quinta-feira, 29 de novembro de 2018

ESCALANDO O BACALHAU


Anos 70, seca de bacalhau Gafanha da Nazaré Aveiro!

PRODUZINDO E PRESERVANDO

O dia começa cedo para este ostreicultor no bairro de Sambaqui, em Florianópolis (SC). A sensibilidade das ostras à alterações ambientais obriga seus criadores a manter os mares limpos.
FOTO DE MAURICIO SUSIN

Como as ostras produzidas em Santa Catarina podem ajudar a limpar os mares

Responsável por mais de 90% da ostreocultura brasileira, a ilha onde fica Florianópolis é um exemplo de aquicultura ecológica.

Por Mauricio Susin

Talvez mais que qualquer outro alimento, a ostra é capaz de produzir as mais variadas reações – de verdadeira adoração a profunda repulsa. O poeta francês León-Paul Fargue uma vez escreveu que “comer uma ostra é como beijar o mar nos lábios”. Pode-se imaginar, no entanto, que os primeiros humanos a comer ostras não tenham ficado tão entusiasmados quanto o poeta, pelo menos de início. Com uma casca dura como pedra, abrir uma ostra não é tarefa fácil, e, uma vez aberta, bem... a aparência mole e viscosa e a cor pálida não são das visões mais encorajadoras. Mas assim que esses humanos – certamente famintos – as provaram há milhares de anos, elas definitivamente entraram para o nosso cardápio.

No litoral brasileiro, indígenas já consumiam regularmente ostras e mariscos há milhares de anos. Sabemos disso através dos sambaquis, imensos depósitos de conchas feitos por esses grupos. Hoje, as ostras estão presentes na dieta humana em diversas partes do mundo e há uma demanda em crescimento. Sua produção faz parte da chamada Revolução Azul, que incentiva a produção de alimentos nos oceanos, em referência à Revolução Verde, quando novas tecnologias aumentaram a produção agrícola do mundo inteiro durante as décadas de 1950 e 1960. A aquicultura – criação de animais e plantas aquáticas – é, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a fonte de proteína animal que mais cresce no planeta.

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Quase todas as ostras consumidas no mundo provêm de fazendas marinhas que utilizam o ambiente natural do mar para o cultivo. No Brasil, mais de 90% da produção nacional vêm de Santa Catarina, principalmente das fazendas da ilha de Florianópolis. Apesar de existirem espécies de ostras nativas de excelente qualidade, a exótica Crassostrea giga — ou ostra-do-pacífico — tem o maior valor comercial e é a mais cultivada no país e no mundo.

O pesquisador Cláudio Blacher, do Laboratório de Moluscos Marinhos da Universidade Federal de Santa Catarina (LLM/UFSC), explica que a giga encontra nas enseadas da ilha um ambiente ideal ao cultivo: “Aqui a ostra leva de seis a oito meses para ficar pronta para o consumo. Na França, um dos maiores produtores e consumidores dessa espécie, esse tempo é de até três anos. Isso se deve às condições oceanográficas da ilha que apresenta temperaturas mais quentes, menor profundidade das águas e, ainda, abundância de nutrientes”.

Mas, para se chegar a esses resultados, as ostras tiveram que se adaptar às águas brasileiras. “A espécie é acostumada às águas mais geladas do Pacífico, de onde é originária, e aqui teve que passar por um processo de seleção genética para resistir aos meses de verão, com águas mais quentes que as do Pacífico. Nos primeiros anos morria a maioria das ostras e criamos um banco de reprodutores, com aquelas que conseguiam sobreviver aos verões”, afirma Blacher.

Com a ajuda de pesquisas e melhoramentos genéticos feitos em laboratório da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a popularização da ostreicultura teve grande impacto socioeconômico nas comunidades de pescadores da ilha de Santa Catarina. A prática – orgânica e extensiva – ainda é uma maneira sustentável de produzir alimentos no mar.
FOTO DE MAURICIO SUSIN


Dessa forma, o LMM aumentou a produção de sementes de ostras de 400 mil em 1997 para mais de 45 milhões hoje. Todos os anos, o laboratório distribui milhões de sementes aos ostreicultores da região, a cerca de R$ 35 reais por milhar.

Após receberem as sementes, os produtores passam, então, a armazená-las numa espécie de berçário por algumas semanas até que estejam prontas para irem em definitivo para as lanternas – estruturas verticais de tela com vários compartimentos. As lanternas ficam submersas e atadas a um sistema de espinhéis e boias, também chamado de long line. Em outro método, elas ficam presas a um sistema de madeira conhecido por mesa fixa. Quando são finalmente colhidas, geralmente por duas a quatro pessoas em pequenos barcos, as ostras passam por um processo de lavagem e resfriamento no gelo antes de serem inspecionadas e, finalmente, enviadas, ainda frescas, a clientes de todo o país, principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro. Via de regra, a iguaria é transportada por avião em caixas de isopor com gelo e precisam ser consumidas em até cinco dias.

