sexta-feira, 5 de abril de 2019

MAR DE BALEIAS


Grupo de 40 baleias cachalote é flagrado em registro raríssimo no litoral de São Paulo 


Uma imagem linda e surpreendente foi gravada pela equipe da Socioambiental Consultoria, durante o trabalho de monitoramento de baleias e golfinhos na Bacia de Santos.

Do alto de um avião, a equipe se deparou com um grupo de aproximadamente 40 baleias cachalote.

“Em termos de registro, é raro. Estamos, justamente, estudando o comportamento delas, já que estão geralmente concentradas no talude (região de declive) da plataforma continental (porção mais rasa, de até 200 metros de profundidade), mais na região sul”, explicou o biólogo José Olímpio da Silva Junior, da Socioambiental, em entrevista ao portal de notícias G1.

O flagrante foi feito a mais de 300 km da costa. Elas estavam se deslocando na superfície, próximas à extremidade da Bacia de Santos, onde a profundidade passa dos 2 mil metros.

Gigante dos mares

A cachalote (Physeter macrocephalus) é o maior mamífero com dentes do planeta. O macho pode alcançar até 20 metros de comprimento e pesar 45 toneladas.

Entre suas principais características está a enorme cabeça, que representa até 35% de seu corpo. O cérebro da cachalote é o maior em tamanho de um ser vivo.

As cachalotes são animais extremamente sociáveis. Quando a fêmea tem seu filhote, os demais membros do grupo ficam por perto, para protegê-la.

A espécie se alimenta de polvos, lulas e peixes encontrados em regiões muito profundas dos oceanos. Por ter sofrido com a caça durante muitos séculos, as cachalotes são classificadas como “vulneráveis à extinção” pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).

As cachalotes podem viver mais de 70 anos

Monitoramento das espécies

O Projeto de Monitoramento de Cetáceos na Bacia de Santos (PMC-BS) é uma exigência ambiental definida pelo IBAMA para que a Petrobras possa explorar a região para a produção de petróleo e gás natural.

Em geral, os pesquisadores passam cinco horas no ar, por dia, durante uma semana. “Realizamos a campanha de sobrevôo percorrendo linhas perpendiculares ao comprimento da bacia. Vasculhamos toda ela, vamos de baixo para cima, começando por Florianópolis (SC) e terminando em Cabo Frio (RJ)”, explica Fernando Roberto, coordenador da Campanha de Avistagem Aérea.

Os pesquisadores da Socioambiental fazem registros fotográficos e recolhem dados, como abundância e época de ocorrência da população de golfinhos e baleias.

Também faz parte do programa o acompanhamento mais próximo, em barcos, quando são coletadas biópsias (pequenos pedaços de pele e gordura) para análises genéticas e de contaminantes/biomarcadores e imagens para identificação dos animais e de possíveis doenças e lesões na pele.

Fotos: reprodução Facebook Socioambiental Consultoria (abertura) e
Inf-Lite Teacher/Creative Commons/Flickr (meio do texto)



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