Foto Divulgação / Projeto Baleia Franca
Balanço da temporada revela menos visitas de baleias-francas ao litoral de Santa Catarina este ano
Foram registradas cerca de 100 visitas, enquanto em outros anos a marca passou de 150 registros. Número de visitas foi menor em função das temperaturas mais elevadas deste inverno
Nesta terça-feira, foi divulgado o levantamento realizado pelo último sobrevoo da temporada reprodutiva das baleias-francas, feito pelo Projeto Baleia Franca (PBF), domingo.
No total, foram avistadas cerca de 100 baleias nesta temporada, enquanto em outros anos o número passou de 150. A conclusão foi que este ano o número de visitas dos mamíferos foi menor em função das temperaturas mais elevadas registradas ao longo do inverno.
As baleias-francas migram para o litoral de Santa Catarina todos os anos durante o inverno e a primavera, principalmente para o nascimento e cuidados no primeiro trimestre de vida dos filhotes.
Foto Projeto Baleia Franca/Divulgação
No sobrevoo deste domingo, foram avistadas 12 baleias, que eram seis pares de mãe e filhote de Lagoinha do Leste, no Sul de Florianópolis, até Torres, na divisa com oRio Grande do Sul. O número aponta o fim da temporada reprodutiva anual da espécie no Sul do Brasil.
— Conseguimos sobrevoar com um dia espetacular, mar parado, céu claro e água limpa
e fizemos fotos e vídeos como há muito anos não tínhamos oportunidade — disse a
diretora de pesquisa do PBF, Karina Groch.
Quatro pares estavam na Enseada da Ribanceira e em Ibiraquera, dois pares foram encontrados em Itapirubá e outro próximo ao Cabo de Santa Marta, iniciando sua migração para o Sul.
Todas as baleias adultas avistadas no domingo foram fotoidentificadas e pelo menos
uma já estava catalogada. É uma fêmea, catalogada sob o número B194, com manchas listradas no dorso, já identificada em outras temporadas.
As outras cinco baleias adultas também podem estar catalogadas, mas, segundo Karina, isso só será possível determinar após análise das imagens no programa de fotoidentificação do projeto.
Outras espécies também foram avistadas durante a temporada deste ano, na região do
Porto de Imbituba e em Itapirubá, onde fica a sede do Projeto Baleia Franca. No último sobrevoo, uma baleia com nadadeira dorsal, uma espécie de baleia rorqual, provavelmente uma baleia de bryde, foi avistada. E não foi a primeira vez. Este ano,
em Itapirubá, uma baleia semelhante a esta rorqual, e também uma baleia jubarte,
foram avistadas.
Os registros de monitoramento por terra, realizados nesta segunda-feira pela equipe doProjeto Baleia Franca, apontam que não há mais nenhuma baleia entre Ribanceirae Ibiraquera, principal enseada de ocorrência da espécie na APA da Baleia Franca. Dois pares de mãe e filhote foram avistados no final da tarde em Laguna, possivelmente os últimos grupos a iniciarem sua migração para o Sul.
O monitoramento diário será mantido até o fim de novembro pela equipe e colaboradores do Projeto Baleia Franca, mantendo o padrão dos outros anos. São avistagens feitas de pontos estratégicos ao longo da costa Sul catarinense.
O sobrevoo faz parte do Programa de Monitoramento das Baleias Francas no Porto de Imbituba e região, viabilizado pela SC Parcerias e Santos Brasil e co-executado pela Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca e peloCentro Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O objetivo é analisar a dinâmica populacional das baleias francas na região, por meio do censo e fotoidentificação dos cetáceos avistados, além de analisar padrões de ocupação sazonal entre os meses de julho e novembro.
O Instituto Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca já catalogou 670 baleias desde 1987. Apesar de estar na lista dos que correm risco de extinção, segundo o Ministério do Meio Ambiente, a população de baleias tem aumentado em média 12% ao ano.
(Do DIÁRIO CATARINENSE - www.clicrbs.com.br)
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