“Vendemos em média 15 mil dúzias de ostras todos os meses para restaurantes”, diz o ostreicultor Vinicius Ramos, 40 anos, proprietário da fazenda Paraíso das Ostras, em Caieira, no extremo sul da ilha de Santa Catarina. Sem dúvida, a produção de ostras teve um grande impacto socioeconômico nas comunidades da ilha, como Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha, onde muitos prosperaram. “Nossa vida mudou bastante com a produção de ostras. Passei de empregado a empresário, e hoje conto com 15 colaboradores. A geração de empregos fortaleceu as comunidades”, disse Ramos.

O pesquisador Claudio Blacher trabalha no Laboratório de Moluscos Marinhos da Universidade Federal de Santa Catarina, no bairro de Barra da Lagoa, em Florianópolis (SC). Utilizando melhoramento genético, o laboratório conseguiu aumentar a produção de sementes de 400 mil em 1997 para mais de 45 milhões hoje.
FOTO DE MAURICIO SUSIN


O crescimento da ostreicultura, entretanto, está fortemente condicionado à sustentabilidade e preservação dos ambientes marinhos. Por se alimentarem através da filtragem da água do mar, principalmente do fitoplâncton, as ostras são extremamente sensíveis à qualidade da água e suscetíveis à poluição costeira. Embora limpem o mar, removendo elementos como o fósforo e o nitrogênio – poluidores quando em altas concentrações – as ostras também podem reter toxinas na carne, tornando-as impróprias para o consumo humano.

Fenômenos naturais também devem ser monitorados. Em setembro de 2018, a chegada de uma maré-vermelha aumentou a quantidade de algas na região. As algas elevaram a presença de uma toxina diarreica nas ostras e obrigou a secretaria de Agricultura e Pesca de Santa Catarina a proibir a venda da iguaria por alguns dias. Uma agência do governo tinha detectado a presença da toxina durante um dos testes quinzenais.

Por serem tão sensíveis, os ostreicultores se empenham na preservação do meio ambiente e não deixam de cobrar a fiscalização pelo governo. “Esse é o ponto mais crucial para nós, sem a manutenção da qualidade da água não há como manter nossa atividade. Os produtores sabem disso e a maioria tem bastante consciência ambiental”, acrescenta Vinicius. Como a produção é considerada orgânica por não usar aditivos químicos e ainda não ser intensiva, respeitando o ciclo natural da espécie, os impactos ambientais são minimizados, mas não inexistentes. Eles podem surgir do tipo de materiais utilizados no manejo e também do impacto paisagístico causado pelas boias e espinhéis.

Com uma população mundial em crescimento, a aquicultura é amplamente vista como uma importante solução para impulsionar a produção sustentável de alimentos, aliviar a pressão sobre os ecossistemas oceânicos e gerar oportunidades de negócios e empregos. A Revolução Azul vem mudando nosso entendimento da produção de alimentos e uso dos oceanos. O Brasil, de grande dimensão costeira, vem desenvolvendo suas potencialidades aquícolas. Nesse contexto, Florianópolis se insere como um modelo de ostreicultura para o resto do país.

Veja mais do trabalho de Mauricio Susin em seu site e no Instagram.


(Da https://www.nationalgeographicbrasil.com/)

NA PRAIA

"Respirei fundo e escutei o velho e orgulhoso som do meu coração. Eu sou, eu sou, eu sou."
(SYLVIA PLATH - durante férias - 1953)

NAVEGANTES...

Foto Andrea Ramos
Mesmo nesse fim de mar
qualquer ilha se encontrava,
mesmo sem mar e sem fim,
mesmo sem terra e sem mim.

Mesmo sem naus e sem rumos,
mesmo sem vagas e areias
há sempre um copo de mar
para um homem navegar.

