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No dia 19 de outubro de 1747, há exatos 265 anos, embarcavam no Arquipélado dos Açores os primeiros casais da segunda leva da migração açoriana para a Ilha de Santa Catarina. Depois de 4 meses de viagem, 461 pessoas destes desembarcaram na Ilha, em fevereiro de 1748, sendo instaladas na Lagoa da Conceição pelo Governador da Capitania Brigadeiro Silva Paes. A migração de açorianos para o sul do Brasil começou em 1617. Em 1.692 chegaram 260 casais em Nossa Sra. do Desterro. Entre 1748 e 1753 mais que duplicou a população da então Capitania de Santa Catarina, desembarcando na região 7817 pessoas, sendo 4.612 em 1748; 1.666 em 1749; 860 em 1750 e 679 em 1753. A migração açoriana para Santa Catarina se massificou quando, em 31 de agosto de 1746, o rei DOM JOÃO V de Portugal comunicou aos habitantes das ilhas que a Coroa oferecia uma série de vantagens aos casais ilhéus que decidissem emigrar para o litoral do sul do Brasil. Nos termos de um edital fartamento distribuído pelas nove ilhas do arquipélago as vantagens do convite eram evidentes:- "haverá um grande alívio nas ilhas porque elas não mais verão padecer os seus moradores, uma vez que vão diminuir os males da indigência em que todos vivem;"- "haverá um grande benefício para o Brasil, já que os imigrantes irão cultivar terras ainda não exploradas."
PROMESSAS NÃO FORAM CUMPRIDAS
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O Monte Brasil, costa Sul da Ilha Terceira, de onde muitos dos açorianos embarcaram para "Desterro". Imagem do século XIX.
O edital garantia um série de condições que seriam proporcionadas aos que aceitassem, a partir do "transporte gratuito até os citios que se lhes destinarem para as suas abitaçoens. E logo que chegarem aos citios que haverão de habitar, se dará a cada casal uma espingarda, duas enxadas, um machado, uma enxó, um martelo, um facão, duas facas, duas tesouras, duas verrumas, uma serra com sua lima e travadeira, dois alqueires (27,5 litros) de sementes, duas vacas e uma égua. No primeiro ano se lhes dará a farinha, que se entende bastar para o sustento, assim dos homens como das mulheres, mas não às crianças que não tiverem 7 anos e, aos que tiverem até os 14, se lhes dará quarta e meia de alqueire para cada mês. Se dará a cada casal um quarto de légua em quadra, para principiar as suas culturas, sem que se lhes levem direitos nem salários algum por esta sesmaria. E quando, pelo tempo adiante tiverem família com que possam cultivar mais terra, a poderão pedir ao governador do distrito". Foi definido que o primeiro estabelecimento de casais açorianos seria feito na Ilha de Santa Catarina e nas suas vizinhanças, "em que a fertilidade da terra, abundância de gados e grande quantidade de peixes conduzem muito para a comodidade e fartura desses novos habitantes". A maior parte das promessas não foram cumpridas quando os açorianos chegaram por aqui.
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