Foto ahcravo gorim
(crónicas da xávega (38)
as mãos
regresso sempre às mãos
às mãos e ao peso
que sobre elas
tudo
ao pão suado salgado
sofrido esmifrado
aos braços ferramenta
aos escravos da fome
dos filhos do hoje
do manhã do nunca
do sonho
do desespero
da esperança
regresso sempre às mãos
nem sempre
vazias
(Do ahcravo gorim)
(torreira; companha do marco; 2012)
o saco aproxima-se, os bordões apertam as mangas, os homens esperam o pão
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