sexta-feira, 18 de maio de 2018

ATUM E OVAS DE TAINHA


União Europeia anuncia embargo ao pescado brasileiro

Por Dagmara Spautz

O impasse entre o Ministério da Agricultura e os países europeus em relação à exportação de frango respingou na pesca. A União Europeia avisou o governo brasileiro, na quarta-feira, a decisão de embargar o pescado nacional.

As exportações do setor pesqueiro já estavam suspensas desde janeiro, por decisão do Ministério de Agricultura brasileiro. Na época, a União Europeia havia emitido um relatório em que alertava o Brasil sobre a inadequação às regras impostas para o envio de pescado aos países que integram o acordo.
A decisão do Ministério foi uma tentativa de evitar o embargo unilateral. Agora, a avaliação de pessoas ligadas ao governo e ao setor pesqueiro é de que o novo embargo torna a possibilidade de voltar a exportar para a Europa ainda mais difícil.
A decisão atinge em cheio a pesca catarinense. Só no ano passado o Estado enviou o equivalente a US$ 2,49 milhões em produtos do setor pesqueiro aos países que fazem parte da União Europeia. Nossos principais produtos de exportação são o atum e as ovas de tainha, que têm na Europa seu principal mercado consumidor.

Inadequação

Três pontos apareceram no relatório da União Europeia, após auditoria feita no ano passado, como problemas no pescado brasileiro. Nas embarcações visitadas, algumas precisavam melhor o controle de temperatura e de maior cuidado com a qualidade da água dos barcos. Há pedido para verificar a regulamentação dos locais de desembarque. E, por fim, para melhorar o controle de metais pesados, como cádmio e estrôncio, no peixe que é exportado. Essa última questão foi considerada parcialmente corrigida desde 2012, quando foi feita a penúltima vistoria. Mas os europeus pedem que as indústrias realizem mais testes.

Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, seis empresas tiveram irregularidades identificadas pela auditoria — por isso o restante dos empresários se sentiu "punido" injustamente com a suspensão das exportações.

Uma parceria entre o Estado e o governo federal tentou criar uma autorização provisória para retomada das exportações, através de vistorias nos barcos de pesca e locais de desembarque. Apenas um barco catarinense teria passado pela inspeção, devido a um desentendimento sobre as regras de armazenagem do pescado entre o setor produtivo e a fiscalização.

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