( Fragmento de poema de Jorge de Lima - União dos Palmares /AL - 1893 - Rio de Janeiro -1953)

MAREGRAFIAS

Foto Geraldo Cunha
Praia de Moçambique

MORTE NO MAR

Tartaruga de couro recolhida nesta segunda-feira da praia de Nereidas, em Guaratuba. | Colaboração/Jornal de Guaratuba
Tartaruga de couro recolhida nesta segunda-feira da praia de Nereidas, em Guaratuba. Colaboração/Jornal de Guaratuba

Mais duas tartarugas gigantes mortas nas praias do PR: são 9 em 20 dias



Bióloga Camila Domit, do Centro de Estudos do Mar da UFPR, acredita que mortes podem estar relacionadas à ação humana

Mais duas tartarugas de couro - a maior espécie marinha - foram encontradas mortas no litoral do Paraná. Domingo (25), foi encontrada a carcaça na orla entre Matinhos e Pontal do Paraná. Na manhã desta segunda-feira (26), foi encontrada mais uma em Guaratuba. Em menos de 20 dias, nove tartarugas de couro, também conhecidas como tartarugas gigantes por chegarem a 2 m de comprimento e a terem 500 kg, foram encontradas mortas nas praias paranaenses. A mortalidade preocupa os biólogos, já que a espécie é a mais ameaçada de extinção no mundo: a cada mil filhotes que nascem, apenas um, em média, chega à vida adulta.
A tartaruga encontrada domingo estava em avançado estado de decomposição. De tão grande que ela era, foi necessário que uma retroescavadeira retirasse o réptil da praia. A desta segunda foi encontrada na praia de Nereidas, em Guaratuba, onde já havia sido encontrada outra tartaruga gigante semana passada, na quarta-feira (21). Esta tartaruga, encontrada na praia de Coroados, tinha 1,50 m de carapaça e também precisou ser retirada de retroescavadeira. Além desses, outros seis animais já haviam sido encontrados mortos na orla entre Matinhos e Pontal nos últimos 20 dias.

(Da https://www.gazetadopovo.com.br/)

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

OS CIGANOS DO MAR

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Tradicionalmente, o povo Bajau reside em pequenos barcos à vela, convivendo diariamente com as correntes e contando apenas com sua habilidade de pesca para sobreviver. É por isso que eles são chamados de “ciganos do mar”.

Hoje, muitos deles passaram a viver em terra, em pequenas ilhas, mas continuam a desenvolver o seu perfeito conhecimento dos oceanos, vendendo os peixes que apanham em pequena escala.

Mas a história dessa tribo singular ainda não foi totalmente distorcida. Vários deles ainda moram no meio do nada, em aldeias construídas sobre recifes de coral flutuantes.


Cultura

Os Bajau vivem no sudeste asiático, nas águas de países como Bornéu, Mianmar e Tailândia.

A tribo não sabe ler ou escrever. Na verdade, eles não sabem nem a sua idade. Apesar de conhecerem o conceito vagamente, o tempo não importa muito para eles: só o presente conta.

As mulheres dão à luz em cabanas sobre palafitas. A maioria dos Bajau nasce, vive e morre em suas terras aquáticas (que não são reconhecidas pelos países em que se encontram).

As crianças mais novas estão constantemente nos barcos, aprendendo a mergulhar ou nadar, e quando atingem a idade de cerca de 8 anos, passam a caçar e pescar.


Adaptações

Os Bajau são mergulhadores natos. Conforme mostrado pelo programa Human Planet (“Planeta Humano”) da BBC, os únicos “equipamentos” que esse povo usa são óculos de madeira feitos à mão e um arpão.

O pessoal da tribo está acostumado a ficar debaixo d’água até cinco minutos sem respirar. Porém, não mergulham se não estiverem relaxados – o que é essencial para não hiperventilar e afogar. Alguns Bajau morrem em consequência de problemas causados pelas imersões.

No entanto, suas práticas não devem mudar tão cedo. Eles passam tanto tempo no mar que muitos dizem ficar enjoados quando vão para terra firme. E não é à toa. Os seus corpos desenvolveram adaptações para essa vida aquática, como visão extremamente boa debaixo d’água – duas vezes melhor do que a nossa. Seus músculos dos olhos contraem mais as pupilas e mudam a forma do cristalino, aumentando a refracção de luz. Mas nem tudo são rosas – eles perdem na audição, uma vez que os mergulhos em profundidades de até 20 metros estouram seus tímpanos.

Outro grupo de pessoas, conhecido como Moken, também tem a capacidade de ver mais claramente debaixo d’água. Eles passam oito meses do ano em barcos ou palafitas e só retornam à terra quando precisam de itens essenciais.


Imagens

Réhahn Photography, um fotógrafo francês baseado no Vietname, passou alguns dias com esses ciganos do mar. As imagens desse povo vivendo em seu próprio paraíso na Terra passam uma alegria e serenidade inexplicáveis.







(Do  Hypescience)

DANDO NOME...

