quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Onde o rio encontra o mar

"Homem da lama" do mangue da ilha de Batevento, no Maranhão.
Lamacento, cheio de troncos torcidos e pernilongos, o mangue, paisagem que muitas vezes recebe olhares enviesados, é na realidade uma região que abriga um dos mais complexos, ricos e delicados ecossistemas do planeta. Neste lugar de água salobra, onde o rio se encontra com o mar e a maré é muito instável, moram e trabalham os catadores de caranguejo. Praticamente excluído socialmente, o povo do mangue adquiriu notoriedade com o movimento musical mangue beat, idealizado na década de 90 pelos músicos Chico Science e Fred 04. Uma fama que infelizmente não serviu para imunizar os catadores e a sua fonte de renda do desequilíbrio ambiental. Os "homens da lama" têm uma área cada vez mais escassa para trabalhar, principalmente por causa de um vilão chamado carcinicultura - fazendas de criação de camarão, muitas vezes clandestinas. Isso porque, depois de no máximo cinco anos, os criadores são obrigados a mudar de lugar para evitar a proliferação de doenças nos camarões. Uma mudança que tem deixado um rastro de destruição para trás. Mais complexo do que as questões de preservação, só mesmo o próprio sistema biológico dos mangues. Eles cobrem uma extensa e recortada área do litoral brasileiro, do Amapá a Santa Catarina. Além de morada de bichos aquáticos e terrestres, a vegetação emaranhada serve de peneira e impede que troncos e outros sedimentos sejam transportados dos rios para o oceano. O mangue acolhe aves, mariscos, cobras, crocodilos e os caranguejos, donos do pedaço. Esse animal passa o dia revirando o lodo - um processo importantíssimo, pois libera oxigênio aos vegetais. É o início de uma cadeia alimentar de muitas espécies de peixes e crustáceos, que, por sua vez, são alimentos de outros peixes de água salgada e que, por fim, chegam à nossa mesa. Deu para imaginar o que aconteceria se esse habitat simplesmente deixasse de existir?

sábado, 14 de novembro de 2009

Pilossauro

O crânio fossilizado de um "monstro marinho" gigante foi descoberto na costa da Grã-Bretanha. O predador, chamado de pilossauro, viveu nos oceanos há 150 milhões de anos. O crânio tem 2,4 metros de comprimento, e especialistas dizem que ele poderia pertencer a um dos maiores pilossauros já encontrados: com até 16 metros de tamanho.
O fóssil, que foi encontrado por um colecionador, foi comprado pelo governo do condado de Dorset por 20 mil libras (cerca de R$ 65 mil). Ele foi comprado com dinheiro do Heritage Lottery Fund (um fundo da loteria britânica destinado a patrimônios culturais) e será analisado cientificamente, para depois ser exposto ao público no museu do condado.
Os Pilossauros pertencem a um grupo gigante de répteis aquáticos que dominavam os mares na mesma época em que os dinossauros viviam na Terra. Eles tinham pescoços curtos e cabeças gigantes, semelhantes a de crocodilos, com mandíbulas poderosas e dentes grandes e afiados. Usando quatro patas em formas de pás para impulsionar seus corpos pela água, eles conseguiam facilmente alcançar presas como ichthyossauros (peixes-répteis) e outros plesiossauros.
Segundo o paleontólogo David Martill, da universidade britânica de Portsmouth, eles eram monstros, que tinham músculos gigantes nos seus pescoços, o que permitia que segurassem bem suas presas e provocassem um banho de sangue.
Informações e imagens da BBC Londres.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Al Mare

