Título impreciso leva a crer que santuário de baleias foi aprovado
MMA se adianta sobre santuário de baleias
Santuário de baleias do Atlântico Sul ainda está longe de ser aprovado
O Ministério do Meio Ambiente divulgou uma imprecisa nota à imprensa, em 24 de junho de 2016, sobre a criação de um santuário de baleias em águas internacionais. De acordo com a texto “o Ministério do Meio Ambiente registra com satisfação a aprovação da proposta de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul e seu plano de manejo sustentável pelo Comitê Científico da Comissão Internacional da Baleia (CIB), que concluiu nesta semana seu encontro anual.”
O título da nota do MMA,”Comitê Científico Aprova Santuário de Baleias”, induz o leitor a crer que o santuário foi finalmente aprovado, o que não é verdade. Atualmente existem dois santuários de baleias, o Santuário do Oceano Índico, criado em 1979, e o Santuário Meridional ao redor da Antártica, criado em 1994.
Santuário defendido pelo Brasil é barrado por Noruega e Islândia
Há tempos o Brasil defende a criação de um novo santuário, desta vez no do Atlântico Sul, constantemente barrado na CIB, Comissão Internacional da Baleia, pelos países que ainda caçam o cetáceo, Noruega e Islândia, cujos votos são acompanhados por países africanos de menor expressão, vendidos a custa de acordos comerciais favoráveis tanto da Noruega, como da Islândia.
A nota do Ministério do Meio Ambiente explica que “o Brasil vem defendendo desde 2000, quando o ministro Sarney Filho estava à frente da pasta de Meio Ambiente, a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul (South Atlantic Whale Sanctuary – SAWS), no âmbito da Comissão Internacional da Baleia – CIB. Esta iniciativa insere-se no contexto da crescente preocupação com os oceanos e a biodiversidade marinha, em vista da superexploração e da poluição em suas diversas formas.”
Santuário de baleias do Atlântico Sul é defendido pelo Brasil, Argentina, Uruguai, África do Sul e Gabão
Mais adiante, explica o MMA “a proposta de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, na sua versão atual, é copatrocinada por Brasil, Argentina, Uruguai, África do Sul e Gabão.” Infelizmente, todos são países periféricos, sem força no concerto das nações.
Plano de manejo aprovado
O que foi aprovado agora, é o plano de manejo. A nota do MMA explica: “em 2015, o Comitê Científico da CIB fez uma série de demandas para nova submissão da proposta, incluindo a formulação de um plano de manejo para o Santuário. O Brasil efetuou a atualização da proposta e a elaboração do plano de manejo, que contou também com a colaboração de cientistas dos países copatrocinadores.
Tarefa difícil, depende do empenho do Itamaraty
De acordo com o especialista José Truda Palazzo Jr., a grande questão é convencer os países contrários, além dos já citados, Rússia e Coréia do Sul também são contrários. E para mudar esta situação só será possível com empenho sério e decidido do Itamaraty o que, até hoje, ainda não aconteceu. Saiba mais sobre o Japão e a caça as baleias.
(Do Mar Sem Fim)
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