Foto Fernando Alexandre

MAR DE PESCADOR


Rastreamento de embarcações pesqueiras no Peru é disponibilizado ao público

Durante a quinta conferência anual Our Ocean (Nosso Oceano), em Bali, na Indonésia, o Peru disponibilizou dados nacionais de rastreamento de embarcações na plataforma Global Fishing Watch (GFW) (https://globalfishingwatch.org/). Agora, qualquer usuário pode visualizar, praticamente em tempo real, e gratuitamente, as embarcações peruanas de pesca comercial no GFW. O Peru é o segundo país, depois da Indonésia, a adotar transparência nos dados de rastreamento.

Pelo menos 1.300 embarcações de pesca industrial do Peru – a maioria não detectada anteriormente pelos dados do Sistema Automático de Identificação – estão agora visíveis. Considerando apenas esse país, isso representa um aumento de dez vezes no número de embarcações rastreáveis ​​publicamente via GFW, o que ajudará as iniciativas nacionais de monitoramento e controle, incluindo o combate à pesca Ilegal, não declarada e não regulada.

O Brasil possui cerca de 23.000 embarcações de pesca. O rastreamento das embarcações é obrigatório para 22% da frota nacional (cerca de 5.000 embarcações). Esse monitoramento é feito por meio do Programa de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (PREPS) e compreende toda a frota industrial e uma pequena parcela da frota artesanal. No entanto, apenas 1.500 estão no PREPS, 30% do esperado. Essas embarcações possuem equipamento rastreador que transmite regularmente sua localização para o PREPS por meio de satélites.

O PREPS foi criado para atender demandas de monitoramento, gestão e controle da pesca no país. Hoje, o programa é utilizado quase exclusivamente para fiscalização, renovação de autorizações de pesca, para o acesso a benefícios governamentais como a Subvenção Econômica ao Preço do Óleo Diesel e para a emissão de certificado de pesca legal, reportada e regulamentada exigida pela comunidade europeia.

“É um mecanismo que está em funcionamento, mas que deveria ser melhor utilizado no monitoramento, na gestão e no controle da pesca, cumprindo assim com a sua missão”, afirma o diretor geral da Oceana no Brasil, o oceanógrafo, Ademilson Zamboni.

Os dados do rastreamento da frota pesqueira brasileira não são disponibilizados ao público e tampouco utilizados em pesquisas aplicadas. Estão longe de serem disponibilizados, como o governo peruano fez com o Global Fishing Watch. São mantidos em sigilo pelo Governo.

“Falta transparência no processo. Esses dados são importantes e poderiam ser utilizados na gestão pesqueira de forma abrangente para viabilizar uma gestão mais eficiente dos recursos pesqueiros do Brasil. Compreender a dinâmica das frotas, dimensionar o uso do espaço marinho, aprimorar as avaliações de estoque e aperfeiçoar os sistemas de controle são alguns exemplos de como os dados do PREPS podem beneficiar o ordenamento da pesca no Brasil”, ressalta Zamboni.

O Global Fishing Watch é uma plataforma que capta e armazena dados do Sistema Automático de Identificação transmitidos em tempo real pelas embarcações, e sistematiza essas informações em um ambiente inclusivo e de livre acesso: https://globalfishingwatch.org/. O GFW pode integrar dados dos Sistemas de Rastreamento de Embarcações governamentais como o utilizado no Peru e até mesmo os dados do PREPS. O acréscimo desses dados ao GFW proporcionaria uma visão ainda mais clara da atividade pesqueira brasileira e global.

Os esforços peruanos vêm após a declaração formal do governo canadense apoiando o trabalho do GFW na reunião ministerial do G7, em Halifax, no início de outubro, e seu compromisso de incentivar o compartilhamento de dados, melhorar a ciência e investir até 11,6 milhões de dólares para combater a pesca Ilegal, não declarada e não regulada.

“A transparência é fundamental para uma boa gestão de nosso oceano em nível global – para combater a pesca ilegal, proteger os estoques pesqueiros e os meios de subsistência, e aumentar a segurança e o bem-estar dos pescadores”, afirmou Tony Long, CEO do Global Fishing Watch. “Estamos comprometidos a trazer 20 países para o nosso Programa de Transparência até 2022, com o objetivo de avançar na gestão responsável da pesca. Pedimos a outras nações que sigam o exemplo da Indonésia, do Peru e do Canadá”, conclui Long.

(Do https://brasil.oceana.org/)

AMANHECE NO CAMPECHE


Quando amanhece no Campeche é assim, num tem!

terça-feira, 27 de novembro de 2018

MALHEIRAS

Foto Fernando Alexandre 

OUTROS MUNDOS, OUTROS MARES

Estudantes do Estado de Sikkim (Índia) brincam durante o recreio em uma escola PARTHA PRATIM SAHAEL PAÍS

Atlas de países que ‘ainda’ não existem
Uma viagem por 50 territórios com fronteiras difusas 


Existem países que todo mundo conhece e outros de fronteiras difusas que você não encontrará nos folhetos das agências e nos guias de viagem. Como a Transnístria, um estado soviético entre o rio Dniester e a fronteira da República da Moldávia com a Ucrânia; Sealand, fundada em 1967 em alto mar a sete milhas náuticas a leste do Reino Unido em uma plataforma militar abandonada após a Segunda Guerra Mundial; o reino autônomo de Ogoniland, no delta do rio Níger, e o reino caribenho e literário de Redonda.


