Imagem viralizou nas redes sociais, mas órgãos ambientais não confirmam manchas em Florianópolis – Foto: Divulgação/ND
Manchas de óleo em praia de Florianópolis são um mistério para órgãos ambientais
Notícia viralizou nas redes sociais, mas denúncia não foi confirmada por nenhum órgão de fiscalização; autoridades monitoram situação
Da ANDRÉA DA LUZ
O suposto aparecimento de manchas de óleo na praia de Jurerê Internacional, no norte da Ilha de Santa Catarina, é um mistério para os órgãos ambientais.
A notícia veio à tona depois que uma moradora de Biguaçu, na Grande Florianópolis, disse ter encontrado duas porções do material na areia da praia nessa quinta-feira (22).
Franciele Santana alega que passeava com a família em Jurerê Internacional, quando encontraram o material e fotografaram. No entanto, em vez de comunicar algum órgão, eles teriam recolhido e descartado as massas de óleo no lixo.
Relação com óleo do Nordeste
Apesar de ter viralizado nas redes sociais, a possibilidade de se tratar de resquícios do derramamento de petróleo ocorrido no litoral nordestino é muito remota.
De acordo com o oceanógrafo da Epagri Carlos Eduardo Salles de Araújo, ainda que fosse carregado pelas correntes marítimas, o material levaria pelo menos dois meses para chegar à costa catarinense.
Araújo também informou que a Epagri não tem equipamento de controle de imagens em tempo real para poder monitorar o litoral.
Além disso, não há registros da ocorrência das manchas na costa do país abaixo do Espírito Santo, por onde a massa poderia ter passado antes de chegar à região Sul.
O estado mais próximo à Ilha de Santa Catarina atingido pelo problema ambiental foi o Espírito Santo, onde as manchas foram registradas pela primeira vez em 7 de novembro. Ao todo, dez estados e mais de 409 localidades já foram afetados.
O que dizem os órgãos ambientais
IBAMA – Por meio de assessoria de imprensa, o Ibama informou que, até o momento, o setor de emergências ambientais não recebeu nenhum comunicado sobre ocorrências com óleo em Santa Catarina.
O órgão federal atua no monitoramento e na gestão da emergência ambiental relacionada ao óleo que atingiu as praias do Nordeste.
Conforme informações do Ibama, as manchas se concentram sob a superfície da água, o que impede a visualização por satélite, sobrevoo e monitoramento com sensores para detecção de óleo. Desta forma, o monitoramento é feito por agentes de campo em inspeções regulares nas praias e estuários.
IMA – O setor de fiscalização do IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina) pediu apoio à Polícia Militar Ambiental para realizar uma vistoria. As equipes farão uma varredura com drone nesta sexta-feira (22) e com embarcações no sábado (23).
FLORAM – Com a repercussão do caso, a Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis) enviou uma equipe ao local, na tarde desta sexta-feira. Após percorrer a praia de ponta a ponta, desde Canajurê até o outro extremo, nada foi encontrado, nem na areia nem na água.
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Tragédia ambiental
Os primeiros registros de manchas de óleo encontradas no litoral brasileiro foram em 30 de agosto, nas cidades de Conde e Pitimbu, na Paraíba.
De acordo com as investigações da Marinha, o vazamento foi causado por um navio-tanque que transportava grande quantidade de óleo para fora da costa brasileira.
Cerca de 10 toneladas de manchas de óleo foram retiradas da Praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, em 20 de outubro – Foto: Léo Domingos/Fotos Públicas
Segundo o Ibama, os resíduos não podem ser colocados em lixo comum. O armazenamento pode ser feito em big bags, sacos plásticos específicos para resíduos oleosos, tambores metálicos, containers, ou outros recipientes que evitem vazamento ou provoquem reação, e que possam ser removidos sem o rompimento da embalagem.
O contato com o petróleo cru é especialmente danoso para plantas e animais e, no ser humano, pode causar irritação na pele e nos olhos. Antes de mergulhar em alguma praia afetada, a recomendação é consultar os registros de balneabilidade nas prefeituras ou órgãos ambientais locais.
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