Foto Rafaela Martins / Agencia RBS |
Pescadores de Itajaí e Balneário Camboriú reclamam da baixa na safra da tainha
Fepesc aponta que pesca artesanal está abaixo da média esperada
Julimar Pivatto
julimar.pivatto@osoldiario.com.br
No dia 15 de maio, Luiz Wilbert conseguiu pegar um bom lanço de tainhas. A rede cheia logo no primeiro dia permitido para a pesca de um dos peixes mais procurados pelos catarinenses trouxe uma esperança para o experiente pescador de Balneário Camboriú. Mas foi só. Ele não sabe precisar quantos quilos conseguiu pescar, mas acredita que foram cerca de 800 peixes. Desde aquela semana, a tainha não apareceu mais. A realidade vivida na pele por Luiz é confirmada pelos representantes de classe, seja dos pescadores artesanais ou industriais. A safra de 2013 foi abaixo do que todos esperavam.
— Olha, eu digo que foi a pior dos últimos seis anos — lamenta.
Nesta terça-feira, um lanço que capturou cerca de 2 mil peixes na Praia de Laranjeiras acendeu a esperança dos pescadores da região. Mas apesar de ter passado boa parte da tarde em cima do barco na Praia Central de Balneário Camboriú, Luiz não conseguiu avistar nada e voltou para a areia sem tainha.
— Vou ficar na torcida para que nessas duas semanas a coisa melhore. Mas está cada vez mais difícil — reclama.
Os números apontam que a safra deste ano foi melhor para a pesca artesanal do que a do ano passado. Segundo a Federação de Pescadores do Estado de Santa Catarina (Fepesc), o primeiro levantamento feito mostra que já foram capturadas 630 toneladas do pescado neste ano, contra 425 toneladas de 2012. Mas a classe acredita que não vai atingir o que era esperado — entre 800 e 1,2 mil toneladas.
— Quem sabe, nesses dias que restam, possamos chegar pelo menos a 800 toneladas — torce o presidente da Fepesc, Ivo da Silva.
Os pescadores industriais também sentiram a diminuição. Em 2012, foram capturadas pelos armadores 1.513 toneladas de tainha no litoral catarinense. A estimativa do Grupo de Estudos Pesqueiros (GEP) da Univali aponta que, até terça-feira, foram 463 toneladas. Apesar deste número ainda ser uma estimativa prévia (ele pode aumentar), não chega nem na metade do pescado no ano passado. O reflexo já pode ser sentido no bolso do consumidor, como disse o secretário de Pesca e Aquicultura de Itajaí, Agostinho Peruzzo. O quilo da tainha varia entre R$ 7 e R$ 9, o dobro de 2012, quando o valor ficava entre R$ 4 e R$ 5.
— É a lei da oferta e da procura. Quanto menos peixe, mais caro — explica.
(Do O SOL DIÁRIO - www.clicrbs.com.br)
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