“Se você pegar uma carta de navegação do Atlântico e buscar as coordenadas 16º 56’ de latitude norte e 62º 21’ de longitude oeste encontrará uma ilha de três quilômetros quadrados, habitada por alcatrazes, lagartos e ratos. É a ilha do reino de Redonda, um enclave esquecido por Deus, próximo às ilhas antilhanas de Montserrat e Antígua e que possui o maior número de ilustres por metro quadrado do planeta”. O escritor espanhol Javier Marías foi coroado rei de Redonda em 1997 com o nome de Xavier I, após a abdicação do também escritor Jon Wynne-Tyson (João II), que inventou uma particular corte literária da qual fizeram parte Henry Miller, Lawrence Durrell e Dylan Thomas, ampliada mais tarde por Marías com os cineastas Francis Ford Coppola e Pedro Almodóvar, os escritores Arturo Pérez-Reverte e Eduardo Mendoza e o arquiteto Frank O. Gehry, entre outros. O lema de Redonda é Ride si Sapis (ria se sabe).



É de lugares como esse que trata o Atlas de Países que Não Existem(GeoPlaneta, 2016), do professor de Geografia da Universidade de Oxford e escritor Nick Middleton. O livro, “um compêndio de cinquenta Estados não reconhecidos e em grande medida despercebidos”, de acordo com Middleton, convida à reflexão sobre o conceito de país, um termo tão difuso como escorregadio. A lista (abaixo, os 50 lugares que aparecem no livro) pode ser polêmica: inclui, por exemplo, a Catalunha (Espanha) e a ilha chilena de Páscoa, mas não a Escócia (Reino Unido).


O “último continente”, onde, excepcionalmente, as disputas sobre a soberania territorial foram deixadas de lado. Possui uma população de 5.000 residentes temporais.

Penhascos de gelo na península Palmer, na Antártida EASTCOTT MOMATIUK GETTY IMAGES


Um arquipélago distribuído por vários oceanos – 29 possessões insulares e um território continental na Antártida – que provoca disputas territoriais com Bangladesh, Belize, Colômbia, Comores, França, Haiti, Índia, Jamaica, Kiribati, Madagascar, ilhas Marshall, Maurício, Nicarágua, Portugal, Seychelles e EUA.


Proclamado em 1992, incorpora todas as fronteiras entre outras nações, assim como territórios digitais e outros estados da existência, como o estado dos sonhos.

ÁFRICA
Declarou sua independência em 1991 com as fronteiras do antigo protetorado britânico da Somalilândia.

Ilha do oceano Índico, reclamada por Comores, que decidiu renunciar à independência da França em 1975.

República subsaariana durante menos de um ano.

Antigo protetorado português reconhecido como o 39º território africano descolonizado pela Organização para a Unidade Africana antes de ser anexado por Angola.

Reino autóctone no delta do Níger.

Antiga monarquia que quer ser reconhecida como novo estado africano.

Também conhecida como Saara Ocidental. Ex-colônia espanhola ocupada pelo Marrocos.

AMÉRICA
Em dezembro de 2007, uma delegação da tribo Sioux lakota viajou a Washington para rescindir unilateralmente todos os tratados assinados em 1868 com o Governo dos Estados Unidos e reivindicar seu território das Colinas Negras, no Estado de Dakota do Sul.

Escultura do rosto do chefe Lakota Cavalo Louco nas Colinas Negras de Dakota do Sul. REUTERS

O país da nação navajo, localizado em uma reserva dos EUA, com certo nível de autogoverno.
Comunidade indígena que nunca foi oficialmente governada pelo Canadá.

Região do Caribe, entre Honduras e Nicarágua, que tenta recuperar sua autonomia. Em 1687 chegou a ser um reino aliado da Grã-Bretanha.

O território dos índios mapuche no Chile.

ASIA

Conhecido também como Arabistão, Khuzistão. Região de língua árabe do Irã que quer recuperar sua autonomia.
Micronação de dois habitantes fundada em 1971 pelo marinheiro Eli Avivi em uma praia da costa norte de Israel, próxima à fronteira com o Líbano. Tolerada pelo Governo de Israel como uma curiosidade turística.

