bahia – 161.883
6 – Sudeste do Brasil – 893.925
*dados de 1801 a 1862, obtidos do estudo The Trans-atlantic Slave Trade Database, da Universidade de Cambridge
(Do http://www.barreirasnoticias.com/)
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