“Guerra” da tainha
Pela primeira vez, o setor pesqueiro industrial enfrenta limitação de licença ambiental para barco de captura da tainha, para fase que dura 45 dias. Esse embate já gerou até processo contra a ministra da Pesca, Ideli Salvatti, e seu secretário adjunto, visando à cobrança de perdas e danos. Tanto a presidente do Sindicato das Indústrias de Pesca de Florianópolis e Região, Ida Áurea da Costa, quanto a assessoria do Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí (Sindipi) afirmam que há 22 barcos parados e é grande a decepção de pescadores e empresas porque a safra da tainha é a principal do setor. Segundo o sindicato, há 82 embarcações industriais aptas a pescar, mas foram liberadas apenas 60 licenças.
A ministra Ideli Salvatti afirmou à coluna que defende a liberação das demais licenças, até para que seja feito um acompanhamento sobre o potencial do setor para embasar licenças futuras. Mas ela diz que depende de avaliação do Ibama, que está muito ocupado com temas como desmatamento, Código Florestal e licença da Usina de Belo Monte. Outro obstáculo, segundo Ideli, é que os técnicos do Ibama estão reticentes em dar mais licenças porque a tainha vem ao litoral para procriar, o que exigiria um defeso.
De ambos os lados
Nesta fase de desentendimentos, as críticas vêm de ambos os lados. Segundo Ida Costa, o governo de Dilma Rousseff está impondo as maiores dificuldades para o setor pesqueiro crescer, ao mesmo tempo em que anuncia plano de expansão da produção. Enquanto as empresas enquadradas na pesca industrial têm que investir até nos equipamentos para serem rastreadas, o setor de pesca artesanal, com barcos quase do mesmo tamanho, tem liberdade para pescar. A ministra Ideli Salvatti diz que falta diversificação. Cita o caso do peixe aliti, no litoral do RS, que ninguém quer pescar.
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