Foto Arquivo
Algumas décadas após o descobrimento do Brasil, a Coroa Portuguesa já tinha conhecimento da enorme abundância de baleias nas praias da costa brasileira. O padre Anchieta as via das janelas do Colégio da Bahia: “Andar saltando...”
Gabriel Soares, pouco depois, dizia que “eram tantas, bandos de dez, doze, fazendo tanto barulho, que aterrorizavam os barcos que navegavam...”
A presença delas era mais acentuada de junho a setembro e os olhos logo se voltaram para a baleia franca, a mais vulnerável das espécies, por viver muito próxima à costa. No entanto, a Coroa autorizou a caça à baleia no litoral catarinense somente na segunda metade do século XVIII. A caça à baleia no Brasil colonial permaneceu essencialmente costeira, estendendo-se da Bahia até Santa Catarina.
A Armação de Itapocorói, região de Penha, surgiu em 1778 e as do sul apareceram praticamente juntas: a de Garopaba, entre 1793 e 1795; e a estação baleeira mais austral do Brasil, a de Imbituba, em 1796, também última a ser desativada, espantosamente apenas em 1973, quando a caça já estava proibida. A da ilha da Graça, próxima a São Francisco do Sul, foi a última a ser implantada, em 1807.
Foto Nunsey Dequein
Armação de Itapocorói, hoje.
“(...) Eu só me alembro dos tanque. Aquilo é do tempo do ‘Cirgião’ (...) Porque os negro matavam as baleia num lanchão grande, num baterão grande..., ia cinco, seis... quando a baleia tava boiada um muncado pulava em cima e largava o arpão; e com um cabo grande ia uma bóia e eles iam acompanhando, quando a baleia pegava a virá sarto tava morrendo. Diz que era assim, o meu pai contava; quando a baleia morria eles traziam a remo, tudo a remo (...)”
Depoimento de Manoel Silva – ou Mané Silva, como é conhecido esse senhor que em 2003 completava 91 anos em Armação de Itapocorói (Penha) – em "MAR e SERTÃO". Livro de Pedro Bersi. Edição do Autor, Itajaí SC 2007 (ISBN 978-85-907080-1) .
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2 comentários:
PARABÉNS PELA VALORIZAÇÃO DA CULTURA DO LITORAL DE SANTA CATARINA.
PEDRO BERSI (Escritor)
Parabéns pra você também Pedro!
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