Tartaruga ferida pelo petróleo encontrada no litoral maranhense.
Desde o começo do mês de setembro, manchas de petróleo se tornaram visíveis em praias do litoral do Nordeste. Até a tarde desta quinta-feira, 26, foram identificadas manchas em pelo menos 105 locais de 46 municípios diferentes da região, pertencentes a oito Estados: Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. Em nota oficial, o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) afirmou que a origem do vazamento de petróleo ainda não foi identificada, mas que uma análise feita pela Petrobras confirmou que o produto não é brasileiro. Já a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) de Pernambuco, um dos Estados onde as manchas apareceram primeiro, afirmou no dia 13 de setembro que o material "foi descartado há mais de um mês em águas oceânicas por um navio ainda não identificado".
As primeiras manchas foram registradas nas praias de Paraíba e Pernambuco, mas só o segundo trouxe informações acerca da origem do petróleo. Na mesma nota em que mencionou o descarte do navio, a Semas ressalta que o material visto no litoral pernambucano não tem relação com o vazamento da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, ocorrido no fim de agosto. A refinaria fica localizada no município de Ipojuca, no sul de Pernambuco.
Entre os oito Estados afetados, o que apresenta a maior quantidade de manchas é o Rio Grande do Norte, com 43, mais que o dobro de Paraíba e Pernambuco, que têm 16. De acordo com os analistas da equipe de monitoramento do IBAMA, o Rio Grande do Norte já apresenta situação "estável" apesar da grande quantidade. Alagoas e Maranhão, com 10 manchas, Ceará, com seis, Sergipe, com quatro, e Piauí, com apenas uma, aparecem na sequência da lista de Estados afetados. A Bahia é o único Estado do Nordeste que não registrou manchas de petróleo no litoral.
Um mês após o aparecimento de manchas de óleo em 39 praias de sete estados do Nordeste, que prejudicou pescadores e afastou turistas, o material derivado do petróleo atingiu Sergipe na manhã de quarta-feira 25/09/2019.
Apesar dos números, o Maranhão, no momento, necessita mais atenção do instituto nesse momento. Isso porque o órgão detectou novos vestígios de óleo chegando no estado mais ao norte da região, enquanto as outras situações estão mais controladas. Por essa razão, "o grupo de comando [do IBAMA] foi transferido de lá [Rio Grande do Norte] para o Maranhão. Mas o IBAMA também continuará acompanhando as ações de limpeza no litoral potiguar".
A investigação feita pelo IBAMA em conjunto com o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal também constatou que o petróleo que está poluindo todos os locais é o mesmo. O órgão federal diz estar coordenando ações de limpeza em todos os locais afetados em parceria com a Petrobras, que disponibilizou um contingente de cem pessoas. A empresa também divulgou nota reforçando que "o material encontrado não é produzido e nem comercializado pela companhia. No entanto, desde a última quinta-feira, estamos contribuindo com a limpeza das praias que apresentaram manchas de óleo".
O levantamento do instituto apontou sete animais mortos desde o início da contaminação, sendo seis tartarugas marinhas e uma ave. "Até o momento, não há evidências de contaminação de peixes e crustáceos", reforçou a nota do IBAMA. Porém, o órgão deixa claro que a avaliação dos animais capturados para consumo nas áreas afetadas é competência da vigilância sanitária local, além de pedir para que banhistas e pescadores não tenham contato com o petróleo. "Caso seja identificado produto no mar ou nas praias, o cidadão deve informar o local à prefeitura. O óleo recolhido deve ser destinado adequadamente". Ainda há o alerta do órgão para que sejam acionados autoridades ambientais se forem encontrados animais com óleo, uma vez que eles não devem ser lavados e nem devolvidos ao mar antes de avaliação do veterinário.
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