segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

MAR DE ILHAS


As algas podem ser vistas em vários pontos da ilha (Foto: Léo Veras/Nave)

Um fenômeno raro está sendo registrado em Fernando de Noronha. A ilha foi invadida por um “arquipélago de algas errantes”. A cena é incrível e inusitada, um verdadeiro tapete de algas marinhas tem sido visto em várias regiões de Noronha, como a Caieira. “A principio avistamos um aglomerado amarelo flutuante cercado de uma mancha semelhante ao azeite na água, exalando um odor almiscarado que deu para sentir em terra firme. Não pude me conter para ver do que se tratava, convoquei a tripulação da Nave (barco com fundo transparente) para uma expedição exploratória do fenômeno”, relatou o pesquisador Léo Veras.
Uma expedição da Nave investigou o fenômeno (Foto: Léo Veras/Nave)

A equipe contou com a participação do chefe de Fiscalização do Instituto Chico Mendes, Tadeu Oliveira, e o pesquisador especialista em tubarões, Ricardo Garla. “Na proximidade da mancha identificamos que se tratava de algas flutuantes, assemelhadas as que habitam o mar dos sargaços no Caribe. Como formava um bloco denso não foi possível adentrar com a Nave, foi necessário fazer um mergulho. A princípio senti medo, é sinistro. O mar fica tomado por uma sombra, é incrível. Junto com as algas registramos uma infinidade de vida selvagem, peixes de diversas espécies, muitos animais juvenis. É como um berçário flutuante no oceano”, contou Veras.

Léo Veras mergulhou nas algas (Foto: Ricardo Garla/Nave)

As algas atraem muitos peixes (Foto: Léo Veras/Nave)

O pesquisador constatou que a temperatura da água está mais quente que o normal. Em Noronha a água do mar varia entre 25 e 28 graus e esses dias está acima de 28,5 graus. “No local onde as algas estão aglomeradas é ainda mais quente. Encontramos também lixo de várias regiões do mundo como a China e a Bélgica. É, com certeza, um fenômeno temporário. Eu moro em Fernando de Noronha há 25 anos e nunca vi isso. Já questionei os moradores mais antigos e ninguém tem relato semelhante”, finalizou Léo Veras.
O pesquisador Ricardo Garla registrou (Foto: Léo Veras/Nave)

Vida marinha atraída pelas algas (Foto: Léo Veras/Nave)

Os peixes acompanham as algas (Foto: Léo Veras/Nave)

Lèo Veras mergulhou no mar de alga em Noronha (Foto: Ricardo Garla/Nave)

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