Foto Charles Guerra / Agencia RBSRepresentante dos pescadores alega que ainda não conversou com os trabalhadores |
Falta de acordo entre sindicatos mantém conflito durante a safra da tainha em Florianópolis
Pescadores e surfistas buscam seu espaço no mar nos 75 dias da safra
por Emanuelle Gomes
Em 2013, o Ministério Público de Santa Catarina intermediou um acordo entre a Federação Catarinense de Surf (Fecasurf), o Sindicato dos Pescadores de SC (Sindpesca) e a Federação dos Pescadores do Estado. Segundo o promotor Daniel Paladino, o protocolo de intenções (nome do documento) teria o objetivo de encaminhar uma mudança na lei aprovada em 1995, ampliando o número de praias liberadas para o surfe.
— Esse documento, no entanto, não substitui a lei — explica.
Além das praias Mole e Joaquina, seriam liberadas a Lagoinha do Leste, o Matadeiro, o Caldeirão (final da praia da Armação) e o meio da praia do Moçambique. Dois sindicatos assinaram o ofício, Fecasurf e Sindpesca, mas o presidente da Federação dos Pescadores, Ivo da Silva, se diz contra a mudança.
— Deveria haver uma maior compreensão dos surfistas nestes 75 dias. Não vou assinar algo sem uma conversa com os pescadores dessas praias e essa conversa não aconteceu — defende.
Para a Fecasurf, o acordo já estaria firmado. O presidente da federação, Frederico Leite, diz que já conversou com os pescadores nas praias onde poderia ocorrer a mudança e que houve aceitação.
— Estamos orientando os surfistas para que deixem a prancha no carro e antes de irem para o mar conversem com os pescadores para ver se há possibilidade de surfar — diz Leite.
Segundo ele, além de prejudicar o treinamento dos atletas profissionais, a safra da tainha provoca o fechamento de escolas de surfe. De acordo com a Associação Catarinense das Escolas de Florianópolis, 30 das 35 existentes atualmente não podem atuar no período.
(Do DIÁRIO CATARINENSE - www.clicrbs.com.br)
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