sábado, 30 de julho de 2016

DOS MARES

A expedição foi uma “jóia”

Oceanos, maior problema é ignorância

Publicado por João Lara Mesquita 

Sylvia Earle diz em artigo que mulheres podem contribuir para acabar como maior problema dos oceanos: a ignorância

O delicioso texto de Sylvia foi publicado em Maio, no prestigioso UN Foundation Blog, o blog da ONU, com o título: Women are needed to help solve the Ocean’s biggest problem: ignorance

Sylvia conta que, em 1964, ainda como estudante graduada da Duke University, recebeu um convite para um cruzeiro exploratório a bordo do navio de pesquisas Anton Bruun, um colosso à época. O convite era para um cruzeiro de seis semanas, explorando o oceano Índico. Ganhamos todos. A cientista se apaixonou. De acordo com ela, “desde então minha vida mudou pra sempre”; e nós ganhamos uma cientista dedicada à explicar para governos, agências, escolas, universidades, todos enfim, a importância, e o estado crítico de saúde, do maior ecossistema do planeta: os oceanos.

No artigo Sylvia Earle cita os problemas iniciais, quando os cientistas tinham que explorar as profundezas como uma simples linha com anzol. Posteriormente, tiveram acesso à equipamentos de mergulho…
Tivemos equipamento de mergulho que tornou possível mergulhar e documentar a vida marinha que ninguém nunca tinha visto antes em ambientes não perturbados.
Navegando pelo mundo à procura de conhecimento

Sylvia passou um bocado de tempo embarcada, única maneira de conhecer os problemas do mar. Felizmente, nossa cientista é a antítese do cadavérico Ibama, autarquia que tem o desplante de cuidar de nossa biodiversidade marinha e terrestre, com apenas três barcos para fiscalizar toda a costa brasileira.

A autora, que em breve poderá vir ao Brasil, afirma

Entre 1964 e 1966 eu passei muito tempo no mar. Eu fui em expedições para as Ilhas Galápagos, a San Felix, ao Juan Fernández Islands, Panamá e do Golfo do México (só para citar alguns). Comecei a desenvolver uma rede de colegas e amigos, e meu nome ganhou aceitação profissional tal, que foi muito além de qualquer coisa que eu já tinha experimentado antes.

O início da exploração submarina e o conhecimento atual: ‘oceano, pedra angular da vida’

Sylvia conta:
Quando eu comecei a explorar o oceano, pensava-se que o oceano era demasiado grande para falhar, não importa o que a gente jogou nele ou o que nós extraímos. Agora sabemos. O oceano é a pedra angular da vida, moldando do clima, e da química planetária; governando o sistema de suporte de vida da Terra – e ele está em apuros. Os recifes de coral, prados da grama do mar, florestas de kelp, vários tipos de peixes e outras espécies marinhas, mesmo fitoplâncton que gera a maior parte do oxigênio na atmosfera, estão em declínio acentuado.
Atenção mulheres: o momento é este

Para Sylvia Earle,

Nunca antes houve um momento de maior oportunidade ou necessidade, para as mulheres na ciência, negócios, governo, tecnologia, engenharia, arte e matemática.Mulheres são necessários para ajudar a resolver o maior problema de todos para o oceano e para o mundo: a ignorância.
A conclusão do artigo de Sylvia Earle

Cinquenta anos no futuro, será tarde demais para fazer o que é possível no momento.Temos de trabalhar todos juntos – mulheres e homens – para explorar e cuidar dos oceanos como se nossas vidas dependessem dele. Porque é exatamente o que eles fazem: permitir a vida! Independentemente do sexo, se você precisa respirar para viver, então preste atenção ao artigo.
Livro de Sylvia Earle no Brasil?

Há uma possibilidade bastante boa para que, em breve, tenhamos acesso ao livro The World Is Blue – How our fate’s and the ocean’s are one. Sugeri à minha editora, Mary Lou Paris, da Terceiro Nome, que fizéssemos um projeto para o lançamento do livro no Brasil, pelo mesmo motivo que levou Sylvia a escrever o post acima traduzido, a generalizada ignorância a respeito dos serviços prestados pelos oceanos, e sua crítica saúde e capacidade de resiliência.

Aguarde, em breve no Brasil
Livro de Sylvia Earle, sobre os Oceanos, sai ainda este ano
Mary Lou Paris topou. Entrou em contato com a editora, acertou os valores, comentou das duas traduções que faria, etc. O projeto agora está nas mãos da Fiesp que, aparentemente, embarcou na empreitada. O livro seria lançado em coprodução pela Terceiro Nome, e a editora do SESC. E ainda este ano, com a presença da autora que viria palestrar, e chamar a atenção para o lançamento de seu clássico no Brasil.
Arejar o mofado ambientalismo brasileiro

Caso o projeto seja concretizado, será uma grande vitória para o ambientalismo. É preciso arejar este movimento, atualmente mofado no Brasil. Falta informação aos ambientalistas. Faltam políticas modernas, por parte do poder público; e sobra ignorância da opinião pública (leia a respeito). The World is Blue pode contribuir muito com o momento. Os Oceanos merecem. E nós também.

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