sexta-feira, 6 de julho de 2012

Cruzeiros Marítmos

O trapiche de Canasvieiras foi usado no desembarque de passageiros até 2009

Foto Charles Guerra / Agencia RBS
Atracação de navios na
Ilha de SC depende de estudos

Investimento, que pode custar até R$ 130 mil, é equivalente ao de um dia de arrecadação com turistas

por André Lückman

A possibilidade de que Canasvieiras volte a receber grandes navios de turistas durante a temporada está pendente por um investimento orçado entre R$ 80 mil e R$ 130 mil, dinheiro que pode ser arrecadado em apenas um dia de transatlântico atracado.

Este é o preço de mercado de um estudo chamado batimetria, capaz de mapear aspectos como a profundidade da areia para que os navios façam o fundeamento. É a partir deste mapeamento que a MSC Cruzeiros, uma das grandes armadoras que trabalham na costa brasileira, pode bater o martelo sobre a inclusão do novo ponto de destino turístico em suas rotas.

A diretora operacional da MSC, Márcia Leite, veio a SC para avaliar a infraestrutura dos pontos de desembarque disponíveis e demonstrou interesse direto em Canasvieiras, que está fora da rota dos transatlânticos desde 2009.

— Florianópolis é um destino com apelo turístico. No entanto, a praia ainda apresenta impedimentos técnicos e de infraestrutura — disse.

A diretora ressaltou que o estudo que comprova as condições de atracação é de responsabilidade do município. O levantamento custa entre R$ 80 mil e R$ 130 mil, segundo orçamento feito pelo diretor de turismo da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), Ernesto São Thiago.

— A batimetria representa apenas um primeiro passo. E é por meio dela que as primeiras escalas de teste podem ser feitas — disse.

O secretário de Turismo da Capital, Vinicius Lummertz, afirmou que está articulando alternativas "criativas" a fim de viabilizar o estudo em Canasvieiras. Uma das suas apostas é vincular sua viabilidade à concessão dos equipamentos que a prefeitura já dispõe no local, como o antigo trapiche e a poita, fundeada na baía em 2007.

— O que temos de concreto, por enquanto, é que estamos perdendo dinheiro. Nosso objetivo é fazer com que os navios voltem o mais rápido possível — destacou.

Lummertz disse que recursos do Ministério do Turismo da ordem de R$ 9 milhões, que já estariam aprovados e assegurados para Florianópolis, não estão mais disponíveis.
Do pacote de R$ 9 milhões, R$ 1,5 milhão seriam direcionados para um estudo para a instalação de um porto turístico na Capital. Esta verba está sendo esperada desde o verão do ano passado.

Duas novas operadoras já sondam a Capital O diretor da Acif Ernesto São Thiago confirmou, nesta quarta-feira, que mais duas operadoras independentes manifestaram interesse em desembarcar passageiros em Florianópolis, além da própria MSC. De acordo com ele, a prefeitura deve ser contatada pelas duas empresas nos próximos dias.

— É provável que este contato seja feito por meio de manifestação de interesses: as operadoras formalizam a intenção em desembarcar em Florianópolis, e o município responde, também de maneira formal, delimitando as partes de responsabilidade da prefeitura e das próprias operadoras. Uma eventual negociação faz parte desse processo — explicou.

Uma das preocupações das empresas diz respeito ao contrato de concessão do trapiche de Canasvieiras, que hoje está assinado com a associação das escunas que operam na praia. A concessão vence em setembro próximo, e um novo contrato deve ser feito. Conforme São Thiago, as operadoras já sinalizaram positivamente com a operação em conjunto com as escunas.

— Eles entendem que a operação conjunta é benéfica, afinal um bom destino turístico também se mede pela diversificação de opções de passeio. As escunas se complementam aos navios em um ciclo virtuoso, porque são uma opção natural para os passageiros que descerem do navio para conhecer as praias de Florianópolis — destacou.

(Do DC de hoje - www.diario.com.br)

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