Declarou sua independência um dia após a da Índia e a do Paquistão, foi anulada um ano depois e declarada novamente em 1958. Desde 1970 é província do Paquistão, uma das mais turbulentas.

Conhecidas também como Ilhas Keeling. Arquipélago do oceano Índico, entre o Sri Lanka e a Austrália, governado pela família Clunies-Ross até 1984.

Nagalim (Nagaland) é hoje um Estado do nordeste da Índia, apesar de ter declarado sua independência um dia antes do que esta.

Reino budista independente anexado pela Índia em 1975.

Conhecida também como República da China. Província chinesa controlada por um governo independente desde 1949.
O Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, fugiu em 1959, após um levante fracassado contra as autoridades chinesas.

A República de Tuva, território fronteiriço com a Mongólia, solicitou em 1944 sua incorporação à União Soviética. Hoje busca sua independência da Rússia.

Arquipélago japonês de 160 ilhas, das quais somente 50 são habitadas, também conhecido como Okinawa. Até 1879 foi um reino independente em relação ao Japão.

Também conhecido como Ilhas Spratly. Foi declarado reino independente na década de 1870 por um capitão da Royal Navy cujos descendentes continuaram disputando a propriedade das ilhas com a China, Taiwan, Vietnã, Filipinas e Malásia.

Enclave de maioria muçulmana no sul das Filipinas.

Antiga colônia holandesa anexada pela Indonésia em 1963.


Conhecida também como Kalaallit Nunaat. Região autônoma da Dinamarca que busca a independência.

Conhecida também como Ellan Vannin, Mannin. Autônoma, dependente da Coroa Britânica, mas não faz parte do Reino Unido e da União Europeia.

Região histórica do Cáucaso conquistada pela Rússia.

Antigo bastião da Ordem dos Templários na baía de Funchal (Madeira, Portugal).

Comunidade autônoma da Dinamarca em um bairro de Copenhague.

A região nordeste da ilha se declarou independente após a invasão da Turquia.

Criado em 1816 ao redor de uma mina de zinco disputada pela Prússia, Países Baixos e a Bélgica. Rebatizada como Amikejo, se transformou em refúgio dos esperantistas antes de seu desaparecimento, após a Primeira Guerra Mundial, com a assinatura do Tratado de Versalhes.

Também conhecido como Forewick Holm. Estado das ilhas Shetland criado por um navegante inglês.

Enclave separatista da Geórgia, apoiado pela Rússia.

Comunidade autônoma da Espanha.

Principado que se declarou independente da Itália após convocar um referendo em 1995.

Região separatista da Moldávia, frequentemente considerada no Ocidente como um foco de delinquência e estalinismo.

República por um dia, em março de 1939.

É a menor ilha nação da Europa, uma plataforma de 550 metros quadrados que se ergue sobre dois pilares em águas internacionais, a sete milhas náuticas da costa inglesa, ao norte do estuário do Tâmisa. Construída nos anos trinta como escudo defensivo contra ataques da aviação e marinha alemãs, foi desalojada e abandonada à mercê dos elementos ao final da Segunda Guerra Mundial. Até 1967, quando o ex-soldado inglês Paddy Roy Bates ocupou o velho forte de concreto e aço e o transformou em sua residência familiar, rebatizando-o com o nome de Sealand.

Península do mar Negro que se declarou independente quatro vezes em um século.
A ilha de Páscoa, território oceânico anexado pelo Chile em 1888.

Habitantes da ilha chilena de Páscoa durante uma competição de canoas GETTY IMAGES

República libertária sobre um atol do Pacífico.
Micronação aborígene na Austrália.

República libertária insular que foi independente por um breve período em 1980.

Território do sul da Austrália que se tornou independente em 1970 como protesto pelas então recém-introduzidas cotas dos grãos.

O Império de Atlantium ocupa um território de 10 metros quadrados do subúrbio de Narwee, nos arredores da cidade australiana de Hurstville. Em 27 de novembro de 1981, os australianos George Francis Cruickshank, John Duggan Geoffrey e Duggan Marie Claire, descontentes com a política do Governo, declararam unilateralmente a independência, e Cruickshank foi coroado como imperador de Atlantium sob o nome de George II.

(Do https://brasil.elpais.com/brasil/)

OLHANDO, ESPERANDO...

Foto Fernando Alexandre


MAR DE PESCADOR?

