Inglaterra cria a maior reserva marinha do mundo
O final de Março nos reservou uma boa notícia: a Inglaterra vai criar a maior zona marinha protegida do mundo! Ela fica no Pacífico, ao redor das ilhas Pitcairn (território inglês ultramarino), e vai abranger uma área de 833 mil quilômetros quadrados, duas vezes maior que as Ilhas Britânicas! O investimento foi aprovado no orçamento deste ano, em notícia divulgada em Londres, dia 28 de Março.
França, Estados Unidos, Austrália, e vários pequenos países do Pacífico, como o lindíssimo Palau, (o país simplesmente baniu a pesca profissional de seu território) saíram na frente e atenderam a sugestão dasMetas de Aichi. Criadas na Conferência do Clima de Nagoya, Japão, as metas propõe que os países costeiros, membros da ONU, separarem até 10% de sua zona costeira, ou mar territorial, em áreas protegidas. Outros países da Europa dão passos largos para contribuir, como Portugal, que proibiu a pesca de arrasto. O Brasil também assinou este acordo, apesar de ter parado por aí. Dilma – A Destrambelhada, criou apenas quatro reservas marinhas, mixurucas, na costa do Pará, e mesmo assim aos ’46 minutos’ do segundo turno das eleições, quando parecia que os votos de Marina Silva migravam, às carradas, para Aécio Neves. Este miserê foi tudo que ela fez na área ambiental. ‘Nunca na história deste país’ tivemos um desgoverno semelhante.
A área protegida pelo Reino Unido
Esta área do Pacífico tem mais de 1.200 espécies de peixes incluindo 48 “criticamente ameaçadas de extinção”. Entre as elas destacam- se baleias, tartarugas, tubarões e atuns, os dois últimos também estão na lista dos ameaçados. Se você, leitor, gosta do mar, da vida marinha, e de sushis, peço a sua reflexão. Os atuns estão entre as espécies mais ameaçadas.
Uma das ilhas que compõe o arquipélago de Pitcairm. Só uma delas é ocupada por descendentes dos amotinados do Bounty (foto: wire.co.uk)
Curiosamente na mesma semana do anuncio britânico, o Principe Albert, de Mônaco, esteve em São Paulo para um evento. Eu soube por fonte quente, que trabalhou na festa de recepção: o pessoal do cerimonial de Mônaco foi checar como seria o jantar um dia antes dele acontecer. Ao verem o cardápio, e se depararem com Atum entre os pratos oferecidos, foram taxativos: “Sua Alteza Real não se senta numa mesa onde serve-se Atum.” Foi uma correria danada mas o menu, previamente preparado, foi mudado.
Atuns.
Outra das riquezas desta nova MPA (Marine Protected Area) são os recifes profundos, uma área de de 40 milhas, considerados “os que tiveram o melhor desenvolvimento no mundo.”
USA ou Reino Unido?
Os dois dizem que criaram a maior área marinha protegida, MPA na sigla em inglês: marine protected area, não é uma briga boa?
E nós?
“Pensar globalmente, agir localmente”. Cada um tem como fazer sua parte. Basta um pouco de boa vontade. Em postagens anteriores já cansei de citar minha “guru”, a cientista Sylvia Earle, chefe da NOAA, agência norte- americana que cuida de tudo relacionado aos oceanos: de previsão de tempo, até pesquisas científicas. Sylvia escreveu vários livros, faz palestras, enfim, não para um minuto de alertar a comunidade mundial sobre os gravíssimos problemas porque passa a fauna marinha. Para ser coerente, ela deixou de comer qualquer tipo de alimento que venha do mar. Porque ela sabe que, se continuar o corpo mole, uma nova extinção se avizinha.
Aproveite o embalo e tome uma decisão. Não pense em você, mas em seus filhos e netos. Se quiser que seus descendentes encontrem vida no mar, tome uma atitude já. Não espere mais. Inspire-se nestes belos exemplos.
(Do www.marsemfim.com.br)
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