Foto Olhando Decima |
Do crespo mar azul brancas gaivotas
Voam - de leite e neve o céu manchando,
E vão abrindo às regiões remotas
As asas, em silêncio, à tarde, e em bando.
Voam - de leite e neve o céu manchando,
E vão abrindo às regiões remotas
As asas, em silêncio, à tarde, e em bando.
Depois se perdem pelo espaço ignotas,
O ninho das estrelas procurando:
Cerras os cílios, com teu dedo notas
Que elas vêm outra vez o azul furando.
Uma na vaga buliçosa dorme,
Uma revoa em cima, outra mais baixo...
E ronca o abismo do oceano enorme...
Cai o sol, como já queimado facho...
Do lado oposto espia a noite informe...
Tu me perguntas se isto é belo?... e eu acho...
(Luis Delfino)
Um poeta quase inédito
O ninho das estrelas procurando:
Cerras os cílios, com teu dedo notas
Que elas vêm outra vez o azul furando.
Uma na vaga buliçosa dorme,
Uma revoa em cima, outra mais baixo...
E ronca o abismo do oceano enorme...
Cai o sol, como já queimado facho...
Do lado oposto espia a noite informe...
Tu me perguntas se isto é belo?... e eu acho...
(Luis Delfino)
Um poeta quase inédito
Luís Delfino dos Santos (Desterro, 25 de agosto de 1834 — Rio do Janeiro, 31 de janeiro de 1910) foi um médico, político e poeta brasileiro considerado um dos mais importante de Santa Catarina, ao lado de Cruz e Sousa. Morou em sua cidade natal até os dezesseis anos de idade, mudando-se em seguida para o Rio de Janeiro, onde se formou em medicina em 1857. Não publicou nenhum livro em vida, o que fez com que sua obra quase se perdesse no tempo. Sua poesia, de rima e métrica consideradas perfeitas, era publicada freqüentemente em jornais e revistas da sua época, o que o fez conhecido como poeta. Foi eleito pelos colegas escritores "Príncipe dos Poetas Brasileiros" em 1898. Foi chamado também de "Victor Hugo brasileiro". Sua obra é imensa - escreveu mais de cinco mil poemas - e foi publicada em quatorze livros por seu filho, Tomas Delfino dos Santos, entre 1926 e 1943.
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