Pescadores ocupam sede do Ibama contra negligência do governo com óleos nas praias
As manchas de óleo nas praias do nordeste, ainda sem origem determinada, avançam dia após dia causando cada vez mais danos, não só para o meio ambiente, mas para toda a população. Impossibilitados de trabalhar, pescadores e marisqueiros ocuparam nesta terça-feira (22) a sede do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) exigindo respostas sobre as manchas de óleo.
Somente em Salvador foram retiradas já 22 toneladas de óleo, porém as manchas continuam aparecendo e até mesmo barris foram encontrados na orla da praia. Bahia e Sergipe decretaram situação de emergência com os vazamentos.
Em termos ambientais, a situação se agrava a cada dia causando danos profundos ao meio ambiente e animais marinhos. No Ceará, mais de 20 tartarugas foram encontradas mortas e muitos vídeos circulam na internet mostrando pessoas tentando limpar tartarugas vivas da grosseira camada de óleo que recobre seus corpos. Não são somente tartarugas que vem sendo encontradas nessas situações: em outras regiões, são mais tartarugas, golfinhos, peixes encontrados cobertos de óleo.
Os trabalhadores manifestam-se contra a negligência do Estado para conter o óleo que avança, destruindo uma das fundamentais fontes de rendas dessas famílias, desde 30 de agosto. Segundo o Ministério da Agricultura, cerca de 144 mil famílias que vivem da pesca estão expostas aos danos do óleo nas praias.
Os trabalhadores vem sendo orientados à não pescar ou caçar mariscos nas praias que estão sendo atingidas pelo óleo. Junto aos trabalhadores, outras organizações compuseram o manifesto escrito, incluindo comunidades científicas que se veem sem respostas em relação ao que está ocorrendo.
O vazamento de óleo nas praias do Nordeste é um crime ambiental sem precedentes, expondo que a cobiça dos capitalistas por todos os recursos naturais não tem limites.
Junto as queimadas na Amazônia, cuja fumaça anoiteceu cidades por todo país, a destruição avassaladora do meio ambiente está à serviço da expansão do agronegócio e da especulação do recursos para garantir o lucro dos capitalistas. Seja pelos latifundiários de Bolsonaro e Trump vendendo soja para os chineses, seja pelos países imperialista da União Europeia que miram na Amazônia para satisfazer o lucro das gigantes indústrias do ramo de cosméticos e farmacêuticas.
O agronegócio que foi largamente favorecido nos anos de governo do PT e seu processo de reprimarização da economia, assim como a mineração, que foi responsável pelos crimes de Brumadinho e Mariana cometidos pela Vale.
Não podemos permitir que usem todos os recursos naturais e humanos para garantir que a crise capitalista não seja paga por quem a criou. É necessário que a classe trabalhadora dê uma resposta às condições que estão colocadas e enterre esse sistema irracional que destrói o meio ambiente e toda a vida no planeta em nome do lucro dos capitalistas.
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