Foto Marinha do Brasil
Atlântico Sul, 19 de julho de 1943.
Como hoje, 72 anos depois, era um dia nublado em Santa Catarina. Às 7h21, o hidroavião americano PBM 5 Mariner decolou do navio de apoio U.S.S. Barnegat, que estava em Florianópolis. A patrulha seria numa área a 60 milhas da costa, onde um cargueiro americano tinha feito seu último contato por rádio no dia 16, antes de ser torpedeado e afundar.
A missão do piloto do hidroavião, o tenente-capitão Roy Seldon Whitcomb, era localizar e afundar o submarino alemão responsável. Por várias horas ele não viu nada, só nuvens e oceano. Às 15h30, surgiu um ponto no radar.
Às 15h55, Whitcomb avistou um submarino navegando na superfície e iniciou o ataque. Manobrou o avião na direção do inimigo e começou a descer. Tentou esconder o PBM 5 atrás das nuvens, mas foi avistado pelo oficial que fazia a vigia na ponte do Unterwasser-Schiff 513 (U-513).
A missão do capitão alemão Karl Friedrich Guggenberger, de 28 anos, era afundar qualquer navio aliado na rota entre Buenos Aires e o Rio de Janeiro. Desde 25 de junho, o U-513 havia atacado cinco cargueiros entre Santos e São Sebastião. Afundou três, dois americanos e um brasileiro, o Tutoya. Seriam suas últimas vítimas.
Logo que soou o alarme, Guggenberger correu à ponte, avistou o hidroavião se aproximando e soube que era tarde demais para submergir. Ordenou o contra-ataque. Cinco marinheiros começaram a disparar o canhão antiaéreo de 37 milímetros. Outros dois operavam o canhão de 20 milímetros. Enfrentando o fogo antiaéreo, o avião americano mergulhou na direção do inimigo.
Quando estava quase em cima do U-513, a 15 metros da água, Whitcomb jogou seis bombas de 225 quilos. Duas acertaram o casco em cheio. O impacto abriu um rombo na proa do U-513. Dez segundos se passaram. Quando a coluna d’água erguida pelas explosões baixou, o submarino tinha sumido. Afundou imediatamente.
Os 46 homens no interior não tiveram chance. Só os sete que estavam na ponte, e foram jogados ao mar, sobreviveram. Entre eles o capitão Guggenberger.
Dos quase mil U-boat, como eram conhecidos os submarinos alemães, construídos pela Marinha de Guerra nazista na Segunda Guerra Mundial, mais de 900 foram a pique, matando 40 mil tripulantes. Dez U-boat sumiram em águas brasileiras. Nenhum foi achado. O U-513 foi o primeiro.
Guggenberger era um herói de guerra. Foi condecorado pelo próprio ditador Adolf Hitler com a Cruz de Ferro por ter afundado, em 1941, o porta-aviões britânico Ark Royal. Em 1943, quando o U-513 afundou, Guggenberger e seis marinheiros subiram no bote salva-vidas lançado pelo avião americano que os atacou. Permaneceram à deriva por quase um dia, até serem resgatados pelo U.S.S. Barnegat. Guggenberger tinha fraturado quatro costelas e um cotovelo.
Ao ser interrogado, perguntou se o avião era inglês ou brasileiro. Ficou surpreso ao saber que era americano.
“Ele mostrou muita coragem nos atacando”, disse, segundo um relatório da Marinha americana. Guggenberger não sabia que os americanos patrulhavam a região. Por isso decidiu permanecer com o U-513 na superfície e abrir fogo contra o avião, assumindo que “era brasileiro e iria fugir”
Ponto Estratégico
Durante a 2ª Guerra Mundial, o Brasil tornou-se um ponto estratégico para a campanha das forças aliadas, pois servia de ponto de apoio para a Marinha americana no Atlântico Sul e fornecia provisões e insumos para a produção de material de guerra.
A Marinha Brasileira considera um resgate importante da história o feito da família Schürmann, que encontrou na semana passada o U-513, submarino afundado na costa catarinense durante a Segunda Guerra Mundial.
— As pesquisas que eles estão fazendo vão nos auxiliar a conhecermos mais sobre o assunto. A Marinha vê isso de forma positiva — declarou o comandante da Capitania dos Portos de Santa Catarina, Claudio da Costa Lisbôa.
Desde o início da expedição em alto mar, em 2009, os Schürmann têm autorização da Marinha para fazer a pesquisa. O comandante Lisbôa diz que eles poderão fazer imagens do U-513 com o Veículo Submarino Operado por Controle Remoto (ROV), a próxima etapa do projeto. Mas, por enquanto, não têm autorização para tirar nada lá de baixo.
Caso queiram mexer no submarino, tirando algum objeto, por exemplo, os Schürmann precisarão de uma autorização para exploração. Isso porque, após cinco anos do naufrágio, os veículos passam a ser da União.
(Com informações do DC, Revista Época, Univale e Instituto Kat Schürmann)
Ponto Estratégico
Durante a 2ª Guerra Mundial, o Brasil tornou-se um ponto estratégico para a campanha das forças aliadas, pois servia de ponto de apoio para a Marinha americana no Atlântico Sul e fornecia provisões e insumos para a produção de material de guerra.
O Brasil era conhecido como a Sentinela do Atlântico e aqui foram instaladas pelos norte-americanos diversas bases navais e aéreas.
O Alto Comando Alemão dos Submarinos preparou, em 1943, uma ofensiva no território brasileiro. Essa ofensiva trouxe mais de 20 submarinos alemães que afundaram 49 navios.
Pelo menos dez submarinos alemães afundaram na costa brasileira. Nenhum foi achado.
O primeiro foi o Lobo Solitário, do capitão Friedrich Fritz Guggenberger, condecorado por Adolf Hitler com a Cruz de Ferro por ter abatido um porta-aviões inglês e capturado pelos aliados justamente em SC.
Sessenta e oito anos depois o submarino alemão U-513, que naufragou em 19 de julho de 1943 foi localizado pela família Schürmann nas proximidades de São Francisco do Sul, no Litoral Norte de Santa Catrina.Foram dois anos de buscas a bordo do veleiro Aysso para encontrar o material, encalhado a mais de 70 metros de profundidade.
A Marinha Brasileira considera um resgate importante da história o feito da família Schürmann, que encontrou na semana passada o U-513, submarino afundado na costa catarinense durante a Segunda Guerra Mundial.
— As pesquisas que eles estão fazendo vão nos auxiliar a conhecermos mais sobre o assunto. A Marinha vê isso de forma positiva — declarou o comandante da Capitania dos Portos de Santa Catarina, Claudio da Costa Lisbôa.
Desde o início da expedição em alto mar, em 2009, os Schürmann têm autorização da Marinha para fazer a pesquisa. O comandante Lisbôa diz que eles poderão fazer imagens do U-513 com o Veículo Submarino Operado por Controle Remoto (ROV), a próxima etapa do projeto. Mas, por enquanto, não têm autorização para tirar nada lá de baixo.
Caso queiram mexer no submarino, tirando algum objeto, por exemplo, os Schürmann precisarão de uma autorização para exploração. Isso porque, após cinco anos do naufrágio, os veículos passam a ser da União.
(Com informações do DC, Revista Época, Univale e Instituto Kat Schürmann)
Um comentário:
História fantástica. parabéns por divulgar aqui!
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