APESAR DO FRIO, TAINHAS NÃO CHEGARAM
Nesta manhã de segunda-feira, a expectativa entre os pescadores de Florianópolis era para o cerco da tainha. O tempo frio e o vento sul ajudam para a chegada do peixe mais esperado do ano. Mas o mar, literalmente, não estava para peixe.
Amauri Barbosa, de 59 anos, acordou por volta das 5h30min e saiu de casa de bicicleta na Tapera, Sul da Ilha, em Florianópolis, para mais um dia de pesca. Uma hora depois chegou à praia do Campeche. O tempo estava nublado e a esposa ainda comentou que o dia não era dos melhores.
- Mas sabe como a gente é, né? Teimoso, vim pra cá. Infelizmente o mar não está bom para sairmos com o barco. Tudo está bom para começar, o frio e vento sul. Falta apenas o mar dar uma trégua para a gente — disse.
A canoa com mais de 80 anos está pronta, com a rede dentro do barracão. Nesta manhã os pescadores ainda deram uma caminhada para analisar a situação, que não era das melhores.
As expressões demonstravam ansiedade e vontade de trabalhar. Pescadores afirmam que o peixe existe. Profissionais do mar do Sul do Estado, em Passo de Torres, avistaram cardumes.
Em Garopaba e na praia nos Ingleses, no Norte da Ilha de Santa Catarina, uma pequena quantidade já foi capturada no domingo, mas ainda é insignificante.
Valmor Domingues da Silva, 70 anos, pesca praticamente todos os dias.
— Ficar em casa para quê, pra incomodar a esposa? Pelo menos aqui conversamos com os amigos ou então vamos pescar, que é o que mais gosto de fazer — conta.
Duas embarcações a motor, que trabalham com a cultura de atum, estavam próximas da ilha do Campeche, na captura de iscas.
— Eles estão em local proibido. Eles espantam a tainha e ainda pegam iscas para a pesca do atum, como filhotes de tainha — disse.
Os trabalhadores da pesca industrial ainda aguardam a licença dos barcos emitida pelo Ministério da Pesca para começar o trabalho.
(De Guto Kuerten no http://www.diario.com.br/)
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