Equipe do Instituto Australis encontra baleia rara na praia da Guarda do Embaú – Foto: Instituto Australis/Divulgação/ND
Baleia rara é encontrada morta na praia da Guarda do Embaú, em Palhoça
Fêmea adulta de 6,2 metros foi recolhida nesta quinta-feira; é o primeiro registro da espécie Ziphius cavirostris no Estado
Uma baleia rara foi encontrada encalhada na praia da Guarda do Embaú, no município de Palhoça, na manhã desta quinta-feira (13). A carcaça era de uma fêmea adulta de baleia-bicuda-de-cuvier (espécie Ziphius cavirostris), com 6,2 metros de comprimento.
De acordo com o Instituto, esse é o primeiro registro do espécime raro, de hábito oceânico, em Santa Catarina.
Apesar de ser chamado de baleia, o animal faz parte do grupo dos golfinhos, que possuem dentes. Outra característica que o difere muito das outras espécies é que os machos adultos possuem apenas um único par de dentes que se projetam para frente e para fora da boca, na ponta da mandíbula inferior.
Necropsia
O animal foi encontrado durante o monitoramento de praias pela equipe do Instituto Australis, que acionou outras equipes do PMP-BS (Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos) para realização da necropsia. Após o exame, o esqueleto deve ser recolhido e preparado para exposição na sede do Instituto, e a carcaça enterrada na praia.
Entretanto, como a maré está alta, ainda não foi possível retirá-la da água. As equipes aguardam a confirmação da disponibilidade de uma máquina para remoção do animal. Caso isso não seja possível, a necropsia deve ser feita no local.
Fêmea de baleia-bicuda-de-cuvier (espécie Ziphius cavirostris), com 6,2 metros de comprimento foi encontrada na Guarda do Embaú – Foto: Instituto Australis/Divulgação/ND
Não há data estimada para o resultado do exame, o qual determina a causa da morte do animal. “Vai depender do estado em que ele estiver e se poderá ou não ser removido da praia. Se estiver mais fresco, podemos fazer um exame mais aprofundado”, explica Karina Groch, diretora de pesquisa do Instituto Australis.
Participam da ação o Instituto Australis, a Associação R3 Animal e o Laboratório de Zoologia da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), instituições executoras do PMP-BS.
O projeto é desenvolvido como condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
O objetivo é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos. As atividades são realizadas desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, divididas em 15 trechos. O Instituto Australis monitora o Trecho 2 compreendido entre Imbituba e Governador Celso Ramos.
Achou um animal?
Se você encontrar um animal morto na praia, evite se aproximar dele pois pode haver risco de contaminação biológica. Informe o local do encalhe e outros dados úteis pelo telefone 0800 642 3341.
Em caso de animais vivos, informe o local pelo 0800 642 3341. Tire algumas fotos, pois isso ajuda a identificar a espécie e documentar o caso. Evite respirar o ar expirado pelos animais; não tente devolvê-lo para a água e não se aproxime da cauda em caso de baleia e golfinhos. São animais grandes em situação de debilidade física, que podem se tornar ariscos e causar ferimentos.
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