Marie Tharp - mapear o fundo do oceano é "papo de garota"
Marie Tharp (1920-2006) nasceu no Michigan (EUA) em 1920, durante sua infância acompanhou seu pai topógrafo em viagens para coleta de amostras de solo em seu trabalho, esse contato despertou em Marie o interesse pela geologia e mais futuramente pela cartografia. Marie entrou no programa de mestrado em geologia na Universidade de Michigan e em 1948 tornou-se assistente de Bruce Heezen.
Tharp ficava no laboratório catalogando as amostras que Bruce coletava em campo, pois naquela época mulheres eram proibidas de realizarem esse tipo de trabalho, apesar de serem cientistas os homens acreditavam que mulheres traziam má sorte no campo. Durante os 5 anos em que Bruce Heezen ficou em campo, Marie calculou e transformou os dados recebidos em desenhos, demarcando as fissuras e cicatrizes presentes no fundo do oceano, com isso, ela descobriu que diferente das teorias vigentes na época que diziam que o fundo oceânico era uma superfície lisa e intacta, na verdade, possuía uma geologia complexa, com vales, montanhas e cicatrizes em toda sua superfície.
Esse estudo comprovava a teoria da Pangeia que era vista com desconfiança pela comunidade cientifica na época, o próprio Bruce Heezen recusou a interpretação de Marie Tharp e o chamou de “papo de garota”. Enquanto os cientistas brigavam pelas teorias, Marie deixou os estudos falarem por si só, quando apresentou o trabalho em 1957 causou tamanho alvoroço que Jaques Costeau, famoso oceanógrafo, preparou uma expedição ao fundo do mar para contrariar seus estudos, ele usou um submarino para coletar amostras e elas só serviram para confirmar que a teoria de Marie Tharp e as coletas de Bruce Heezen estavam certas.
Durante os anos 60 a teoria das placas tectônicas passou a ser aceita, mas sem antes ser reformulada por outros cientistas. Marie Tharp teve seu trabalho tardiamente reconhecido, em 1997 ganhou uma honraria da biblioteca de pesquisa do Congresso dos EUA e foi nomeada entre os 4 maiores cartógrafos do século 20. A universidade de Columbia onde Marie realizou seus trabalhos concede uma bolsa de estudos para mulheres cientistas que leva o seu nome, “The Marie Tharp Fellowship”.
Marie Tharp faleceu em 2006, três anos depois, em 2009, o Google Earth incorporou seu mapa em uma ferramenta que permite as pessoas buscarem o fundo oceânico.
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