sexta-feira, 26 de setembro de 2014

MAR SUJO

FOTO DIVULGAÇÃO / BOB JAGENDORF/CREATIVE COMMONS
POLUIÇÃO CHEGA AOS CANTOS MAIS REMOTOS DO OCEANO 

Com o retorno do navio Hespérides à Espanha, após a conclusão da Expedição Malaspina de três anos ao redor do mundo, os pesquisadores têm uma visão cada vez mais clara de como o oceano funciona e qual é seu estado de saúde. Eles descobriram que os poluentes na atmosfera não se limitam a áreas costeiras, mas ocorrem também nas regiões mais remotas do planeta, e que isto está afetando o ecossistema oceânico.

Estas e outras informações foram apresentadas em um congresso em Barcelona, que encerra o maior projeto interdisciplinar já feito sobre a mudança global. Cerca de 80 pesquisadores falaram sobre o impacto da mudança no plâncton marinho, os efeitos dos aumentos de temperatura, a taxa de transporte do calor e as consequências do aumento das radiações ultravioletas.

A expedição gerou, pela primeira vez, um banco de dados que compila os níveis de poluentes orgânicos em todos os oceanos. Os cientistas conseguiram determinar como estão distribuídos dioxinas e compostos químicos criados pela combustão de lixo orgânico.

Jordi Dachs, pesquisador do Instituto de Avaliação Ambiental e Pesquisa da Água, também confirma que os poluentes começaram a afetar fitoplâncton e zooplâncton: “As concentrações são maiores perto dos continentes do que nas áreas centrais dos oceanos, uma circunstância explicada pelos processos de degradação durante o transporte, já que são depositados diretamente da atmosfera nas águas.”

Outras descobertas da expedição foram que os oceanos têm entre 10% e 30% mais peixes do que o estimado, e apenas 1% da quantidade de plástico que se acreditava existir. De acordo com Carlos Duarte, o projeto “tenta pintar um grande mural representando o status do mar no século 21, como referência para a pesquisa futura,” informa oFis.

(Do  http://viajeaqui.abril.com.br/)

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