Foto divulgação
O publicitário aposentado Werner Hennig, 58 anos, começou uma aventura inusitada na segunda-feira. Hennig saiu de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, e pretende chegar a Florianópolis a nado. Caso não consiga percorrer os cem quilômetros, o aposentado diz que não irá se sentir frustrado se parar no meio do caminho.
Sentado na areia da Praia da Ilhota, em Itapema, ele desabafou: — Não imaginei que seria tão difícil. Vou seguir em frente, mas se eu conseguir chegar até Bombinhas já estarei muito satisfeito.
Hennig saiu de Balneário Camboriú levando apenas uma câmera fotográfica, uma filmadora, um aparelho de GPS, telefone celular e alguns mantimentos que transporta em uma prancha presa ao corpo. Após nadar e mergulhar cerca de 13 quilômetros, parou na quarta-feira em Itapema para recuperar as energias. — A maior dificuldade está sendo a mudança de correnteza do mar. Quando nado contra a corrente, o esforço que faço é muito maior — explicou. Por precaução, Hennig nada sempre perto das margens. O aposentado sabe das dificuldades que terá pela frente, principalmente depois que passar a região de Porto Belo, onde deverá encontrar menos praias e mais costões de pedras.
Como mantimentos, Hennig carrega garrafas de água, biscoitos, barras de chocolate e linguiça. — Trouxe para matar a fome e a sede quanto estiver longe das praias. Esta não é a primeira aventura do riosulense. Em 1991, ele percorreu de bicicleta dezenas de países da Europa. Há quatro anos, pedalou durante 58 dias, de Blumenau até a cidade de Ushuaia, na Argentina, a 3 mil quilômetros ao sul de Buenos Aires. Hennig pratica sempre alguma atividade física e admite não ter feito uma preparação específica para o desafio. Quanto a roteiros ou planejamento, ele tem a resposta: — Em aventuras não há muito o que planejar, não há como prever os acontecimentos. Estou com a natureza, é ela quem define meu roteiro e quando devo parar.
(Informações DC)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Cabo Horn, um grande desafio

Imagens históricas de grandes veleiros - clippers - cruzando o Cabo Horn.
Cabo Horn é o ponto mais meridional da América do Sul. Encontra-se na Ilha de Hornos, no arquipélago da Terra do Fogo, na porção pertencente ao Chile. Dos grandes cabos, é o que se encontra mais ao sul e compõe a parte norte do Estreito de Drake. Até à abertura do Canal do Panamá, era passagem obrigatória da rota dos navios que viajavam ao redor do globo, indo para a costa oeste dos Estados Unidos, China, Índia e toda a Ásia. As condições de navegação ao redor do cabo costumam ser particularmente severas, com fortes ventos, constituindo um marco para navegantes de todos os tipos, até nos dias atuais. Várias regatas de veleiros de oceano, como a Volvo Ocean Race, antiga Whitbread Round the World Race, velejam ao redor do globo passando pelo Cabo Horn. Seu nome vem da cidade holandesa de Horn, patrocinadora de dois navios enviados pela Companhia das Índias Ocidentais no início do século XVII, capitaneados pelo navegador Jacob le Maire com o navegador Willem Schouten, para investigar a hipótese levantada por Drake da existência de uma passagem meridional da América para a Ásia e Índia, que romperia o monopólio do comércio de especiarias pelos portugueses pelo Cabo da Boa Esperança, ao sul da África. Em janeiro de 1616, eles transpuseram o cabo pela primeira vez, sob violenta tempestade.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Gigantes

A superpopulação de águas-vivas gigantes está trazendo prejuízos para a indústria da pesca no centro do Japão. Entre setembro e outubro, pescadores chegaram a fisgar duas mil águas-vivas gigantes. Com cento e cinquenta quilos e mais de um metro de diâmetro, as águas-vivas arrebentam as redes, dificultando o trabalho dos pecadores. Ainda não se sabe o que tem causado o aumento do número de águas-vivas, mas especialistas suspeitam que o aquecimento da água nesta área pode ser a razão.

Malheiras III

Foto Fernando Alexandre

domingo, 1 de novembro de 2009

Tubarão Gigante

Foto BBC, Londres
Ilha de Queensland, na Austrália.
Um tubarão branco de pelo menos cinco metros de comprimento levou uma popular ilha turística do nordeste da Austrália, a entrar em alerta. Segundo Tim Mulherin, secretário de Pesca do estado de Queensland, o animal foi atraído às praias da região por corpos de baleia que encalharam no litoral. Biólogos marinhos que analisaram as marcas de mordida nos cetáceos mortos disseram que o tuburão deve medir pelo menos cinco metros. Para evitar que o maior predador dos oceanos ameace os banhistas da ilha de Stadbroke, ambientalistas recomendaram que as baleias mortas sejam arrastadas para alto mar. "A solução dará trabalho, mas salvará vidas humanas", disse o presidente da Sociedade para a Preservação da Fauna de Queensland, Simon Baltais. Um tubarão branco pode chegar a medir sete metros de comprimento e a pesar quase três toneladas, segundo especialistas.
Fonte: BBC