Daniel Queiroz/Arquivo ND "Olheiro" observa o mar da praia de Ingleses |
Pesca da tainha está abaixo
do esperado em Santa Catarina
Foram pescados 517,7 mil quilos de tainha até o momento. A expectativa é chegar a 3.000 toneladas
Saraga Schiestl
A junção de fatores como a falta de dias de vento sul, temperatura elevada para essa época do ano e mudança dos locais de criação faz com que a captura de tainhas no litoral catarinense esteja aquém do esperado. A pesca começou em 15 de maio e está autorizada até 15 de julho. Até agora, foram pescados 517,7 mil quilos do peixe pela pesca industrial em toda a costa segundo dados do GEP (Grupo de Estudos Pesqueiros) da Univali (Universidade do Vale do Itajaí).
Por se tratar de um recurso migratório, o professor do curso de oceanografia da Univali, Paulo Ricardo Schwigel, afirmou que a chegada da tainha depende basicamente da temperatura, mas não há como afirmar quantas chegarão ao Estado. Oriundos em sua maioria da região da Lagoa dos Patos e do Rio da Prata, ambos no Rio Grande do Sul, os peixes começam sua migração no mês no fim do mês de abril no Estado gaúcho para chegar a Santa Catarina no fim de maio.
A expectativa é que este ano a safra da tainha alcance a média anual, entre 2.500 e 3.000 toneladas capturadas. “Acredito que vamos chegar nesse número, entretanto está devagar porque até bem poucos dias tivemos temperaturas de verão”, salientou o professor, lembrando que a entrada das tainhas está associada à presença do vento sul com intensidade aliado à frente fria. “Tivemos dias de vento sul em intervalos muito curtos. Um ou dois dias não bastam para que elas venham até o litoral”, disse, lembrando que o ideal é que essa tendência se mantenha por quatro ou cinco dias.
A meteorologista da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), Gislânia Cruz, confirmou ocorrência baixa de dias com vento sul com intensidade. “Desde que a pesca da tainha foi liberada tivemos apenas um período de massa de ar mais frio, a do feriadão de Corpus Christie”, explicou a meteorologista. A tendência é que no fim desta semana ocorra uma nova massa parecida com a do feriado, o que facilitará a pesca. “Até o dia 15 de julho teremos, talvez, a presença de mais duas condições semelhantes de vento sul e frio intenso”, pontuou.
Nordeste é predominante
A meteorologista da Epagri, Gislânia Cruz, lembrou que apesar da necessidade de um vento sul para receber as tainhas, essa condição não é a normal para Santa Catarina. “O habitual no Estado é a ocorrência de vento Norte/Nordeste”, explicou. Há uma ocorrência comum das massas de ar frio que vêm do continente, mas que rapidamente se dissipam, mas não colaboram com a chegada dos peixes.
Além da massa de ar frio, que precisa vir do oceano, o professor do curso de oceanografia da Univali, Paulo Ricardo Schwigel, lembrou que a costa catarinense tem um recorte diferenciado, em relação à do Rio Grande do Sul, formando enseadas e baías. “Isso exige que, além do vento sul forte, quando a tainha já está em alto mar, é necessário que o vento gire para o quadrante leste para que os peixes cheguem até a área da encosta”, disse Schwigel, destacando que essa é a única forma dos pescadores artesanais alcançarem as tainhas.
É pela razão geológica que em Santa Catarina os pescadores artesanais podem avançar cinco milhas (cerca de oito quilômetros) para buscar os peixes, a chamada zona de exclusão. No Rio Grande do Sul esse número é menor, porque a costa do Estado é linear.
Lagoa dos Patos
Em Santa Catarina existem dois únicos criadouros de tainha, um em São Francisco do Sul, no Norte Catarinense e outro em Laguna, ao sul do Estado. Em nenhum há uma produção significativa. A maior parte dos peixes que chegam a Santa Catarina vem do Rio Grande do Sul, com destaque para a Lagoa dos Patos e no Rio da Prata, já na divisa com o Uruguai.
O professor do curso de oceanografia da Univali, Paulo Ricardo Schwigel, lembrou que outra razão para a baixa ocorrência dos peixes pode estar ligada à baixa reprodução na Lagoa dos Patos, fato que vem sendo registrado nos últimos 20 anos. “Não se sabe diretamente o porquê dessa diminuição da produção”, afirmou.
