sábado, 2 de dezembro de 2017

PRAIA PRÓPRIA PARA BANHO?


A balneabilidade e os critérios que definem uma praia própria para banho 


As bandeiras encontradas pelo litoral são indicadores de balneabilidade. Saiba como são feitas as avaliações de praias próprias ou impróprias para banho

No Brasil e no mundo, os banhistas contam com um grande aliado na hora de escolher em que praias se banhar: os indicadores de balneabilidade. Normalmente promovidos por órgãos governamentais, estes testes visam classificar a qualidade das águas de uma determinada praia.

O próprio conceito de balneabilidade é este, a capacidade que um local tem de possibilitar o banho e atividades esportivas em suas águas. De forma mais simples, a avaliação de balneabilidade representa a qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário. É desta ideia que surgem as famosas bandeiras verdes e vermelhas, que identificam as praias como próprias para banho, ou não.

No Brasil, estas avaliações são regularizadas por uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, implantada em 2001. Após a análise laboratorial, as praias podem receber quatro classificações diferentes – excelente, muito boa, satisfatória ou imprópria. De forma simplificada, chega-se às duas categorias mais conhecidas: própria e imprópria.

Fatores e critérios de balneabilidade

Uma série de fatores influem na balneabilidade de uma praia. Se esta fica em uma zona muito habitada e com muitos frequentadores, por exemplo, a tendência é que a qualidade de suas águas não seja tão boa. Épocas de chuva também costumam prejudicar a balneabilidade, já que trazem dejetos para o mar. Outros fatores de destaque são a coleta de lixo e o tratamento de esgoto local e a mudança das marés, que podem afetar negativamente as águas.

Em síntese, tudo isso interfere na quantidade de bactérias presentes na água. São elas que irão determinar se uma praia é própria ou não. A quantidade de coliformes termotolerantes (também conhecidos como coliformes fecais) é o principal termômetro utilizado para essa classificação.

Estas partículas estão presentes nas fezes de animais de sangue quente, mas não são diretamente prejudiciais à saúde do homem. O problema é que elas indicam um risco maior de
presença de patologias (como disenteria, febre tifoide e hepatite A) na água.
Outros dois indicadores são a presença dos enterococos e da bactéria Escherichia coli.

Avaliação no litoral paulista

No estado de São Paulo, amostras são coletadas semanalmente em várias praias dos litorais norte e sul, e da Baixada Santista. A CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) classifica as praias a partir do resultado da análise de cinco semanas consecutivas.

Praias que tiveram, por exemplo, quantidade maior que 1.000 UFC de coliformes termotolerantes durante 20% do tempo analisado, são consideradas impróprias. Se a quantidade das partículas na medição mais recente for maior que 2.500 UFC, a praia também passa a estar imprópria.

Os parâmetros para os limites são 100ml de água. Nesta mesma quantidade de água, cada um dos indicadores tem um limite específico. A unidade utilizada é UFC, que se refere à contagem de unidades formadoras de colônia em placas obtidas pela técnica de membrana filtrante.

Mesmo que uma praia apresente quantidades baixas de bactérias, ela pode ser considerada imprópria. Isso acontece quando ocorrem circunstâncias que desaconselham o banho, como

derramamento de óleo na água, ou surto de doenças de veiculação hídrica.

Além da classificação semanal, a CETESB ainda mantém uma classificação anual das praias paulistas, com cinco patamares diferentes que variam entre ótima e péssima.

Bandeira Azul

Desde 1987, praias do mundo podem ser classificadas também com a bandeira azul. Uma espécie de reconhecimento de excelência, a bandeira é distribuída por uma organização independente chamada FEE (ou Fundantion for Enviromental Education).

O Programa Bandeira Azul atesta não só a balneabilidade, como também outros fatores ambientais e estruturais. A FEE leva em consideração, por exemplo, a conversação do meio ambiente local, a segurança, serviços e infraestrutura de apoio das praias.

No Brasil, a bandeira azul chegou em 2009. A praia de Jurerê, em Florianópolis, foi a primeira brasileira com a distinção. Hoje, o país conta com cinco praias certificadas, em quatro estados
diferentes.

O Programa Bandeira Azul ainda reconhece marinas e operadores de embarcações por serviços sustentáveis. No Brasil, quatro marinas e um operador receberam a distinção.

(Do https://marsemfim.com.br/)

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