Foto: australian geographic
A baleia- azul e seu trágico destino
Baleia azul, boa notícia
por João Lara Mesquita
por João Lara Mesquita
Especialistas da USP que entrevistei, antes e depois de minhas viagens para a Antártica, dizem que a baleia- azul caminhava célere para o desaparecimento. Com uma população extremamente reduzida, e um ciclo de reprodução bastante demorado, o mais provável seria a extinção do maior animal da Terra.
Alento para a baleia- azul
O novo estudo de pesquisadores australianos pode contribuir para salvar a espécie. Depois de analisarem o DNA de baleias- azuis ficou claro que existem três grupos distintos. Eles se juntam para se alimentarem na Antártica, durante os verões, mas são geneticamente distintos, o que significa que se reproduzem em locais diferentes, possivelmente até em oceanos diferentes.
Se pudermos descobrir para onde vão, e que os riscos que enfrentam no caminho, estaremos um passo mais perto de ajudá-las a recuperar-se de sua quase aniquilação por baleeiros durante o século 20.
Foto: Nasa
Tarefa difícil
Compreender a ecologia das baleias- azuis antárticas não é tarefa fácil. Apesar de seus 30 metros de comprimento, e mais de 160 toneladas, acha-las nos mares, para realizar mais exames de DNA, é como procurar uma agulha no palheiro. Ainda assim, depois de encontra-las é preciso atirar um dardo que retira um pequeno pedaço do animal para ser analisado.
Antes dos estudos australianos a Comissão Baleeira Internacional patrocinou pesquisas com o DNA dos cetáceos. Essa é a base dos estudos australianos que descobriram os três grupos distintos. Suspeita-se que elas sigam caminhos distintos no inverno quando sobem em direção aos trópicos para se reproduzirem.
Presumivelmente elas se dirigem às três principais bacias oceânicas do hemisfério Sul:no Pacífico Sul, Atlântico Sul, e Índico.
Ilustração: minhasdicas.com.br
Baleia- azul e população atual
Os números do morticínio, durante o período de caça, sugeridos pelos australianos são ainda mais trágicos que os dos pesquisadores brasileiros. A pratica da caça teria reduzido sua população de 239.000 mil indivíduos para apenas 360. Como se estivessem montando um quebra-cabeças, os australianos dizem que é preciso conhecer as rotas de migração da baleia- azul com objetivo de minimizar os riscos. E eles são muitos. Vão do tráfego de navios, pesquisas sísmicas de petróleo e gás, que produzem ruídos que se espalham por centenas de quilômetros. E as baleias- azuis se comunicam através do som de modo que a poluição sonora pode prejudicar sua comunicação e, em casos extremos, tornar algumas áreas inabitáveis.
Nossas últimas descobertas, juntamente com o nosso trabalho anterior sobre a hibridação, conectividade e história da população de baleias azuis, fornece peças importantes do quebra-cabeça da espécie. Mas ainda estamos na ponta do iceberg em nossa compreensão do maior animal do mundo para, posteriormente, contribuir com a sua recuperação.
Baleia- azul, últimas notícias
Antes dessa, a última notícia sobre baleias- azuis a que este site teve acesso, dava conta da descoberta de um novo grupo, no Sri Lanka.
Fantástico, e raro, vídeo de uma baleia- azul com seu filhote.
http://marsemfim.com.br/baleia-azul-boa-noticia/
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