Por outro lado, o professor lembra que a alta salinidade registrada nos últimos meses na Lagoa dos Patos, motivada pela falta de chuva na região, aumenta as chances de reprodução das tainhas. “Sem chuva, a água do mar ‘invade’ a lagoa e é nessa água salobra que as tainhas desovam”, completou. A alta salinidade também favoreceu a produção de camarão no estuário gaúcho, o maior do Sul do Brasil.
do esperado em Santa Catarina
Foram pescados 517,7 mil quilos de tainha até o momento. A expectativa é chegar a 3.000 toneladas
Saraga Schiestl
A junção de fatores como a falta de dias de vento sul, temperatura elevada para essa época do ano e mudança dos locais de criação faz com que a captura de tainhas no litoral catarinense esteja aquém do esperado. A pesca começou em 15 de maio e está autorizada até 15 de julho. Até agora, foram pescados 517,7 mil quilos do peixe pela pesca industrial em toda a costa segundo dados do GEP (Grupo de Estudos Pesqueiros) da Univali (Universidade do Vale do Itajaí).
Por se tratar de um recurso migratório, o professor do curso de oceanografia da Univali, Paulo Ricardo Schwigel, afirmou que a chegada da tainha depende basicamente da temperatura, mas não há como afirmar quantas chegarão ao Estado. Oriundos em sua maioria da região da Lagoa dos Patos e do Rio da Prata, ambos no Rio Grande do Sul, os peixes começam sua migração no mês no fim do mês de abril no Estado gaúcho para chegar a Santa Catarina no fim de maio.
A expectativa é que este ano a safra da tainha alcance a média anual, entre 2.500 e 3.000 toneladas capturadas. “Acredito que vamos chegar nesse número, entretanto está devagar porque até bem poucos dias tivemos temperaturas de verão”, salientou o professor, lembrando que a entrada das tainhas está associada à presença do vento sul com intensidade aliado à frente fria. “Tivemos dias de vento sul em intervalos muito curtos. Um ou dois dias não bastam para que elas venham até o litoral”, disse, lembrando que o ideal é que essa tendência se mantenha por quatro ou cinco dias.
A meteorologista da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), Gislânia Cruz, confirmou ocorrência baixa de dias com vento sul com intensidade. “Desde que a pesca da tainha foi liberada tivemos apenas um período de massa de ar mais frio, a do feriadão de Corpus Christie”, explicou a meteorologista. A tendência é que no fim desta semana ocorra uma nova massa parecida com a do feriado, o que facilitará a pesca. “Até o dia 15 de julho teremos, talvez, a presença de mais duas condições semelhantes de vento sul e frio intenso”, pontuou.
Nordeste é predominante
A meteorologista da Epagri, Gislânia Cruz, lembrou que apesar da necessidade de um vento sul para receber as tainhas, essa condição não é a normal para Santa Catarina. “O habitual no Estado é a ocorrência de vento Norte/Nordeste”, explicou. Há uma ocorrência comum das massas de ar frio que vêm do continente, mas que rapidamente se dissipam, mas não colaboram com a chegada dos peixes.
Além da massa de ar frio, que precisa vir do oceano, o professor do curso de oceanografia da Univali, Paulo Ricardo Schwigel, lembrou que a costa catarinense tem um recorte diferenciado, em relação à do Rio Grande do Sul, formando enseadas e baías. “Isso exige que, além do vento sul forte, quando a tainha já está em alto mar, é necessário que o vento gire para o quadrante leste para que os peixes cheguem até a área da encosta”, disse Schwigel, destacando que essa é a única forma dos pescadores artesanais alcançarem as tainhas.
É pela razão geológica que em Santa Catarina os pescadores artesanais podem avançar cinco milhas (cerca de oito quilômetros) para buscar os peixes, a chamada zona de exclusão. No Rio Grande do Sul esse número é menor, porque a costa do Estado é linear.
Lagoa dos Patos
Em Santa Catarina existem dois únicos criadouros de tainha, um em São Francisco do Sul, no Norte Catarinense e outro em Laguna, ao sul do Estado. Em nenhum há uma produção significativa. A maior parte dos peixes que chegam a Santa Catarina vem do Rio Grande do Sul, com destaque para a Lagoa dos Patos e no Rio da Prata, já na divisa com o Uruguai.
O professor do curso de oceanografia da Univali, Paulo Ricardo Schwigel, lembrou que outra razão para a baixa ocorrência dos peixes pode estar ligada à baixa reprodução na Lagoa dos Patos, fato que vem sendo registrado nos últimos 20 anos. “Não se sabe diretamente o porquê dessa diminuição da produção”, afirmou.
Por outro lado, o professor lembra que a alta salinidade registrada nos últimos meses na Lagoa dos Patos, motivada pela falta de chuva na região, aumenta as chances de reprodução das tainhas. “Sem chuva, a água do mar ‘invade’ a lagoa e é nessa água salobra que as tainhas desovam”, completou. A alta salinidade também favoreceu a produção de camarão no estuário gaúcho, o maior do Sul do Brasil.
Um comentário:
a gente que ama a ilha tem que cuidar vi esse video e acho q tem tudo a ver com o teu blog
http://www.youtube.com/watch?v=hFDySn24-dk&list=UUsWDKIKreStVse2WHo58A8Q&index=0&feature=plcp&noredirect=1
abraço
Nilton
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