SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, A MENINA DO MAR
Por Lilian Jacoto*
Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu na cidade do Porto (Portugal), em 1919. Sua obra fecunda o imaginário de poetas e libertários. Particularmente o mar foi sua grande inspiração, ao lado de todas as coisas visíveis que ela enumerava e fazia caber, tanto em poemas como nos textos em prosa e teatro que escreveu.
Sophia, como poeta, nos ensina a olhar para as coisas do mundo como crianças curiosas, recém-acordadas para a vida que pulsa ao redor. Ávida de beleza e harmonia, reivindica um mundo de justiça e dignidade para homens e Natureza. Por isso, além de poeta, defendeu a liberdade dos que se opunham à opressão da Ditadura, dentro e fora de seu país.
Em A Menina do Mar, a escritora projeta sobre as crianças de todas as idades o desejo de mergulhar definitivamente no Azul, de unir a terra e a água numa mesma pátria de alegria e fluidez. Ali, gaivotas e seres marinhos articulam o mágico encontro de um menino com a praia que o fascina, numa história que ensina o amor e a saudade como grandes afetos dos seres que veem, no mar, uma pátria sonhada.
Escritora premiada, Sophia é hoje uma das grandes vozes da poesia do século XX. No ano de sua morte, em 2004, a cidade de Lisboa inaugurou um lindo Oceanário e lhe rendeu homenagem nos versos afixados nas paredes.
*Lilian Jacoto é professora de Literatura Portuguesa da USP, onde coordena o NELLPE (Núcleo de Estudos de Literaturas de Língua Portuguesa e Ética)
**O texto acima é a nota bibliográfica do livro A Menina do Mar
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