sábado, 28 de março de 2020

O NAUFRÁGIO DA "CHATA" NO PÂNTANO DO SUL



Comandante Zenaide, pescadora e quituteira do Pedacinho do Céu Restaurante, e Seo Vadinho, pescador e dono do Bar e Restauraste do Vadinho, do Pântano do Sul, falam sobre o navio que naufragou na praia nos anos 50 do século passado.

O NAUFRÁGIO DO NAVIO GUARARÁ


Navio Guarará, pertencente a Companhia Internacional de Transportes; 482 toneladas de registro; tripulação de 23 pessoas. Esses dados foram retirados do jornal "O Dia" (Curitiba, 9 de outubro de 1940, p.3) que faz referência ao quase naufrágio ocorrido "nas alturas do Cabo de Santa Marta". Na edição do mesmo dia, contudo, no Rio de Janeiro, “O Jornal” (p.6) trás mais informações sobre o ocorrido sob o título “O navio Guarará arribou o Porto de Florianópolis”. De acordo com a edição, a avaria sofrida pela embarcação foi “extrema gravidade”, que com a inundação dos porões correu risco de soçobrar [algo que viria a acontecer 14 anos depois, conforme será relatado a seguir]. 

Sobre o naufrágio, o “Jornal do Brasil” (Rio de Janeiro) na edição de 16 de junho de 1954 (p.11), sob o título “Naufragou à altura do Farol dos Náufragos, em Florianópolis”, traz uma série de informações sobre a embarcação e o infeliz ocorrido. O navio carvoeiro Guarará, “conduzia um carregamento de carvão de Imbituba para o Rio de Janeiro. De acordo com a mesma edição, o navio deslocava 650 toneladas e segundo tripulantes “somente quando o navio singrava as águas fronteiras ao porto de Florianópolis que se notaram o rompimento dos porões”. As medidas do comandante de mudar de rota para que o navio pudesse chegar a capital catarinense não surtiu o resultado esperado, tendo a embarcação afundado à passagem do “Farol do Náufragos” (Farol dos Naufragados). Todos os tripulantes foram salvos.

Na edição do jornal "Correio da Manhã" de 18 de dezembro de 1958 (p.16), traz a informação de que o Tribunal Marítimo indeferiu o pedido de arquivamento do processo de encalhe e naufrágio do Navio Guarará, formulado pelo Procurador Gilberto de Barros, dando ordem "a volta dos autos a Procuradoria, para que represente contra a armadora (...) [já citada anteriormente] e o comandante Antônio Coelho Neto, pelos fundamentos que serão aduzidos nos autos pelo relator Braz da Silva". Espero ter contribuído. Melhores cumprimentos, 

(Ticiano Alves é especialista em Arqueologia Subaquática pelo Instituto Politécnico de Tomar/Portugal e doutorando em Arqueologia (ramo naval) pela Universidade de Coimbra.)

* Texto publicado originalmente pelo INSTITUTO LARUS  em 30 de Outubro de 2016.

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