quarta-feira, 6 de maio de 2020

A SORTE E O AZAR NA PESCA DA TAINHA

Rede caçoal - Desenho de franklin Cascaes- detalhe

BENZENDO AS REDES
" ...O problema da sorte e do azar sempre existiu. Quando um pescador, quando uma rede pega muito peixe e a outra não, eles começam já a calcular que é azar. Não, foi fulano que botou quebranto, que botou mau olhado, botou olho grande, aquela coisa. O interessante aí é chamar as benzedoras para benzer as redes, colocar água benta em cima das redes, das embarcações: é o exorcismo, não é? Vão exorcisar as redes e os pescadores, dentro dos ranchos. Aquela turma, os camaradas de uma determinada embarcação que acham que é azar, que botaram azar e que por isso eles não estão capturando peixe, chamam então um benzedor que benze todo mundo junto, tira o azar de toda a gente..."

(Franklin Cascaes - 1908/1983 - Artista, folclorista e pesquisador de cultura popular em entrevista a Raimundo C. Caruso em "Vida e Cultura Açoriana em Santa Catarina" - Edições da Cultura Catarinense - 1997)



  Ilda Martinha Vieira, a tia Ilda, do Pântano do Sul, é uma das últimas benzedeiras da Ilha de Santa Catarina. Aqui ela conta como benze as redes para garantir uma boa pesca, num depoimento a Andrea Ramos.

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