O BARCO
O barco sangra o reflexo da nuvem
no adeus do dia
As águas estão imóveis
Mas um arrepio de pele
enruga o lençol do rio
velado pelo céu atônito
Meu olhar aguarda, tenso, o desfecho
como se os cardumes soubessem
que o mais leve movimento
poderá escurecer o mundo
Enquanto a tarde cai, inexoravelmente
E a noite é o sono futuro que sonhará a paisagem
Esta, que se revela
minutos antes
que o poema teste sua beleza
(Nei Duclós - Poema sobre foto de Irene Schmidt)
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