Pesca industrial pode ter matado tartarugas gigantes no Paraná
(Foto: Reprodução/LEC)

Pesca industrial pode ter matado tartarugas gigantes no Paraná 

Sete tartarugas-de-couro, conhecidas como tartarugas gigantes, foram encontradas mortas nas últimas duas semanas no Litoral do Paraná. Somente ontem (22), três animais da espécie extremamente ameaçada de extinção foram encontradas encalhadas em praias do Estado. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) foi notificado e deve investigar as causas da ocorrência incomum na região. Maior espécie em todo mundo, a cada mil filhotes de tartaruga de couro que nascem, apenas um, em média, chega à vida adulta, medindo até 2 metros de comprimento e 500 quilos.

A bióloga Camila Domit, do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná, acredita os animais tenham sido atraídos para perto da costa paranaense por correntes marítimas mais quentes e se depararam com grandes embarcações de pesca.

"É um número elevado (sete ocorrências), principalmente por ser uma espécie ameaçada e porque aqui no nosso litoral isso não é tão frequente. É um evento que também já ocorreu no ano de 2016. Nossa hipótese é que a ocorrência de encalhes das tartarugas gigantes no nosso Estado tenha uma relação com as correntes mais quentes que chegaram nessas últimas semanas - temos visto muitas águas vivas no nosso litoral - essa espécie de tartaruga se alimenta principalmente de águas vivas e outros organismos gelatinosos marinhos. Então não quer dizer que elas não passavam na plataforma continental do Estado, mas passavam mais distantes da costa. Chegaram mais próximo, possivelmente encontraram as embarcações pesqueiras e acabaram morrendo, encalharam no nosso litoral", acredita. 

Órgãos ambientais de São Paulo e Santa Catarina também encontraram tartarugas mortas nessas últimas duas semanas de novembro. Além da tartaruga gigante, outra espécie também tem sofrido com o encontro com pescadores.

"Comunicamos o Ibama para que seja avaliado se há alguma pescaria irregular ou concentrada nessa região. Acreditamos que para capturar essa espécie sejam pescarias industriais que podem ser tanto arrastos de parelhas - que são arrastos feitos por duas embarcações para captura de camarão ou de peixe, como também capturando com embarcações com espinheis. Com certeza embarcações industriais porque esses animais tem 300 quilos. Não é uma embarcação pequena que vai capturar uma espécie como essa. Além da tartaruga-de-couro, nós tivemos uma ocorrência maior das tartarugas cabeçudas, que se alimentam principalmente de caranguejo, de camarão, mas que também mostram essa conexão com pescarias de grande porte", aponta. 

Essas embarcações de arrasto e pesca industrial devem ser registradas e ordenadas pela Secretaria Especial de Pesca, junta a ministério brasileiros, e acompanhadas pelo Ibama, Polícia Ambiental e Instituto Ambiental do Paraná. O registro da pesca é feito por associações e agremiações nacionais. Camila Domit explica que ainda falta integração entre órgãos ambientais e produtivos.

"As dificuldades e os distanciamentos entre os órgãos ambientais e os órgãos de ordenamento pesqueiro. Em geral, sim, essas pescarias estão legalizadas, entretanto existe uma dificuldade de diálogo. Temos que tomar muito cuidado para não ter uma interpretação de que a pesca é errada. Infelizmente quando não há um ordenamento do processo pesqueiro, você tem uma perde de recurso de pesca, de determinadas especies quando estão reproduzindo e também para impedir a captura dessas espécies que não são alvo e que são ameaçadas de extinção", lamenta. 


Cada tartaruga gigante leva 20 anos para crescer, em média. Os sete animais mortos encontrados no Paraná vão passar por necropsia. Em um dos animais, a equipe do Centro de Estudos do Mar já encontrou plástico no início do sistema digestivo, o que indica que o animal se alimentou de lixo no mar. As tartarugas gigantes foram encontradas na Praia de Coroados, em Guaratuba e ao longo da orla entre Matinhos e Pontal do Paraná.


Duas estavam em estado avançado de decomposição, o que dificulta o exame da causa da morte. Uma tartaruga de couro que costumava depositar ovos em Pontal do Paraná foi encontrada morta em 2015 após ficar presa em uma rede de pesca. O animal depositou ovos em Pontal por três anos seguidos.

(Do https://www.bemparana.com.br/)

MAR DE OLHARES



MAR DE BALEIAS

(Foto: Reprodução)

Surfistas que resgataram filhote de baleia em Laguna recebem prêmio ambiental

Por Lariane Cagnini

Responsáveis pelo resgate de um filhote de baleia-franca em outubro deste ano em Laguna, João Alberto Schimitz Filho e Philipe Oliveira Peixoto vão receber um prêmio ambiental. Os surfistas retiraram uma rede que impedia o animal de se movimentar, em uma ação que durou cerca de três horas. João Baiuka e Philipe Marreco, como são conhecidos, vão receber nesta quarta-feira o Prêmio Conservação Marinha AquaRio, no Rio de Janeiro.

