quarta-feira, 25 de setembro de 2013

RESSACA NO MAR

Pescadores do Pântano do Sul se preparam para ressaca no Litoral do Sul e Sudeste do Brasil

Medo é que se repita o que ocorreu em novembro de 2012, quando onda gigantesca invadiu a praia, arrastou carros e destruiu embarcações

imgEdson Rosa

FLORIANÓPOLIS

Gato escaldado tem medo de água fria. O dito popular foi repetido nesta terça-feira (24) por pescadores do Pântano do Sul, em Florianópolis, enquanto protegiam as embarcações do ciclone extratropical que começou a se formar entre Santa Catarina e São Paulo. A previsão é vento sul forte sobre o oceano, com ondas de até três metros em alto-mar e previsão de ressaca no litoral do Sul e Sudeste do Brasil.
 Foto Eduardo Valente/ND
Pescadores carregaram os barcos com medo da ressaca
  O medo dos pescadores é que se repita o que ocorreu em novembro de 2009, quando uma onda gigantesca invadiu a praia e deixou rastro destruição na comunidade. O mar arrastou carros e barcos e atingiu casas e restaurantes da orla. “Naquele ano, perdi bois botes. Um deles rachou como uma melancia madura”, lamenta o pescador Paulo Henrique dos Santos, 42, que desta vez reforçou o casco do bote com barras de ferro.
O colega dele, Maico Teixeira, 38, que também se apressou em guardar o bote “Intizica” no galpão da Associação dos Pescadores do Pântano do Sul, só não foi arrastado pela onda porque se agarrou em um dos palanques fincados na praia. “Foi horrível”, resume. Apenas as embarcações com âncoras duplas amarradas com correntes na proa e na popa permaneceram fundeadas na enseada.
De acordo com meteorologistas do Ciram/Epagri, o mar ficará mais agitado a partir de hoje em toda a faixa entre o litoral norte do Rio Grande do Sul e o centro-sul do Rio de Janeiro. Há risco de ressaca pela manhã, quando as ondas podem alcançar picos de 3 metros.
Amanhã, ainda há risco de ressaca na madrugada e manhã entre Santa Catarina e São Paulo, com ondas de até 2,5 metros. As ondas diminuem a partir de sexta-feira em toda a costa sul e sudeste, mas o mar segue agitado e perigoso para banhistas até  domingo.

Poste em curto circuito aumenta preocupação
Para o pescador Manoel José Campos, 76, um dos mais velhos em atividade na colônia do Pântano do Sul, a ameaça de mais uma ressaca na praia aumenta a preocupação com o poste de iluminação pública localizado na frente da casa dele e ao lado do rancho coletivo da associação.
A rede elétrica está em curto circuito desde a manhã de segunda-feira, quando começou a sair faíscas da fiação. Além do perigo de acidente em caso de ressaca,  Manoel está sem energia em casa. “Já queimou o chuveiro, e a geladeira funciona em meia fase”, diz. O pescador reclama que acionou em vão o plantão da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina). “Tomara que não aconteça uma desgraça”, avisa. 

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