Foto Rafaela Martins / Agencia RBS
Animais mortos em praias de Itajaí e região são vítimas de afogamento
Segundo especialistas, golfinhos e tartarugas ficaram enroscados em redes de pesca
Por Dagmara Spautz
A análise feita nos mais de 30 animais que chegaram às praias da região nos últimos cinco dias, entre tartarugas e golfinhos, mostrou que a maioria deles era saudável e morreu por afogamento. A constatação comprova a principal hipótese levantada pelos especialistas, de que os animais tenham sido vítimas das redes de pesca. Enroscados nos equipamentos, eles não conseguem subir à superfície para respirar.
_ Não há outra coisa que leve um animal saudável ao afogamento, a não ser a rede _ diz a bióloga Bibiana Lessa, do Museu Oceanográfico da Univali.
Ontem, pesquisadores do Projeto Tamar percorreram praias entre Barra Velha e Navegantes e encontraram mais cinco animais mortos _ quatro tartarugas e uma toninha na Praia Vermelha, em Penha, e um golfinho na Praia de Itajuba, em Barra Velha.
Outra tartaruga, da espécie cabeçuda, foi localizada por moradores no Saco da Fazenda, em Itajaí, e levada à sede do projeto. A exemplo dos animais que já haviam sido localizados nos últimos cinco dias, estes também eram saudáveis e possuíam indícios de interação com a pesca.
A expectativa dos pesquisadores, agora, é descobrir que tipo de captura de peixes tem vitimado as tartarugas e golfinhos. Os especialistas estudam a possibilidade de relação com a pesca da anchova, que teve a safra iniciada este mês. Os levantamentos devem se concentrar na frota pesqueira de Florianópolis, que trabalha com a pesca artesanal.
_ Ainda é cedo para afirmarmos que esta é a causa das mortes. Se for, a situação pode durar por algum tempo _ diz Gustavo Stahelin, coordenador técnico do Tamar em Santa Catarina.
O que intriga os pesquisadores é que, entre as tartarugas, as espécies capturadas têm hábitos muito diferentes. Técnico ambiental do Tamar em Itajaí, Luís Maçaneiro explica que enquanto as tartarugas verdes costumam ficar mais próximas da costa, o que faria delas vítimas mais fáceis para a pesca costeira, as tartarugas cabeçudas vivem em águas mais profundas _ local de atuação da pesca industrial.
Os animais encontrados têm sido enterrados ou resgatados. Segundo os especialistas, é possível que o volume de tartarugas e golfinhos mortos possa ser ainda maior, já que parte dos animais pode estar sendo recolhida pelas empresas que cuidam da limpeza das praias na região.
(Do O SOL DIÁRIO - www.soldiario.clicrbs.com.br)
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