A premiação está em sua primeira edição, e tem como objetivo identificar e reconhecer as iniciativas individuais para a conservação dos oceanos. Os surfistas também serão homenageados pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA) com a medalha Honra da Preservação da Vida, e pelo Museu do Surf Rico de Souza com diplomas de bravura. 

— O ato heroico dos surfistas catarinenses, envolto em alto risco às próprias vidas, demostrou coragem, determinação e amor pela vida marinha — disse David Szpilman, diretor-médico da SOBRASA.

(Do https://www.nsctotal.com.br/)

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

MAR DO ORLANDO AZEVEDO


Antonina - Paraná
sempre tão linda e mágica

O MENOR PAIS DO MUNDO!

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Antiga base militar, hoje é o menor país do mundo


Quem nunca sonhou em ter o próprio país? O britânico Paddy Roy Bates resolveu o problema e criou sua pátria, além de uma briga internacional. Se fundar a própria nação já não era o bastante, ele se autodeclarou rei e ainda deu títulos de nobreza a toda a família. Localizada a cerca de 10 quilômetros de distância da região de Suff Olk, na Inglaterra, a antiga plataforma militar fica no Oceano Atlântico e é considerada a menor nação do mundo.

Em 1966, o ex-combatente da 2ª Guerra Mundial decidiu fundar uma rádio pirata, mas o governo inglês passou a persegui-lo. Para fugir, Bates se mudou para uma antiga plataforma militar inglesa, porém foi desalojado. Contudo, o futuro rei de Sealand não desistiu e rumou para outra plataforma abandonada, mas desta vez em águas internacionais. O governo britânico tentou de novo expulsá-lo, mas neste caso a justiça do país deu ganho de causa a Bates.

Com a vitória nos tribunais, ele decidiu dar um passo maior e fundar seu próprio país dentro da base "Rough Towers", em 1966. Após quase um ano da criação do Estado, em 2 de setembro de 1967, Bates convidou todos os amigos para uma festa em sua nova nação e os surpreendeu ao se autoproclamar Rei de Sealand. Ele também deu títulos de nobreza a sua esposa e filhos. No mesmo dia, o novo rei também apresentou a bandeira e o brasão oficial do país com o lema "E mare, libertas" (do mar, a liberdade, em português). Porém, um país soberano necessita de uma moeda própria, Constituição, além de passaportes. Em 1975, ele resolveu estes problemas e apresentou aos habitantes suas novas leis, documentos e moedas.

Até meados de 1978, Sealand era desconhecida do grande público, porém um golpe político colocou o país no noticiário internacional. Durante uma "visita oficial" da Família Real à Inglaterra, piratas holandeses e alemães tomaram o poder da ilha e fizeram o príncipe Michael, filho do monarca, de refém. Após negociações internacionais com diplomatas europeus, o príncipe foi libertado e a plataforma voltou a ser governada por Bates.

TURISMO - A economia do país gira em torno do turismo e da venda de títulos de nobreza. Para arrecadar dinheiro, Sealand vende aos habitantes de outras nações títulos de nobreza como Lord, Cavaleiro, Conde e até endereços de e-mail do país. Outra fatia importante do PIB de US$ 600 mil de Sealand vem dos turistas que chegam de helicóptero para conhecerem o país que fica numa antiga base militar inglesa. Os voos partem do sudeste da Inglaterra e tem duração de aproximadamente 30 minutos.

SEALAND - Construída de aço e concreto, a antiga plataforma funcionou como uma base militar avançada da marinha inglesa durante a 2ª Guerra Mundial, porém foi abandonada após o fim do conflito. Entre as justificativas do governo britânico para o abandono do local está a dificuldade de acesso a construção. Até os dias atuais este problema persiste, pois devido as fortes correntezas que existem na região é quase impossível desembarcar na plataforma de barco ou navio. A única forma segura de chegar a Sealand é de helicóptero.

O país que possui apenas 550 m² e cerca de 30 habitantes não é reconhecido oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), porém em sua página oficial afirma que a Alemanha e o Reino Unido o reconhecem. A afirmação é feita embasada no fato de ambos os países terem enviado diplomatas para solucionarem a crise de 1978 e com isso, reconheceram Sealand como uma nação soberana. O atual monarca do país é Michel Bates, filho do Rei Paddy Bates que faleceu em 9 de outubro de 2012, aos 91 anos.

Principado de Sealand
Capital: Cidade de Sealand
Governo: Monarquia constitucional
Monarca: Michael Bates
Moeda: Dólar de Sealand (o valor é atrelado ao dólar norte-americano)
Fonte: http://jornalderoraima.com/