Foto Patrick Rodrigues / Agencia RBS
Conheça Pitoco, o vira-lata aprendiz de pescador em Balneário Camboriú
O cachorro foi abandonado na praia do Estaleirinho no começo da safra da tainha e acabou aprendendo a rotina dos homens do mar
por Larissa Guerra
larissa.guerra@santa.com.br
A cena toda não dura mais do que alguns segundos. Do ranchinho, oito, 10 pescadores saem correndo em direção ao barco aos gritos de "vamos, vamos, vamos!". A quase 200 metros dali, perto do costão, Pitoco caminha com dois homens quando percebe a movimentação. E não hesita: dispara em direção ao barco, com pressa para se juntar ao grupo e acompanhá-los na captura de mais um cardume de tainhas.
Pequeno, com pelos amarelados e brancos na altura do peito, o vira-lata caiu nas graças dos pescadores da Praia do Estaleirinho, em Balneário Camboriú. Foi abandonado na praia no começo da safra, há cerca de um mês, como tantos outros cães infelizmente são — os homens contam que é comum encontrar animais perdidos por ali durante a baixa temporada. Batizado de Pitoco por conta do rabo pequeno, acabou chamando a atenção do pessoal pela esperteza e rapidez com que aprende as rotinas dos homens do mar.
— Ele é muito inteligente. Anda pela praia toda, mas fica bem ligado. Se vê a gente indo pro barco, ele corre pra ir junto. Quando ele não consegue embarcar, fica chorando na beira da água, indignado — conta um deles.
— O Pitoco não tem pulga: toma banho de mar todo dia de manhã, aí elas não se criam. Até as necessidades ele não faz na praia. Ele some e vai lá para o mato fazer o que precisa e volta depois para cá — diz outro.
Numa manhã gelada de outono, o grupo estava impressionado com mais uma habilidade do cão: ajudar a jogar carcaças de tainha fora. Estavam preparando o almoço e, depois de limpar os peixes, abriram um buraco, jogaram os restos e começaram a enterrar. Prontamente, Pitoco aderiu à tarefa, enterrando tudo com o focinho.
— Só falta ele ler e escrever! Um cachorro que nem esse vale mais de R$ 1 milhão — conclui, entre risadas, um pescador mais velho.
(Do O SOL DIÁRIO - www.clicrbs.com.br)
Um comentário:
Muito mais de 1 milhão, sem dúvida.
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